|
Sexta-feira, 13/5/2005 Banho de sol no cárcere da sol Marcelo Maroldi Chora. Senta e chora, menino. Não me importa sua dor, nem me interessa seu pranto, não me atrai sua agonia... eu sou apenas o resto, apenas o resto. Sua lágrima verossímil nada significa, não seduz nem cativa. Queria somente evitar a cena, ou apressar sua sequência, e não ter que vê-lo implorando pela sua vida, pedindo patético pela sua vida miserável, a sua própria vida. Faria melhor em ir embora, deixando-no para as aves de rapina, a sua carne prematura merecidamente desfalecida, e já não ter que vê-lo iludido com o futuro melhor. Já não acreditar que é um deles, lamentar-se por te ofertar o pão, lamentar-se por te ofertar a vida, mas não chorar, não ainda, nem nunca, talvez, somente para não lembrar que isso e apenas o resto de nossas pobres vidas, apenas o resto de nossas vidas... Marcelo Maroldi |
|
|