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Domingo, 26/5/2013 Orquestra de Câmara F. Liszt Eugenia Zerbini Fazendo jus ao conhecido talento musical húngaro na execução de instrumentos de cordas, a Orquestra de Câmara Franz Liszt impressionou o público da Sala São Paulo, em suas duas apresentações neste quase final de mês (dias 23 e 24). Em programa eclético, partiu de obras do barroco alemão, italiano e inglês(Bach, Frederico, o Grande - sim, o rei da Prússia, músico e compositor - Vivaldi e Purcell), atravessou o classicismo de Mozart e saltou para o contemporâneo Frank Martin (1890-1974)(respeitado o debate levantado pelo ensaio de Carlos Felipe Moisés acerca do termo "contemporâneo", publicado recentemente no Valor Econômico). Em viagem musical abrilhantada pelos solos do flautista Emmanuel Pahud, a apresentação foi encerrada por um concerto para flauta do compositor italiano Guiseppe Saverio Mercadante(1795-1870), pouco conhecido atualmente. A peça, de trejeitos operísticos, manteve-se elegante na interpretação segura e contida da orquestra, servindo de vitrine para o virtuosismo de Pahud. No final, cedendo aos aplausos e gritos de "Bravo!" da platéia, o extra (ou encore, como dizem os franceses, reservando o "bis" para nome de chocolate): a conhecidíssima "Badinerie", voltando ao Bach do início. Quem, ao sair de mais um belo concerto da série patrocinada pela Sociedade de Cultura Artística, ergeu os olhos para o céu, pode admirar a luz prateada da lua crescente de maio, quase cheia, cujo reflexo harmônico Emmanuel Pahud,com sua também prateada flauta, conseguiu capturar para dentro da Sala São Paulo. Mas apenas uma pessoa da platéia, admiradora do jornalismo cultural, teve a alegria de sentar-se ao lado do crítico e jornalista Luis Antonio Giron, uma das grandes referências nessa área. "Una serata bellissima", na língua que um dia falaram Vivaldi e Mercadante. A programação futura da Sociedade de Cultura Artística está disponível em seu site. Nos próximos dias 2 e 5 de junho, aguarda-se a apresentação do Quarteto Borodin Eugenia Zerbini |
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