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Domingo, 18/6/2006 Rio das Ostras (IV) Fabio Silvestre Cardoso No penúltimo dia de Festival de Jazz e Blues de Rio das Ostras, o público já começava a reparar as características que destacavam os conjuntos de jazz e de blues, respectivamente. E a maior prova disso é a diversidade de perfis dos músicos que, de certa forma, representam o estilo executado. O guitarrista solo de Eddy Clearwater, Mark Wydra, apesar de ser coadjuvante, é o instrumentista que faz a roda girar no grupo. Até porque o baixista, Shoji Nato, e o baterista, Merle Perkins, atuam como base musical. É Wydra quem traz um colorido para as apresentações, abrindo espaço para a performance inusitada de Clearwater - ele entra com cocar no palco. Mesmo essa percepção, no entanto, tem lá suas exceções. No caso desse festival, não poderia ser diferente. Quem assistiu à apresentação do conjunto do trompetista Wallace Roney pôde conferir, para o bem e para o mal, uma nova versão do jazz tradicional. Essa nova leitura tem como destaque a inclusão de um DJ lado a lado com a bateria, sax, piano e, claro, trompete. Desse modo, foi com certo espanto que o público viu a mescla do eletrônico com o tradicional; a mixagem em meio aos longos solos de trompete e sax. Cabe destacar, aliás, que no palco o grupo tem um jogo de cena particular: o saxofonista e o trompetista só vão à frente quando têm de tocar. Nos momentos de pausa, os dois ficavam atrás do baterista, como se aguardassem o rodízio dos demais músicos. Nesse sentido, é possível afirmar que o show de Rooney, se não era popular como o blues de Clearwater, definitivamente era inovador, impressionando o público pelo longo tempo dos solos assim como das músicas. Se o festival começou com o jazz da Banda Mantiqueira, o seu final, tanto no sábado, dia 17, como no domingo, dia 18 (após o jogo do Brasil), foi com o blues do gaitista Charlie Musselwhite - considerado por Carlos Santana como uma fonte de referência no gênero. Nos dois dias, a apresentação dele foi breve, porém não poderia ser mais eficiente no que se refere à interação com os presentes da Costazul e do palco improvisado no Shopping Village. E no que se refere ao show, Musselwhite soube dosar com experiência o blues com outros ritmos musicais, ora flertando com o rock, ora sucumbindo à latinidade, essa graças à participação do também gaitista Flávio Guimarães. Encerramento Os quatro dias de Festival de Jazz e Blues de Rio das Ostras provam que o evento já está sedimentado naquela região dos lagos do Rio de Janeiro. Para tanto, se é bem verdade que o apoio institucional é de peso, também é verdade que o público comparece. E não é uma platéia somente de Rio das Ostras. Paulistas, mineiros e cariocas também freqüentaram o Festival, fazendo com que um dos organizadores já dissesse: "até o ano que vem". Fabio Silvestre Cardoso |
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