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Sexta-feira, 15/2/2008 Devaneios wireless Julio Daio Borges Se pudesse, trabalharia numa redação completamente on-line. Com cobertura via Palm, conexão a rádio, satélite, o escambau. Fotografando e filmando ao mesmo tempo. Pondo áudio no lugar de aspas. Mapeando a realidade via Google Maps ou Earth. Dando voz aos comentários, pondo a turma pra participar mesmo. Web é um negócio interessante demais. Mas pouca gente arrisca experiências, acredita ou se toca. Colei todas as listas de telefones do jornal no Google Docs. De longe, a busca Google e do próprio Firefox ganham de gente rolando a tela (e a memória) em busca daquele contato desejado. Basta um enter para estar com tudo à mão ― ou, pelo menos, o começo do caminho para uma matéria. Lista telefônica? Coisa do passado. Mas tem quem ainda folheia piamente... Usando o Twitter percebo a validade de uma ferramenta com esse poder de instantaneidade no Jornalismo. Pena que, ah!, é o Twitter. Para muita gente, um brinquedinho com fundo azul (um tanto assustador). Capaz de expor muita informação, é verdade. Há muita resistência por parte das empresas em se abrir a esse tipo de novidade, criar laboratórios... Não há nada de errado em conseguir um projeto completo, uma complexa tabela de números da saúde estadual ou várias respostas a perguntas por e-mail. O erro é não poder usar isso por falta de espaço e, para tanto, ter de abrir aspas em duas linhas, resumindo tudo, de acordo com um nome e um sobrenome. Nada de mais, simples assim. Há até uma espécie de ranço, me parece, em relação à boa vontade ― e, me desculpem, não consigo viver sem fazer um exercício crítico da própria vida. Gostaria de poder experimentar estas "experimentações", mas ainda não é hora. Nunca é hora. A Web pode devolver ― acredito ― uma coisa mais orgânica (uns achariam isto contraditório) à cobertura jornalística. Pena que estarei velho e tendo de disputar com a concorrência, se é que poderei investir nisso... Pena mesmo. O jeito é sonhar, estudar e correr atrás da máquina! Rogério Kreidlow, no seu blog, que linca pra nós. Julio Daio Borges |
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