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Terça-feira, 5/7/2005
Masks for Sell
Andréa Trompczynski

Daqui a três semanas começo a trabalhar. Trabalhar fora, como dizem aqui no interior. Porque, aqui, costumeiramente, as mulheres ficam em casa, cuidando dos filhos, cozinhando, tomando chimarrão e falando mal da vida do vizinho. Oh, não, não as recrimino. É muito bom falar mal da vida do vizinho. E, os escritores são exatamente como as mulheres gordas do interior, nunca conheci um que em algum momento não dissesse uma fofoquinha do outro. Mas qualquer coisa deve ser melhor do que o trabalho. O trabalho é a maldição do Éden e, as pessoas da vida real, uns carrascos dedicados a me chatear. Eu falava que vou trabalhar, sim, hoje estou arrumando meu armário de máscaras. Tenho muitas, preciso fingir que não sou um ser desprezível, ao menos publicamente. Sempre consigo, minhas máscaras são bem convincentes. Uma, é uma Cara de Idiota, que adoro. Sempre a uso na presença das pessoas da vida real. Evita o espanto, o horror. Qualquer sombra de inteligência deve ser disfarçada na presença das pessoas da vida real. Elas não compreendem e sentem-se ameaçadas. Outra, é de Gentileza. Oh, esta incomoda um pouco às vezes, mas é necessária. Muito necessária. Tenho também uma de Sorriso para ocasiões de piadas-em-churrascos-com-o-pessoal-do-trabalho. Mas esta não é meu número mesmo.

Do meu blog, porque gostei da brincadeira.

Andréa Trompczynski
5/7/2005 às 14h48

 

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