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Terça-feira,
14/2/2017
O Blog do Pait
Felipe Pait
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Não terá a grandeza de Getúlio.
Um mar de lama. Aposto nas forças ocultas. Sete meses.
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Postado por Felipe Pait
14/2/2017 às 20h15
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Piruá
Costumava eu dizer que em 3 coisas nos EUA eram melhores que o Brasil: a constituição, os parques nacionais, e as faculdades de artes liberais.
Porque a constituição era respeitada, os parque incentivam a visitação, e as faculdades ensinam para os alunos. Fora isso, a diferença é a bitola mais larga do papel higiênico.
Agora que o regime do Agente Laranja está rasgando a Constituição, é forçoso substituir o 1o item pelo milho de pipoca, que nos EUA estoura todo sem deixar piruá.
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Postado por Felipe Pait
6/2/2017 às 16h18
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"The End of the World? In Brazil
Escrevi 2 versões de uma carta ao NYTimes. Qual vocês preferem?
Dears,
I don't find articles such as "The End of the World? In Brazil, It’s Already Here", by Vanessa Barbara, dated Jan 5, productive in the least. It is poorly argued; it uses exaggerated language and distorts facts; it contradicts reporting made on the ground by the Times hard-working correspondents. The analysis is inadequate and ideological, resorting to jargon and name calling.
These superficial opinion pieces by Vanessa Barbara represent the worst tendencies in Brazilian journalism. The Times would never accept such low quality journalism from American journalists or about the US. It is condescending and insulting that you publish it just because it comes from a Third World country.
Sincerely yours,
Felipe Pait
Brookline, Massachusetts
Dears,
It is a disservice to journalism to publish the article "The End of the World? In Brazil, It’s Already Here", by Vanessa Barbara, dated Jan. 5, 2017. It is poorly argued, uses ideological jargon to accuse people and organizations of guilt by association, resorts to exaggeration and distortion of facts, and contradicts the reporting done by your hard-working correspondents in Brazil. The article is dismissive about the efforts of a country trying to find its way out a challenging situation. Political debate in Brazil has been polarized in recent years, and it is easy to find an opinionator who will support extreme criticism of one side or another. We have seen where this leads in the United States.
You would not accept such low standards from an American journalist or from writing about the United States. It is condescending and insulting that you lower your standards and keep publishing such poorly researched and written pieces about a Third World country.
Yours sincerely,
Felipe Pait
Brookline, Massachusetts
http://www.nytimes.com/2017/01/05/opinion/the-end-of-the-world-in-brazil-its-already-here.html?rref=collection%2Ftimestopic%2FBarbara%2C%20Vanessa&action=click&contentCollection=opinion®ion=stream&module=stream_unit&version=latest&contentPlacement=1&pgtype=collection
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Postado por Felipe Pait
7/1/2017 às 16h29
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O único erro é superestimar o adversário
Sou grande fã dos Tartakowerismos. O maior frasista da história dos esportes, e um dos maiores do xadrez - peço desculpas aos fãs de Nenem Prancha e de Yogi Berra, afirmava que todo o resto é incompetência.
Lembrei disso ao ler uns papers que demonstram que o problema da estimação de modelos chaveados é NP-hard. Se fosse, minha solução em tempo logarítmico ganhava 1 conto de réis americanos do Clay Institute. (Moeda talvez apropriada, sei lá quanto dura ainda a república. Mas divago.)
O que acontece é que gente com muito conhecimento matemático pela metade, e pouco conhecimento de engenharia também pela metade, formulou o problema como uma otimização geral em todos os parâmetros espaciais e temporais do sistema chaveado. Resulta em otimização mista linear-inteira com objetivos não-convexos, um problema intratável. Não é a estimação de modelos híbridos que é difícil, mas sim o método de solução escolhido que complica desnecessariamente. Faltaram as aulas do grande Amadeu Matsumura: desenhos não provam nada! Mas ajudam a visualizar. Não fizeram os desenhos, não visualizaram a simplicidade do problema, e aceitaram uma simulação como prova.
Toda decisão de engenharia pode ser formulada como um problema de otimização que leva a vida toda + 6 meses para resolver. Eis mais um Tartakowerismo instantâneo de minha autoria! Isso não quer dizer que os problemas são impossíveis, apenas que os erros estão todos na pedra e no tabuleiro, esperando para serem cometidos. (Quem adivinhar o autor da última frase ganha um vale-expresso do Café de la Régence.)
Para celebrar pedi ao Sr P Noel uma coleção de frases do Tartakower publicada na finada Alemanha Oriental em tradução do original do grande mestre russo Suetin. Um vintém bem empregado. Não vai chegar a tempo de trazer pela chaminé de barro, nem com grito aflito da buzina do meu carro, mas lembra que o beatificado Bispo de Mira, Nicolau, dito Taumaturgo, era lício, natural de Pátara, fundada pelo filho de Apollo, a Arsínoe dos Ptolomeus. A Constituição da Liga Lícia era conhecida de Hamilton e Madison, tendo sido mencionada por ambos nos papéis federalistas. Pode-se concluir que o entregador do livro de aforismos enxadrísticos teve um papel importante na República Americana, 1776-2016, 240 anos bem vividos, sabe-se lá o que o futuro lhe guarda.
