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Sábado, 7/12/2002
Furo
Julio Daio Borges

"Hoje é pecado não falar português errado. O mau português virou língua oficial. Ai de quem se meter a besta e conjugar os verbos corretamente; ai de quem, mesmo que por acaso, acertar todos os plurais; ai de quem, na maior cara de pau, conseguir se entender com todas as concordâncias - e ai daquele que, num acesso de loucura, cometer um texto ou uma fala em português impecável."

Eu escrevi isso no dia 8 de novembro de 2002 e, na ocasião, muitos vieram dizer que eu pegava no pé do pobre do Lula. Pois é, até eu ler isso aqui:

"Por que não me ufano - Lula, seus companheiros de PT e grande parte da população maltratam o idioma cortando o 's' final das palavras e todas as concordâncias que a lógica sintática pede. Que não seja a morte do plural, em nenhum dos sentidos."

Quem assina é o Daniel Piza. Foi publicado no dia 24 de novembro de 2002, no Estadão. E, para meu maior espanto, isso aqui também:

"Mas o PT mudou, Lula mudou, os empresários mudaram, o país mudou, certo? Por que [o professor] Pasquale não mudaria também? No domingo, em entrevista ao repórter Jorge Bastos Moreno publicada no jornal O Globo, o homem que ensina português decretou que, depois da vitória da Lula, as regras deixaram de valer para a linguagem oral. Está certo, agora, falar errado. O leitor de Pasquale deve aproveitar as lições só quando estiver escrevendo. Falando, liberou geral."

Com data de 7 de dezembro de 2002, assinado por Augusto Nunes, no no mínimo. Quem sabe, agora, concordem com o que eu disse lá no começo.

Julio Daio Borges
7/12/2002 às 15h58

 

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