Bem, não sou eu quem vai atrapalhar a alegria dos outros.
Mas, provavelmente, vou ter que ouvir, pela milionésima vez o velho e carcomido hit de John Lennon (e Yoko, argh), ver as esquinas ocupadas por bonecos grandões e barbudos, de roupa vermelha, ver as pobres árvores, as lombadas dos prédios cheias de luzinhas piscantes e tudo. Evitar as lojas, já que não dá para andar dentro delas, cheias de cartazes, balões, papel celofane verde e bonecões que ficam se mexando e tocando musiquinhas.
Fui pegar um livro, numa delas e a manga do meu blusão Lee ficou presa no chifre de uma rena de isopor. Quase joguei o arranjo decorativo(sic) todo no chão, a rena ficou pendurada no meu braço. Se tem uma coisa que eu não suporto é uma rena pendurada no meu braço. Um gafanhoto ou um periquito, ainda vai. Mas uma rena, putz.
Também vou ter que colocar umas moedas nas caixinhas de sapato que algumas crianças pobres inocentemente me estendem, como se fossem seus cofrinhos. Eu sempre coloco, não me custa nada. Mas me custa, sim, pensar que o Natal é uma certa sacanagem com as crianças pobres.
Mas não sou eu quem vai estragar a alegria dos outros. Talvez, só um pouco.
É, Guga, realmente é difícil aguentar uma rena pendurada no braço. Então, para que isso não aconteça, definitivamente, não vou a lojas de espécie alguma no natal. O máximo que faço é ir a um supermercado ou padaria. Mesmo assim corro o risco. A música de Lennon nos faz pensar em coisas estranhas, até mesmo em fugir da festa de natal! (Quem sabe um dia consiga). Interessante o texto. Beijo. Dri