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Sexta-feira, 1/4/2005
Daslusp
Eduardo Carvalho

A Casa do Saber "é um exemplo sofisticado de conhecimento oferecido à sociedade", escreveu Renato Janine Ribeiro num artigo recente, em que elogiava a instituição e confessava isso "com um certo pudor" porque muitas vezes é convidado para falar lá. Essa sofisticação pode ser até vista como uma virtude. "Dizem que aqui é a Daslu do Saber, não vejo problema nenhum nisso. Aliás, também não tenho nada contra a Daslu", comenta o jornalista Paulo Henrique Amorim, que encontrou ali um roteiro para estudar filosofia e participar de debates de alto nível cultural.

É possível ir à Casa do Saber e cruzar com várias pessoas como ele - profissionais liberais que trabalham o dia inteiro e gostam de história, artes plásticas, música e futebol. O evento social é conseqüência. Se ali há quem tenha os best-sellers do Dalai Lama como livros de cabeceira, também há gente interessada em ciência. Então, o que incomoda? A mulher de escarpim de oncinha e echarpe rosa choque, que parece interessada em tudo menos na exposição sobre o pensamento de Nietzche? Ou o poder financeiro? "Quem vem aqui tem muito, mas muito dinheiro, é uma coisa completamente fora da realidade do resto de São Paulo", diz a gerente do café, Laura Martins. Talvez, no fundo, seja essa a razão de tanta maledicência em torno da Daslusp.

Maria da Paz Trefaut, no no minimo, sobre o lugar onde tenho passado duas noites por semana, aprendendo sobre História da Arte e História da Música Brasileira. É o melhor ambiente de São Paulo hoje: ao lado do escritório em que trabalho e no circuito dos melhores restaurantes para estender a noite. Acabamos relevando perguntas de meninas que não sabem se Tintoretto é da mesma fase que Giotto. Elas não podem ser perfeitas. Já são excelente companhia para jantar depois da aula.

Eduardo Carvalho
1/4/2005 às 18h47

 

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