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Terça-feira,
10/4/2007
Rattapallax: poesia em DVD
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Uma revista em DVD. Parece, no mínimo, peculiar. Mas ela existe: é a norte-americana Rattapallax, que busca fundir literatura contemporânea com o cinema e novas mídias. Editada desde 1999 e com periodicidade semestral, já teve uma edição bilíngüe português-inglês e é distribuída no Brasil pela Editora 34.
Composta por curtas-metragens de músicos, poetas, escritores e cineastas, muitos deles são leituras dos textos feitas pelos próprios autores, que usam os recursos do vídeo para montarem uma história.Entre eles, estão obras de Arnaldo Antunes, Abbas Kiarostami, Joyce Carol Oates, Ishle Park, Paul Bowles, Sherman Alexie, Elvira Hernandez, Fabrício Carpinejar, Anne Waldman e Martín Espada, entre outros.
Ram Devineni, cineasta e editor da revista, deu uma palestra aos alunos do curso de criação literária da AIC no mês passado. Diante dos muitos rostos interrogativos, ansiosos por publicarem em papel, Ram lembrou que atualmente grandes poetas e escritores possuem interesses diversos, que podem incluir o cinema e a música. "Hoje, o escritor é um artista que quer ter fluência e escrever sobre diversas coisas", afirma.
Desde o 11 de setembro de 2001, quando os atentados às torres gêmeas abalaram o país, a revista mudou seu foco para a literatura internacional e começou a promover eventos em diversos países, inclusive com celebridades, para angariar fundos. "É bom vermos o que acontece no mundo. A razão pelo qual me apaixonei pela poesia é porque ela descreve a condição humana", revela Ram.
A revista também atua junto à Organização das Nações Unidas (ONU) e a Unesco, promovendo leituras no Dia Mundial da Poesia, e já organizou eventos no topo de vinte montanhas no Dia da Montanha, criado pela ONU. O objetivo é promover o diálogo entre nações por meio da literatura. "Os escritores podem não achar a cura da AIDS, mas podem inspirar pessoas, assim como grandes obras o fazem", explica o editor norte-americano.
Perguntado sobre a conexão entre a literatura e as novas mídias, Ram confessa que a palavra, falada ou escrita, sempre estará conosco. "Talvez as pessoas leiam menos. Esse é o nosso maior desafio. O formato em DVD é um teste, uma experimentação. Se não funcionar, voltamos ao papel. Mas, se não arriscarmos, voltaremos a ser macacos", conclui.
Postado por Marília Almeida
Em
10/4/2007 às 23h42
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