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Quinta-feira, 9/6/2005 Mutante vida internauta Julio Daio Borges Pegando agora uma carona na última coluna do Zuenir Ventura (...), sobre os dez anos da Internet, constato quanta coisa mudou nesse período. Ouso dizer que a Internet constitui a grande revolução nas comunicações neste início de século e de milênio - e não só nas comunicações físicas, mas nas relações humanas, na política, na economia, em tudo na vida. Posso falar por experiência própria, pois hoje passo boa parte do dia lendo e respondendo correspondências que recebo por e-mail, principalmente depois que comecei a escrever esta coluna. De cara, há uma profunda mudança no jornalismo, na nossa relação com os leitores. Antes, o jornalismo era um monólogo: cada um de nós escrevia o que queria, o leitor gostando ou não, concordando ou não. Raros eram os leitores que escreviam para as redações e mais raros ainda os jornalistas que se dignavam a responder aos questionamentos feitos nas cartas. Hoje, não: é um diálogo permanente, em que você continua escrevendo o que quer, mas é obrigado a ler também o que não quer, o que os outros pensam. Do monólogo, passamos rapidamente para um diálogo permanente e, agora, tenho certeza, muitos de nós gastamos mais tempo respondendo aos leitores do que escrevendo artigos. E não é só isso. Com a democratização das comunicações provocada pela Internet, aumentou muito também a participação de todo mundo na vida política do país. Acho que, já nas próximas eleições, haverá pela primeira vez uma grande influência desta movimentação na imensa rede de discussão que se espalha via Internet. Se, no início, eram manifestações isoladas e sem maiores conseqüências, percebe-se, de uns tempos para cá, uma clara organização de grupos de influência fazendo uma feroz oposição ao governo central e aos demais poderes constituídos como nunca se viu antes na mídia impressa. Ricardo Kotscho no No Mínimo (porque a ficha da internet vai caindo, mais e mais, na grande imprensa). Julio Daio Borges |
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