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Terça-feira, 8/8/2006
Um Paraíso para Moacir Santos
Rafael Fernandes

Da Folha:

"O brasileiro Moacir Santos, que fez carreira dentro e fora do país como saxofonista, compositor, arranjador e maestro, morreu no domingo (6) aos 80 anos na Califórnia (EUA), onde morava há cerca de 40 anos. Ele estava internado desde a última sexta-feira em conseqüência de um derrame."

Felizmente Moacir Santos teve tempo para se ver reconhecido em seu próprio país - ainda que tardiamente - com o lançamento dos ótimos Coisas (de 1965, relançado em 2004), Ouro Negro (CD, de 2001 e DVD, de 2005) e Choros & Alegrias (2005). Foi aclamado por público e crítica, deu entrevistas, apareceu na mídia. Há expectativa de que sejam relançados aqui no Brasil seus discos Maestro (1972) e Saudade (1974) (lançados originalmente pelo antológico selo Blue Note).

Moacir foi exímio compositor, arranjador e maestro - suas orquestrações são de tirar o fôlego; costurava como ninguém brasilidades, influências jazzísticas e clássicas. É uma figura obrigatória na música brasileira - sua audição é imprescindível. Para pinçar algumas poucas canções de tantas boas fiquemos com "Paraíso" (do disco Choros & Alegrias), "Maracatu, Nação do Amor" e "Bluishmen" de Ouro Negro e "Coisa no. 4" e "Coisa no. 5" do disco Coisas. (Na Rádio UOL tem pra ouvir.) Mas o repertório é brilhante - vale ouvir tudo.

E, aqui, um vídeo de Ed Motta cantando a linda "Orfeu" no DVD Ouro Negro.

Se houver uma "outra vida" que o maestro esteja agora num "Paraíso" tão sublime quanto a canção que escreveu.

Rafael Fernandes
8/8/2006 às 13h32

 

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