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Terça-feira,
20/2/2007
Santa Madalena
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Para mim é muito fácil e difícil ao mesmo tempo falar do Santa Madalena. Difícil porque eu sou suspeitíssima para "resenhar" esse restaurante: meu marido toca lá toda segunda à noite com a banda Padre Voador. Por conta disso, viramos habitués e chegados dos donos, o Zé e o Sérgio; da chef Lucia Sequerra; dos garçons, a Bel e o Vanderson; e de uma porção de clientes que também batem ponto lá. Fácil, por outro lado, porque tudo é muito bom no Santa Madalena. Então, suspeita ou não, eu vou escrever sobre a casa.
O salão parece uma enorme sala de casa, com mesas e cadeiras desparelhadas, algumas são heranças de família. Aliás, as lembranças de família, não só dos donos, mas de todos os amigos que passam por lá, compõem a decoração e da aura do Santa Madalena. Quadros, utensílios de cozinha, bibelôs, lembranças de viagem, uma enorme geladeira antiga com pinguim em cima. O meu quadro preferido é um que o Sérgio pintou, com dois cachorros olhando o prédio do Banespa.
Quando a banda não está tocando, o som é o de vitrola, com discos de vinil. Em uma lousa, escrita com giz branco, anuncia-se qual o cardápio musical do momento. Clássicos do rock, Edith Piaf, medalhões da MPB revezam-se na agulha.
Na cozinha, as criações da Lúcia (que tem especialização em patisserie, cursada na Itália, e já forneceu produtos e serviços para o Pão de Açúcar, Casa Santa Luzia e o restaurante Fasano) sempre surpreendem o paladar. Ontem havia um prato especial: ceviche de pescada amarela com coentro, acompanhado por guacamole e tortilhas de milho. Sensacional. Quando eu digo sensacional, é bom que dê uma prova para que não pensem que esse é um adjetivo aleatório. Quem me conhece sabe do meu desafeto pelo coentro. Mas ele estava tão harmonioso no prato que não sobrou nem uma folhinha para contar história no final.
Na sobremesa, outra delícia: uma tortinha de noz pecã, acompanhada de um licor preparado por uma amiga da chef, mexicana. Com a desculpa de tentar decifrar do que era o licor, pedimos para encher o copinho mais duas vezes. A chef confirmou nossa suspeita de que levava baunilha e ovos, e acrescentou que tem rum também.
No menu diário, outras criações abrem o apetite, como o hambúrguer de atum com wasabi e o meu preferido, o nhoque romano - que é feito com sêmola e não com batata. A receita está na memória gustativa e afetiva do Zé e do Sérgio. A mãe deles abria o nhoque romano na grande mesa que hoje recebe os clientes no salão.
Foi no Santa Madalena que eu tomei pela primeira vez a cerveja Paulaner. Isso também não é algo que se esqueça.
Para ir além
Santa Madalena
Postado por Adriana Carvalho
Em
20/2/2007 às 10h27
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