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Segunda-feira, 4/8/2008 O grande livro do jornalismo Luiz Rebinski Junior O crescente interesse do mercado editorial brasileiro pelo chamado jornalismo literário continua rendendo boas edições. A última delas é uma compilação de textos publicados na imprensa internacional ― principalmente Inglaterra e Estados Unidos ― em diferentes períodos dos séculos XIX, XX e XXI. Além do nome pomposo, O grande livro do jornalismo (José Olympio, 2008, 378 págs.) chama a atenção pelo caráter histórico e pela qualidade literária dos 55 textos curtos, escritos por gente do quilate de John Steinbeck e George Orwell. Muito antes da turma de Capote e Gay Talese reivindicar a paternidade do jornalismo literário, escritores consagrados ― ou apenas iniciantes à época ― já colocavam a boa prosa a serviço do jornalismo factual. Daí que a união de elementos literários com temas jornalísticos teve o seu debute muito antes do new journalism norte-americano, que foi, talvez, o período de maior visibilidade do jornalismo com requintes literários. Os registros de guerra certamente fazem parte do começo desse flerte entre literatura e jornalismo. De John Hersey, com seu famoso registro pós-bomba atômica (Hiroshima), a Robert Fisk, que cobriu conflitos no Oriente Médio para jornais ingleses, os temas bélicos povoam grande parte de O grande livro do jornalismo. Mas há espaço para perfis fabulosos, como o escrito por John Gunther, que analisa em detalhes a personalidade de um Hitler ainda em plena atividade, e fatos históricos, como o assassinato de John Kennedy e o julgamento de nazistas em Nuremberg. E como para a boa literatura não existe tema ruim, não surpreende o emocionante relato em primeira pessoa do ― ainda ― correspondente de guerra Winston Churchill, sobre a sua fuga de uma prisão da África do Sul, em 1900. Mais do que pautas assinadas por escritores que ganhavam a vida como jornalistas, os relatos do livro são verdadeiras peças literárias, que, por conta do talento de seus autores, transcendem ao relato frio e preguiçoso das pautas dos jornais diários. Textos que trafegam na tênue linha entre o ficcional e o factual e que mostram como o jornalismo diário pode ser inteligente e saboroso. Luiz Rebinski Junior |
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