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Quinta-feira,
6/11/2014
Não aguenta mais política?
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Para você que não aguenta mais ouvir falar em política...
Informo que a polarização veio para ficar. Ou a politização, se você preferir.
A última eleição mostrou que não dá mais para acompanhar só meses antes e se decidir na última hora.
Agora não é mais uma votação, um candidato ou até um partido político que está em jogo - é o futuro do Brasil. É o nosso futuro. O nosso e *dos nossos*.
Política será um assunto cotidiano. Não podemos mais nos furtar a participar. É o nosso País. É a nossa vida.
Minha geração aprendeu, com o Plano Real, que a economia, por exemplo, é como uma "plataforma", como o Windows, sobre a qual "rodam" tantos "programas"...
Fiz meu primeiro estágio numa empresa nos primeiros anos do Real. Participei de um programa de trainee. Arranjei meus primeiros empregos no meio da euforia do final dos anos 90. Então, eu sei muito bem o que é um país funcionando com a economia "nos eixos".
E a economia é só um exemplo de como as nossas escolhas políticas podem influenciar nas nossas vidas nos anos subsequentes ao da eleição.
O Brasil votou em Fernando Henrique Cardoso em 1994 e em 1998, porque, instintivamente, sentiu que o Real revolucionou a nossa economia, e as nossas vidas. E votou em Lula, em 2002 e em 2006, porque a bonança continuou. E, inclusive, votou em Dilma, em 2010, por causa de tudo isso.
Agora a nossa economia saiu dos eixos - muita gente, até do PT, concorda - e estamos pagando caro por isso. De certa forma, estamos pagando por nossas escolhas políticas. Seja em 2010, seja agora, em 2014.
Nunca votei no PT e, consequentemente, nem no Lula, nem na Dilma, mas falo em nome do Brasil "no plural", porque respeito a soberania da escolha que todos fizeram, nas urnas. Embora reafirme que vamos pagar caro pelas consequências das últimas escolhas políticas, reconheço que estamos todos no mesmo barco. Ou seja: se juntos escolhemos, juntos vamos ter de corrigir o rumo.
Para tanto, não dá para ser eternamente refém do marketing político em época de eleição. É preciso conhecer os políticos. Saber de onde vieram, quais são suas ideias, o que andaram fazendo por aí. O que executaram em seus mandatos, quais projetos votaram, quem apoiam. Onde acertaram e, igualmente, onde erraram.
Acompanhar a política é o único jeito de se obter esse tipo de conhecimento. Não digo que é para ficar sintonizado na TV Senado e na TV Câmara, basta acompanhar minimamente pela internet mesmo, ler, se informar, discutir, opinar.
As redes sociais - ora demonizadas, ora santificadas - se mostraram um instrumento, efetivo, de participação, nestas eleições e até depois delas. E até antes: foram as "redes sociais" que catalisaram as manifestações de 2013. Sem as "redes sociais", o pedido de auditoria, destas eleições, não teria ocorrido. Sem as tais "redes sociais", a Folha não teria corrigido aquela matéria que causou tanta polêmica...
Como eleitores, como usuários das redes sociais, mas principalmente como brasileiros, precisamos reconhecer nosso protagonismo na vida política do País. Os políticos, que antes nos pareciam distantes, lá em Brasília, precisam de nós, não apenas na hora do voto, mas porque podemos acompanhar o que estão fazendo, questionar seus movimentos, fiscalizar e cobrar de nossos representantes. Isso em todas as esferas do poder. Aliás: quanto mais alta a esfera, maior deve ser a nossa participação.
Assim, se você não aguenta mais ouvir falar em política, se hoje até repele "posts" sobre o assunto, e, inclusive, deixou de seguir algumas pessoas por causa disso, reconsidere sua decisão. Abdicar da política, em nossas vidas, resultou no presente cenário de inflação alta, baixo crescimento, desindustrialização, comércio parado, volta do desemprego, ameaça de apagão, queda nos investimentos, endividamento, corrupção...
Nós, que já conhecemos um Brasil melhor, temos a obrigação de legar, no mínimo, o Brasil que tivemos, para as futuras gerações.
E esta missão passa pela política. Nunca deixe de participar.
Para ir além
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Postado por Julio Daio Borges
Em
6/11/2014 às 12h52
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