Engenheiro não acredita em milagres, confia neles. Nunca ninguém venceu uma luta desistindo.
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Postado por Felipe Pait
24/12/2016 às 17h58
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Fidel era uma celebridade
Famoso por ser famoso. Não pelos feitos ou contribuições, relativamente menores. A morte dele é um fenômeno midiático. Todo mundo dá opinião porque todo mundo dá opinião sobre celebridade.
Até eu, que finjo não acompanhar celebridade, dou essa minha opinião. Como escreve @StaJuliana, "No fundo no fundo todo mundo tem um ditador sanguinário favorito". O meu é Júlio César.
E repito a previsão: com saída de Fidel, analfabetismo em Cuba aumenta, expectativa de vida desaba, HDI desce atrás do Paraguay. Esperem uns 5 anos e confiram as estatísticas.
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Postado por Felipe Pait
26/11/2016 às 21h58
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Governo Trump, parte 5: as instituições
Esse ponto não é uma previsão: é uma advertência. Trump já mostrou não ter qualquer respeito pelas instituições da república. Suas 1as escolhas para cargos de importância já mostram que o governo vai tentar subverter o estado de direito em todos os casos onde achar isso conveniente para seus propósitos imediatos, para o enriquecimento pessoal ilícito, e para a obtenção de vantagens eleitorais. Não conto isso como previsão, porque já é #fato confirmado.
Talvez seja o maior perigo. As instituições americanas são fortes, mas não infinitamente fortes. Há alguns anos eu teria descontado o risco, mas a crescente venalidade do Partido Republicano e de instituições a ele conectadas aponta para fraquezas perigosas. Muitas instituições se dobraram ao populismo liberticida: o partido Republicano claramente, setores da imprensa que foram lenientes e até parciais em favor da candidatura, e partes do FBI. Talvez a maior falha moral tenha sido das igrejas, que deixaram a religião se converter em meio para a tomada do poder. Subordinaram todas as considerações morais e éticas ao objetivo de indicar juízes do Supremo favoráveis aos setores que representam.
Não é necessária bola de cristal para enxergar que a corrupção terá um crescimento explosivo. Os "moralistas" de plantão, que não se impressionaram com a absoluta falta de escândalos durante os 8 anos do governo Obama, não vão se sensibilizar para a corrupção e incompetência desenfreadas, desde que siga a ideologia de sua preferência. A questão é se o efeito sobre as instituições americanas será destrutivo. Infelizmente há motivos para temer que sim.
Recomendação: apoiar investigações sobre altos crimes e contravenções, preparando para o indispensável processo de impeachment.
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Postado por Felipe Pait
19/11/2016 às 09h39
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Previsões sobre o governo Trump 4: internacional
Daí devemos nos preparar para o maior descaminho. Não por ações de grande porte, mas por omissão, safadeza, e incompetência. Não há motivo para apostar que Trump invente deliberadamente alguma ação belicosa - embora o apoio que ele recebeu de alguns grupos de veteranos e generais aposentados sugiram que ele esperam justamente alguma aventura divertida para assistir na TV. Em contraste com as questões domésticas e econômicas, governadas por processos legislativos transparentes e demorados, política externa exige cautela e precisão - qualidades em falta no partido Republicano e absolutamente inexistentes no presidente eleito.
As regiões mais mencionadas nos discursos de campanha, América Latina e Oriente Médio, talvez sejam as menos afetadas. Suponho que a ditadura russa vai se beneficiar da simpatia e da venalidade do gabinete escolhido pelo presidente eleito. Será que isso vai ser suficiente para salvar um regime à beira da falência? A China certamente vai expandir suas ambições regionais. O melhor exemplo é das Filipinas, onde um precursor do Trump deve apressar seus movimentos em favor da ditadura chinesa (quem vê contradição nisso, não entendeu o movimento direito). Mais difícil ainda é prever efeitos sobre países menores. Só dá para garantir que os Estados Unidos, as democracias, e a causa da liberdade em geral, vão sair bastante enfraquecidos.
O risco mais preocupante é que, por inação, distração, incompetência, ou corrupção, algum inimigo dos Estados Unidos e da liberdade obtenha armas nucleares e seja tentado a usá-las. A região de conflito mais arriscada pode ser a divisão entre Pérsia e Arábia no Oriente Médio. Outros estados falidos ou a beira da falência talvez sejam riscos maiores embora mais remotos: o Paquistão e a própria Rússia. A Coreia do Norte está dentro do império chinês; do ponto de vista deles a diferença entre um presidente americano e outro, mesmo que entre o mais intelectual e o mais irracional da história, é pequena. Mas pode sobrar problema em toda parte do mundo.
Recomendação: viva uma vida honrada. Só temos esse planeta, não há para onde fugir.
