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Quarta-feira, 7/6/2006
O homem que via o trem passar
Marcelo Maroldi

Nesse ano, a editora Nova Fronteira lançou uma coleção chamada "40 Anos, 40 Livros", comemorando os - claro - seus 40 anos de atividade. A coleção possui títulos tão distintos entre si como A montanha mágica (Thomas Mann), Memória, sonhos, reflexões (Jung) e Viagem e Vaga música (Cecília Meireles).

Dentre os títulos, temos o clássico O homem que via o trem passar (Georges Simenon, Nova Fronteira, 2006, 202 págs.), uma mistura de ficção com história policial, sempre com incitações, digamos, metafísicas. Mas a grande verdade é que o livro obteve muito mais destaque do que de fato ele deveria merecer. Embora muito bem escrito e interessante, fica bastante longe de outros grandes livros da coleção citada, como Os mandarins (Simone de Beauvoir) ou Poesia (T.S. Eliot). Popinga, um respeitado (e conservador) pai de família, depois de um incidente envolvendo o dono da empresa onde trabalhava, resolve ir a Paris, abandonando tudo na Holanda. Para usar uma expressão popular, podemos dizer que ele "chutou o balde" e resolve viver de um jeito que nunca se permitiu viver, do jeito que ele sempre reprimia, de um jeito que ele se sentisse dono dos seus próprios atos. No entanto, os acontecimentos vão se sucedendo de uma maneira inesperada e é impossível o leitor não passar a vê-lo como um personagem atrapalhado e confuso.

A Apresentação do texto fica por conta de João Paulo Cuenca.

Vale uma conferida, pelo menos...

Marcelo Maroldi
7/6/2006 às 14h30

 

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