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Sexta-feira, 4/7/2008
Flip 2008, bastidores I
Fabio Silvestre Cardoso

Na sala de imprensa, vejo Sergio Rodrigues atendendo a um pedido de Ancelmo Gois, d'O Globo. Eduardo Carvalho também freqüenta o lugar, mas permanece alheio às necessidades dos jornalistas que, ao meu lado, comentam quais mesas devem participar. "Você faz aquela". "O Caco Barcellos não vem". "Preciso mandar o texto para o jornal depois do almoço". Esse tipo de conversa é bastante comum por ali.

Enquanto isso, perto do começo da coletiva com o escritor francês Pierre Bayard ― autor do livro Como falar dos livros que não lemos? ― uma nova categoria de repórteres se faz presente no encontro com Neil Gailman: o jornalista-fã. O autor nem precisou contar piadas para que ganhasse o riso dos que ali estavam para entrevistá-lo. Mais do que isso: ao final, muitos correram para pedir autógrafo. E depois reclamam dos blogueiros...

Na coletiva, Bayard respondeu com ironia à pergunta inicial feita por este repórter: "Por que devemos ler o seu livro?". Para o autor, o importante não era efetivamene ler o livro, mas, sim, comprar o livro. Segundo Bayard, que também assinou romances policiais, o fundamental é que as pessoas, de alguma forma, entrem em contato com a leitura. E, por tabela, rechaçou a idéia do cânone, tal qual defendida pelo crítico Harold Bloom. "São os leitores que devem construir seu próprio cânone", concluiu.

Fabio Silvestre Cardoso
4/7/2008 às 16h47

 

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