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Terça-feira, 23/8/2005 O Conselheiro em Campos: Dia 2 Julio Daio Borges No Dia 2, a Carol, que vinha insistindo comigo desde o Dia 1 - para ir à Pedra do Baú - realizou seu sonho. Acordamos cedo, creio. Tomamos café com Ed Peri Peri e seu filho, Raduan. Eles já haviam madrugado, para andar a cavalo (o filho de Peri Peri, Perizinho é muito agitado). Raduan reclamou do pai; do pai ter se perdido em meio à cavalaria... Depois de receber as indicações do recepcionista da pousada, tomamos o rumo da Pedra do Baú. O recepcionista, como convém aos informantes aleatórios em viagens nacionais, calculou para menos a distância da estrada até a Pedra. O Conselheiro já começava a ficar aflito porque o "Almoço dos Chefs", marcado para as 13 horas, parecia se aproximar cada vez mais (no relógio, já passava das 10 da manhã...). Os 12 Km se converteram em mais de 20, pelas contas do Conselheiro, e a estrada de terra, que era de 500 metros, revelou-se, na verdade,... de mais de 10 Km. Outro informante local, que apontava insistentemente para um esquilo atrás de uma casinha (de madeira), revelou ao intrépido casal que a famosa Pedra do Baú requereria 3 (três) horas de caminhada. Muxoxo de frustração da Carol... "Talvez duas horas se se for rápido." (Animação da Carol de novo.) Rumamos para a Pedra do Bauzinho, na dúvida (30 minutos na indicação da placa). Era a Pedra que a Carol tinha visto na infância (e que queria tanto...). Nenhuma novidade, portanto (a não ser para mim). Partimos para a Grande. Em passo acelerado agora. O Conselheiro e sua Namorada se embrenharam por uma floresta morro abaixo. Escadas, escadas, escadas. De pedra. Barro. Lama marrom escura. Pequenos escorregões. Ameaça de torção... E pressa, muita pressa. Mais de meia hora depois, uma encruzilhada. Duas opções. Carol, com seu incansável espírito esportivo, se anima com a possibilidade da escalada mais difícil. Diz que quer fazer montanhismo (um dia...). Pensando no horário (passava das 11), optamos pela mais fácil. 250 degraus. (A outra era de 350.) O Conselheiro vive outro involuntário momento "Mens sana in corpore sano". Sente-se escalando o Everest. Pela dificuldade, pelo cansaço e pelo inusitado. Subida, às vezes, numa escada de ferro, lembrando uma escada de bombeiros. Subida, outras vezes, em tubos de ferro, lembrando grandes grampos (de grampeador) grampeados na pedra. Subida com inclinação negativa, algumas vezes. Subida com medo, e sem olhar muito pra baixo, muitas vezes... Subidas, em geral. Subidas que não acabam mais. Topo do mundo (para o Conselheiro, que, a partir de agora, promete não escalar mais nada - se chegar lá embaixo são e salvo -, nem mesmo a escadinha de alumínio que dá acesso à sua biblioteca...). Descida pior do que a subida. Muito pior. De causar medo (medo físico). Principalmente na Carol, que sente suas pernas e seus braços travando, em meio às descidas em que o pé parece não alcançar o próximo degrau... O Conselheiro aconselha-a a não parar os dois pés em cada degrau, deixando uma perna sempre em suspenso... Ela concorda e, no horário exato do evento oficial (13 horas), ambos aterrissam em terra firme e louvam os deuses pagãos. A floresta, na volta, parece mais densa do que nunca. São milhares de degraus. Descidas, subidas, pedras, lama e barro. Pessoas, muitas pessoas. Eles só querem chegar... Novo encontro com o rei dos esquilos. Bananas para os macacos. Mel para repor a glicose do Conselheiro. Rumo a Campos do Jordão. Tchau, Pedra do Baú! Carol dorme. O Conselheiro acelera seu carro. Suado, dolorido e preocupado... Na pousada: gincana para trocar de roupa. Capivari de novo. Povo, ônibus, entrada em ruas erradas, mas, enfim, a degustação das novidades do Roteiro Gastronômico do Queijo e Vinho e da Cozinha de Primavera da Montanha... O Conselheiro sente falta de seus amigos Itiberê Muarrek e Celso Arnaldo Araujo. (O atraso não lhe permite desfrutar da companhia dos seus...) Despede-se calorosamente da assessora Anice Aun e da consultora Mônica Pessoa. A última lembra da disputa sobre a diferença envolvendo os queijos rochefort e gorgonzola... (E-mails para a redação.) O intrépido casal ainda se despede de Campos de Jordão com uma caminhada pelo centro da cidade. Encontra a dupla do Terra (e da Terra). Relata seus feitos em pouco mais de 24 horas... A dupla interlocutora calcula que, para tantas aventuras, seriam necessárias, no mínimo, duas viagens. O Conselheiro responde que nem no Terra (nem na Terra) são conhecidas as incomparáveis coberturas do Digestivo Cultural. Leitor: até o próximo Festival. * fotos de Ana Carolina Albuquerque & JDB Julio Daio Borges |
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