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Quarta-feira, 4/6/2008
Calligaris, o fenômeno
Daniel Lopes

O conto do amor (Companhia das Letras, 2008, 128 págs.), de Contardo Calligaris, é sucesso. Lançado no mês de maio, recebi agora meu exemplar, que é da segunda reimpressão. O romance está nas listas de mais vendidos de sites, jornais e revistas. O autor apareceu no Roda Viva.

Dizem até que Calligaris é o novo Chico Buarque. O que, justiça seja feita aos dois, não é verdade. Pode ser que Calligaris, no futuro, tenha estilo próximo ao de Chico, mas O conto do amor, mesmo, não lembra nenhum dos três romances do carioca.

Calligaris escreveu um thriller. Bem conduzido, curto, com o personagem principal se apaixonando por uma moça que conhece na Itália, onde ambos examinam pinturas renascentistas em busca de pistas para desvendar um evento misterioso da vida do pai do mocinho, que, pouco antes de morrer, revelara ao filho ter sido ajudante do pintor clássico Sodoma. Mensagem cifrada.

Em suma, O conto do amor tem os ingredientes certos para agradar as massas, mesmo que não tenha sido feito com esse intuito.

Não há no livro, entretanto, muita coisa além do thriller. Algo de autobiográfico, sim. Mas no geral não o achei melhor, por exemplo, do que aquele Bala na agulha, de Marcelo Rubens Paiva. Que, por sua vez, não foi parar nos mais vendidos. Puro azar.

Daniel Lopes
4/6/2008 às 16h30

 

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