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Sexta-feira, 1/9/2023 Hannah Arendt e a tradição Celso A. Uequed Pitol Mas o que justifica a organização destes exercícios em um livro? Qual o seu denominador comum? Resposta: a relação do homem ocidental com a tradição e os desafios que surgem com a perda dessa ligação. Durante milênios, o homem se acostumou a viver e a mirar o futuro a partir das bases de um passado que ordena o presente. Nossa época, que tem início no século XIX, é a primeira, desde os gregos, a desvencilhar-se da tradição e a posicionar os homens no mundo em algum legado espiritual para ordená-los. Vivemos, os homens deste século, entre o futuro que ainda não é e o passado que já não ordena. Que ninguém pense, contudo, que este homem sem tradição é um homem sem perspectiva. Pelo contrário: em vez do lamento resignado, Hannah Arendt entende - e nos faz entender - que o fim de uma tradição é uma crise, mas não o fim; exorta-nos a olhar o mundo sem precedentes, a pensar questões perenes com o frescor da primeira vez - e a reconhecer que, em um mundo onde o passado já não ordena, a melhor saída é olhar para o futuro a fim de construí-lo. Onde encontrar: https://editoraperspectiva.com.br/ Celso A. Uequed Pitol |
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