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Quinta-feira, 7/7/2005 Seven blasts Julio Daio Borges Duas mesas até agora. (Anotei algumas coisas pra falar. Vamos ver se me lembro de todas...) 1) Gente, vocês não sabem. Terminei o post e sentou o Salman Rushdie esbaforrido do meu lado. Olhava para mim como seu eu quisesse roubar seu endereco de e-mail (como se eu precisasse roubar seu endereço de e-mail) - eu lá tenho cara de homem-bomba? Enfim, acessou o Google News e saiu com a constatação: "Seven blasts! Se-ven blasts!". Estava se referindo aos atentados em Londres... (Foi essa a nossa conversação.) 2) Mesa dos autores. O café não é mais aquele. Perdeu o charme. 3) Ponto pra organização este ano. Recebi todos os ingressos da Mesa dos Autores. Todos. 4) Primeira mesa. A força do romance. Pra variar, o que parece ser a tônica: dois autores de mentira e um de verdade. Dos de mentira, do que deu pra avaliar: um metido a fotógrafo, falando da morte do narrador onisciente, da morte de Deus, dessas coisas; a outra, uma espécie de professora universitária, meio deslocada, falando bem mas lendo mal. Por último, o autor de verdade: José Luis Peixoto. Um português do Alentejo. Guardem esse nome. Leiam seu livro pela Agir. Fez o único comentário pertinente sobre a mesa toda: "Acho que essa discussão sobre o fim do romance está moribunda [e não o romance em si]". 5) Segunda mesa. Mesmo esquema: dois de mentira; um de verdade. Poetas. O de verdade: Paulo Henriques Britto. Quando lia, o público até assobiava. Os outros: um parecia um médico pediatra, inofensivo portanto; outra uma aluna da PUC (era de fato), muito arrumada sendo que sua poesia não valia nada. Estou indo almoçar. Depois conto mais... Julio Daio Borges |
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