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Domingo,
9/6/2013
Quarteto Borodin
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O Quarteto de Cordas Borodin apresentou-se pela segunda vez na Sala São Paulo, no dia 06 de junho. Repetiu com sucesso os aplausos entusiasmados recebidos da plateia carioca, em sua passagem pelo Rio de Janeiro, e dos presentes à elogiada primeira apresentação do grupo na mesma Sala São Paulo, no dia 03.
O Quarteto Borodin foi fundado em 1945, por quatro estudantes do Conservatório de Moscou. Adotou inicialmente o nome de Quarteto Filarmônico de Moscou, com ninguém menos que Mstislav Rostropovich ao violoncelo. O nome Borodin foi adotado dez anos depois e adquiriu fama em suas tournées internacionais com interpretações das obras de Dmitri Shostakovitch , tidas como imbatíveis. Comentam que o compositor assistia aos ensaios do grupo, contribuindo com palpites sobre a partitura, com sua autoridade de compositor.
A apresentação foi aberta com uma peça do autor que empresta o nome ao conjunto: o quarteto de cordas nº 2, em ré maior de Borodin (1833-1887). Essa referência pode não dizer muita coisa, mas as melodias tanto do scherzo como do notturno são mundialmente conhecidas. Popularizaram-se depois de incluídas no musical Kismet, vencedor do Tony Awrad, em 1954, tornado filme no ano seguinte. Já a peça de Shostakovitch (1906-1975) interpretada em seguida destinou-se a ouvidos mais cultivados. Embora a música desse compositor russo seja tonal, é freada por dissonâncias, fragmentada e descompassada. Às vezes surpreende. Em outras, dá sustos ou a impressão de uma grande colagem. A interpretação dos músicos, porém, manteve-se brilhante em todos os momentos. Por fim, o concerto foi encerrado com uma peça de Tchaikovsky, séria e ousada, distante da gramática romântica de suas peças para ballet e para piano e orquestra.
Em seus comentários publicados no programa, Gioconda Bordon - cujo programa matinal na Rádio Cultura FM, suprimido recentemente da programação, deixou saudades - faz referência a um documentário sobre a dinâmica dos quartetos de cordas: 4better, 4 worse, disponível no site da Medici TV.Nele é feita a analogia entre uma garrafa de vinho e essa formação musical: o primeiro violino é o rótulo; o violoncelo, a garrafa; viola e segundo violino são seu conteúdo. Longe de desprezar seu rótulo, ou o segundo violino, a viola e o violoncelo brilharam em todas as peças executadas ontem. Puro encantamento.
Depois do brinde com esse vinho raro, o que resta é aguardar tanto pelo próximo concerto da Sociedade Cultura Artística como também pela estreia do sofisticado filme O Quarteto (The Late Quartet, sob a direção de Y. Zilberman, com Philip Seymour Hoffman e Christopher Walken, muito diferente das histrionices de seu homônimo,dirigido por Dustin Hoffman).A estreia está prevista para início de agosto deste ano; já o próximo concerto, dentro da Série "Musica de Câmera" Cultura Artística, Sala Itaim, é amanha, trazendo Antonio Menezes ao violoncelo e Rosana Lanzelotte ao cravo.
Postado por Eugenia Zerbini
Em
9/6/2013 às 13h54
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