Post anteriores: Previsões sobre o governo Trump, parte 1: economia
Previsões, parte 2: questões internas e sociais
Previsões sobre o governo Trump, parte 3: ambiente
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Postado por Felipe Pait
13/11/2016 às 11h52
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Previsões sobre o governo Trump, parte 3: ambiente
Podemos prever desastre de grandes proporções. O #fato é que as incertezas que ainda existem sobre as mudanças climáticas deveriam ser motivo para maiores precauções, não para assumir maiores riscos. O outro #fato é que ninguém no campo do Trump tem as qualidades éticas ou intelectuais para compreender o que está acontecendo, tirar as conclusões forçosas, e tomar as medidas que se fazem necessárias.
Por outro lado, o 3o #fato é que não estava sendo feito nada de consequente mesmo. As medidas aprovadas após negociações e compromissos internacionais são insuficientes para minorar a dimensão dos desastres ou para adiá-los significativamente. Tudo que foi feito são compromissos de custo nulo; não atrapalham ninguém, também não ajudam quase nada; mas dão aos ativistas da defesa do ambiente empregos e a sensação de estarem conseguindo alguma coisa, e também dão aos ativistas anti-ambiente um bicho-papão para insuflar as raivosas massas de manobra. O melhor exemplo de inação é a economia grande que mais tomou medidas contra o aquecimento global, a Alemanha. São medidas tão honestas e eficazes quanto o controle de poluição em um VW diesel. Créditos de carbono duvidosos, painéis solares sob nuvens, fechamento de usinas nucleares, carros que gastam menos diesel... Ações ineficazes, de pouco impacto, contra-produtivas, ou fraudulentas.
Talvez as mudanças climáticas ocorrendo enquanto o governo está ativamente tentando desmentir que existam tenham um efeito pedagógico. Talvez não seja tarde demais quando o efeito for compreendido. Não há motivo para otimismo, mas já não havia muito no rumo atual.
Recomendação: suba para as montanhas, ou vá para o Canadá. (continua em Previsões sobre o governo Trump 4: internacional.)
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Postado por Felipe Pait
13/11/2016 às 10h29
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Previsões, parte 2: questões internas e sociais
Antevejo muito barulho, bastante maldade, pouca ação. O #fato é que Trump, bem como os eleitores "moralistas", estão cagando e andando para questões morais. O barulho vai ser o suficiente para manter os ativistas liberais ocupados, enquanto um time que que combina, repito, desonestidade, incompetência, e ideologia em proporções de fazer inveja aos petistas conduz o país. Mudanças em questões internas são as mais difíceis de executar, porque têm que enfrentar grupos de interesse organizados na sociedade civil.
Qual o mal a longo prazo da esfera pública inflamada por discursos de ódio? Difícil dizer; a eleição parece ser mais consequência do que causa do ambiente podre. O risco para a democracia e a República é real - por mim pode jogar já todos os tomos que contêm o termo "American Exceptionalism" na lata de lixo da história. Mas é remoto - mesmo as teorias mais desacreditadas são provenientes da análise de fatos reais - porque as instituições e a sociedade civil são fortes e conservadoras.
Recomendação: levar Trump a sério mas não literalmente, como fazem seus apoiadores; não levar ele literalmente mas não a sério, como fizeram os analistas. Reparar o mundo. (continua em
Previsões sobre o governo Trump, parte 3: ambiente.)
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Postado por Felipe Pait
10/11/2016 às 10h43
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Previsões sobre o governo Trump, parte 1: economia
No meu palpite economia é a área menos preocupante. Os Republicanos construíram uma fantasia de conservadorismo e austeridade na qual só intelectuais venais, think tanks aparelhados, e jornalistas ingênuos acreditam. Para o partido serve como pretexto para conceder benesses a plutocratas, para a base é uma forma de ameaçar benefícios dos mais pobres. Todas as administrações republicanas dos últimos 50 anos, com a exceção do 1o presidente Bush, são marcadas pelo descontrole fiscal. Trump talvez tenha o mérito de explodir essa hipocrisia - ênfase no talvez, porque a cada minuto nasce um intelectual ou jornalista crédulo.
Minha previsão é gastança a esmo e presentes para os ricos. Para a economia real, não vai ser ruim num 1o momento. Mais tarde a explosão do déficit vai trazer inflação. Bom para quem tem dívida a longo prazo, especialmente hipotecas a taxas fixas. Gastos em infra-estrutura vão ser bons para o país, se ocorrerem, mesmo que feitos por uma equipe que combina desonestidade, incompetência, e ideologia em proporções de fazer inveja aos petistas. O congresso Republicano diz que é contra, provavelmente vai ser atropelado mais uma vez. Protecionismo no comércio exterior não vai ser prioridade, e mesmo se fosse - os economistas exageram a influência das barreiras contra o livre comércio na saúde dos negócios.
Recomendação: aposte em ativos reais, como defesa contra inflação. (Continua na parte 2
Previsões, parte 2: questões internas e sociais)
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Postado por Felipe Pait
10/11/2016 às 10h09
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