|
Quarta-feira, 29/6/2005 Caixinha branca Julio Daio Borges Junto ao ponto de espero o ônibus 55, um destes famosos vermelhos de dois pisos de Londres. Como diz a música de Jorge Benjor, a espera é difícil, porém uma menina, que parecia ter entrado numa boutique cara e tomado um banho de loja, se aproxima com uma pequena caixa branca na mão parecendo sintonizar algo, e me fazendo ponderar. Meu pensamento então é diluído no espaço e não me importo mais com o tempo. Cai a ficha. Dois cabos finos presos à caixinha na mão da menina vão aos ouvidos. Tudo é branco, o que dá um tom de impecabilidade e minimalismo à coisa. Olho para outro rapaz de visual pós-punk sentado mais adiante e ele porta a mesma caixinha. Instantes depois, dentro do ônibus, mais um com a mesma caixinha. Quando chego à Oxford Street conto, um, dois, três. Então desisto. São tantos que perco a conta. Na mesma semana a Apple lança uma campanha de propaganda onde sombras dançam ao som da invenção da hora. Com um fundo de cores vivas as sombras negras portam o pequeno aparelho branco, o Apple iPod. Talvez não seja perceptível no Brasil, pois até a coisa se tornar viável vai levar um tempo, porém em Londres o negócio está se tornando febre. A marca deve ser mais profunda nos EUA. Então, como está se tornando algo comum a pergunta, que som você tem no seu iPod, é um passinho diminuto para a chegada do Podcasting. É, parece que Steve Jobs está conseguindo a proeza propagandística que a Sony conseguiu com o walkman. É, parece que o mundo da informação vai revirar um pouco mais. Agora as pessoas vão poder escutar o que querem, na hora que querem. Parece que a tecnologia vem para dar mais liberdade aos indivíduos. Será? G Schwarz, um Leitor, por e-mail. Julio Daio Borges |
|
|