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Sexta-feira, 31/7/2015 Acabou o governo Julio Daio Borges Ou: "O governo somos nós" Como tantas coisas que a internet matou, o governo está acabando. Mas, apesar do estrago (no curto prazo), eu acho isso bom. Não quero a anarquia (ninguém quer), mas o governo -qualquer governo- não tem mais condições de governar. Desde que a internet começou que a legislação não acompanha mais a sociedade. O caso do Uber é só mais um caso, entre vários. No Executivo, nem é preciso comentar. Cada prefeito que entra em São Paulo é o mais boicotado da História. Haddad é só mais um caso. Outros virão para serem igualmente boicotados. No governo do Estado, só se elege quem menos governa. Ou de quem só se ouve falar quando acontece uma calamidade (como a crise da água). E na esfera federal, temos um boneco de ventríloquo. Cada vez que abre a boca, rende novas piadas. Em seis meses, nem os que votaram acreditavam mais... Sérgio Moro é um líder no Judiciário, sem dúvida. E, na falta de prefeitos, governadores e presidentes da República -e de projetos de governo-, Moro pauta, diariamente, a imprensa, o governo e a oposição. Mas se ele sair, quem sobra? Cardozo? Lewandowski? Toda a movimentação para o 16 de Agosto -como em todas as outras manifestações desde as eleições- vem da sociedade civil. A oposição não apita nada. E, no final das contas, não adere. Como um convidado que chega atrasado e se sente deslocado... Acho que mais da metade das minhas fontes de informação hoje são independentes. Não vêm das grandes organizações. Antagonista? Empiricus? Uma meia dúzia de três ou quatro... As discussões mais interessantes -das quais participamos- não acontecem num único lugar... Google, Facebook, Apple, Twitter são o nosso suporte, OK, mas, ao contrário dos velhos meios de comunicação, não têm um posicionamento ideológico. Não têm uma linha editorial. E novas ferramentas surgem a toda hora... O Periscope está impulsionando a discussão agora, e -perto dos outros- ele acabou de começar... Conclusão: além da queda dos governos, estamos assistindo à desintegração das autoridades outrora constituídas. Novas iniciativas surgem todos os dias -graças à inovação- e a sociedade ao aderir -e fazer o uso que bem entende- abrevia, atropela ou mata o que -ou quem- ficou para trás... Parece o fim de tudo agora. Mas talvez seja um recomeço para nós... Para ir além Compartilhar Julio Daio Borges |
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