Quinta-feira, 11/9/2014
The Cure Hello Goodbye
Julio Daio Borges
Há esperança. The Cure cantando Hello Goodbye. "I don't know why you say goodbye, I say hello". Não sei por que você diz adeus, eu digo alô. Típico contraste pessimismo/otimismo de Lennon/McCartney. Pelo otimismo prevalecente, é uma canção de McCartney, embora os dois assinem (eram obrigados por contrato). Pessimismo/otimismo que fica patente em outras canções como "We can work it out" ― Nós podemos dar um jeito ―, um típico refrão de McCartney, em que John muda até o andamento, quando entra: "Life is very short, and there's no time..." ― A vida é muito curta e não há tempo ―, profético... Ainda em "A day in the life" ― canção de Lennon ―, que começa lindamente melancólica: "I've read the news today, oh boy..." ― Eu li as notícias hoje, ó Deus... E McCartney entra, lá pelo meio, com um despertador tocando: "Wake up!" ― Acordando! Pulando da cama... Como se tivesse sido tudo um sonho, um pesadelo... Vale lembrar que John Lennon cunhou "the dream is over", em "God"/"Deus", de sua carreira solo: "I don't believe... in Beatles! I just believe... in me. Yoko and me. That's reality". Não acredito em Beatles; apenas em mim; em Yoko e em mim. (Ainda não havia o Sean...) Robert Smith não fez muito mais que emprestar seu tom de voz lacinante ao refrão de Hello Goodbye... Apesar de auspiciosa, a versão com o Cure, às vezes, soa como... uma vinheta repetitiva? Engraçado; não soava assim com os Beatles! Eis a grandeza deles. E de seu produtor ;-)
Julio Daio Borges
11/9/2014 às 10h19
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