BLOG
>>> Posts
Segunda-feira,
18/4/2005
Mais e melhores posts
+ de 1800 Acessos
Roupas, culinária e, curiosamente, a maneira de lidar com os homens eram matérias nas quais Glória respeitava as opiniões da mãe. Empacotamento, limpeza de casa, como administrar os criados, o que fazer contra manchas na epiderme, química de cozinha, as peculiaridades de vários tecidos... a sra. Wandrous conhecia um bocado de tais assuntos. Glória concluiu que a mãe era uma perfeita esposa. O fato de seu marido estar morto em nada lhe mudara a disposição. Na verdade, sua vocação de dona-de-casa era tudo. E se alguém, em qualquer ocasião, tivesse dúvidas sobre a excelência de sua mãe na administração da casa, bastaria contar o número de queixas do tio de Glória. Não, a mãe era uma estupenda dona-de-casa e, ainda por cima, sabia manobrar os homens. Muitas vezes Glória ouviu a mãe dizer que se fulano e sicrano tivessem feito isso e aquilo, ela estaria mais feliz com o marido. Glória pôs na cabeça que a mãe, convivendo com o seu tipo certo de homem, no seu tipo certo de vida, tornou-se nisso tão capaz quanto se mostrava na cozinha preparando soda-limonada. A sra. Wandrous sabia que bater soda lhe traria dividendos, e sabia também o que a espécie de homem com quem gostaria de conviver (e que aborreceria mortalmente Glória) faria. Era uma vida quase boa, concluiu Glória. Sem lamentos, reconheceu a impossibilidade dessa vida para si; contudo, uma vida boa para pessoas como a mãe.
John O'Hara, é o último. E, agora, você acredita que ele escreveu tudo isso com 20 e tantos, em 1920-e-alguma coisa? Pois, mãos à obra.
Postado por Julio Daio Borges
Em
18/4/2005 às 13h07
Quem leu este, também leu esse(s):
01.
Miles Davis - Kind Of Blue de Yuri Vieira
02.
21 de Julho #digestivo10anos de Julio Daio Borges
03.
Rasgos de memória de Julio Daio Borges
* esta seção é livre, não refletindo
necessariamente a opinião do site
|
|
|