Quinta-feira, 14/4/2005
Agostinho e Davi
Andréa Trompczynski
Santo Agostinho, no livro XII, de "Confissões", diz a Deus que, fosse ele o escritor do "Gênesis", o faria melhor que Moisés: "Quereria eu, se então estivesse em lugar de Moisés (...), se eu fosse o que ele foi, e Vós me tivésseis encarregado de escrever o 'Gênesis', eu quereria receber de Vós uma tal arte de expressão e uma tal modalidade de estilo que até esses que não podem compreender como é que Deus cria se não recusassem a acreditar nas minhas palavras, por ultrapassarem as suas forças", num arroubo de vaidade de escritor. Pouco antes, pedia humildade. Como Davi, que abandonava em prece todo o corpo no chão: "põe em mim um coração puro", mas matou um homem para viver um amor com a mulher que cobiçava. Como punição, Deus mata-lhe o filho. Davi aceita e continua orando e pedindo o tal coração puro. No fim da vida, confessa à esposa, por quem precisou assassinar dois homens, considerando a morte do filho com que foi punido: "por ti, eu faria tudo novamente". A alma ansiava pelo divino, o corpo vencia. Graças a Deus.
Andréa Trompczynski
14/4/2005 às 14h29
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