BLOG
>>> Posts
Terça-feira,
20/8/2002
A rocha que voa num labirinto
+ de 3000 Acessos
Arnaldo Jabor sobre Glauber Rocha, hoje no Estadão:
"Há 21 anos, Glauber Rocha nos deixou, no dia 22 de agosto. Eu nunca tinha visto alguém morrendo, nunca vira o momento misterioso da passagem. Em volta da cama de sua agonia, os amigos se agarravam como náufragos nas bordas de um barco que ia partir.
"Estávamos assustados, porque o Glauber era o pulmão por onde respirávamos, o coração que batia por nós e que agora fraquejava. Ele estava ali, ignorando-nos, concentrado não sei em que filme interior, em que roteiro para as estrelas. Parecia mesmo um astronauta, coberto de fios e tubos de respiração. Subitamente, Glauber se ergueu, como se fosse acordar, ressuscitar, como num milagre. Mas era a última convulsão e ele se aquietou e flutuou para longe.
"Vocês, jovens que me lêem, podem pensar: 'Deixe de idealizações com esse tal de Glauber... Afinal de contas, todo mundo morre...' Mas, não é literatura; morria ali a mais rica síntese das idéias de uma época brasileira: melancolia com esperança, a romântica fome de salvar o País, unindo poesia e política."
Postado por Julio Daio Borges
Em
20/8/2002 às 10h18
Quem leu este, também leu esse(s):
01.
Me ouçam, me ouçam! de Julio Daio Borges
* esta seção é livre, não refletindo
necessariamente a opinião do site
|
|
|