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Quinta-feira,
21/4/2005
Viagem ao Âmago da Palavra
+ de 1500 Acessos
Estou farto do lirismo comedido
Do lirismo bem comportado
Do lirismo funcionário público com livro de ponto expediente
protocolo e manifestações de apreço ao sr. diretor
Estou farto do lirismo que pára e vai averiguar no dicionário o cunho vernáculo de um vocábulo
Abaixo os puristas
Todas as palavras sobretudo os barbarismos universais
Todas as construções sobretudo as sintaxes de exceção
Todos os ritmos sobretudo os inumeráveis
Estou farto do lirismo namorador
Político
Raquítico
Sifilítico
De todo lirismo que capitula ao que quer que seja fora de si mesmo
De resto não é lirismo
Será contabilidade tabela de co-senos secretário do amante exemplar com cem modelos de cartas e as diferentes maneiras de agradar às mulheres etc.
Quero antes o lirismo dos loucos
O lirismo dos bêbedos
O lirismo difícil e pungente dos bêbedos
O lirismo dos clowns de Shakespeare
- Não quero mais saber do lirismo que não é libertação
Como vocês sabem (ou deveriam saber), Manuel Bandeira. Porque vale a pena ler de novo. No blog do nosso Leitor, Alessandro de Paula.
Postado por Julio Daio Borges
Em
21/4/2005 às 16h37
Quem leu este, também leu esse(s):
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Cobertura do carnaval de Ram Rajagopal
02.
O Brasil é um seresteiro de Marília Almeida
03.
O blog da Bundas de Julio Daio Borges
* esta seção é livre, não refletindo
necessariamente a opinião do site
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