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Terça-feira, 5/4/2005
Nada de útil pra ler
Julio Daio Borges

Cheguei à conclusão, lendo a Veja, que eu preciso ler Paulo Coelho. Nunca li Paulo Coelho. Maktub não conta, é um livro de frases - todas elas meio nonsense, por sinal - mas se tomar como exemplo, então não espero muita coisa de um livro dele. Mas eu adoro Michael Crichton, que praticamente escreve sempre a mesma coisa, só muda a tecnologia. Todo mundo que se considera inteligente xinga o Paulo Coelho, mas não seria irônico se, daqui a alguns anos, se concluísse que ele fez mais pela divulgação da literatura brasileira do que todos os outros atuais membros da Academia Brasileira de Letras (José Sarney e Ivo Pitanguy, principalmente)? Mas o que eu sei? Não li Paulo Coelho para ter direito a dar opinião.

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Oscar 2005: mais curto, mais chato, mais grosseiro do que de costume. Chris Rock só contava piada sem graça. Ou alguém achou engraçado ele dizer que "Gwineth Paltrow é a mulher que dá leite a uma maçã" porque sua filha se chama Apple? Ou sobre Colin Farrel ser um Russel Crowe de segundo escalão (o que é verdade, mas inconveniente pra ocasião). E aquele quadro, sobre como o público americano não viu nenhum dos filmes indicados, era pra dizer o quê? Que o publico médio americano tem a idade mental de uma criança, ou que a Academia devia valorizar mais filmes como As Branquelas? Seria interessante um dia ter Jim Carrey ou Robin Williams apresentando, mas daí a cerimônia teria que deixar de lado a tradição de ser previsível e formal.

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Há um tempo atrás eu falei o quanto eu detestava praia. Pois acabei passando um final de semana em Atlântida Sul e me diverti muito. Em dois dias, tentei fazer tudo o que eu imaginava ser característico de praia: ir no "centrinho" à noite (apesar das horríveis bandas de garagem que estavam tocando), ir num buffet de sorvete, entrar no mar (ainda que por menos de cinco minutos), comprar doces vendidos em caixas de camisa, ler uma revista do Pato Donald, andar de bicicleta, fazer criptogramas naquelas revistas Coquetel, tomar banho de piscina, churrasco, ler no mais absoluto silêncio sem ter que ouvir freadas de carros e vizinhos gritando com música no último volume.

Samir, no seu blog, que linca pra nós.

Julio Daio Borges
5/4/2005 às 15h53

 

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