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Terça-feira,
5/5/2015
BLOG DO EZEQUIEL SENA
Ezequiel Sena
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Amor e Revolução
Na opinião de muitos historiadores a biografia da vida nunca narra a verdade por inteiro; como também seus protagonistas nunca dizem tudo. Em contrapartida as coisas vão e voltam, com títulos e olhares diferentes. A intenção desta abertura é para comentarmos sobre um movimento solitário de militares remanescentes do golpe de 64 que se articulou judicialmente para retirar do ar a novela "Amor e Revolução" escrita por Tiago Santiago, em exibição desde 04 de abril de 2011, pela emissora SBT. Todos sabem que a luta por audiência é acirrada e às vezes desonesta, principalmente quando alguma programação alcança altos índices de audiência e causa incômodo no tradicionalismo; contudo, não se pode negar a importância desta iniciativa de transformar em novela os momentos que marcaram a nossa história, ainda que sejam sombrios.
Também há de convir que não é normal assistir na TV, mesmo sob a forma de ficção, a crua verdade que permeia o passado recente do País. Confesso que, a princípio, não me interessei muito pelo folhetim, entretanto, ao receber seguidas mensagens pela internet expondo a bombástica atração, despertou em mim a curiosidade o que me fez mudar de idéia. Passei a acompanhar e a apreciar o seu conteúdo. Notei ser uma mistura de romance típico dos anos 60 e o lado terrível da ditadura. Uma narrativa viva dos 'anos de chumbo' que marcaram a vida do Brasil (1964 a 1985).
Expõe sem medir palavras ou imagens a perseguição e a tortura. Oficiais 'reacionários' prontos a perseguir e eliminar opositores. Encenações fortes nos porões do Dops parecem reais - 'pau-de-arara', 'choque elétrico' e tudo o mais de desumano que caracterizava o regime opressor. Enfim, fatos que sempre foram proibidos aos olhos dos brasileiros, agora estão escancarados na televisão. E, diga-se de passagem, num canal popular, dirigido principalmente às classes menos abastadas. Embora se comenta que boa parte do que é mostrado ainda não foi relatado na "Comissão da Verdade", já que há suspeita da existência de lobby tentando postergar a sua instalação.
No elenco, traz a experiência de atores veteranos como Cláudio Cavalcante, Lúcia Veríssimo, Paulo Cesar Pereio, Rogério Márcico, Cacá Rosset, Fabio Villa Verde e outros. Para completar, alguns atores jovens com interpretações aceitáveis, porém sem o brilho desejado. Acho que a direção vai ter que ajustar em muitos aspectos. Já a trilha sonora é de primeira linha composta por canções dos 'anos de ouro', a exemplo de 'Cálice' com releitura da cantora Pitty e alguns clássicos de nomes consagrados da música popular brasileira, como Caetano Veloso, Nara Leão, Chico Buarque, Raul Seixas, Dolores Duran, Gilberto Gil, dentre outros.
"Amor e Revolução" atinge o seu ponto forte no final de cada capítulo, quando são exibidos depoimentos de personalidades que viveram os momentos de horror na obscura época da história do Brasil, dentre estes: políticos, jornalistas, empresários e intelectuais como Maria Almeida Teles, Jarbas Passarinho, Waldir Pires, Carlos Vereza, Antonio Carlos Fon, Carlos Eugênio Paz, Luiz Carlos Prestes (.), e isso tem gerado algumas polêmicas. Por sinal, a emoção do relato da jornalista Rose Nogueira provocou sério desconforto nos bastidores do jornal "A Folha de São Paulo", com repercussão na grande mídia.
Mas voltando ao manifesto da Associação Beneficente dos Militares da Aeronáutica (ABMIGA), encabeçado pelo militar José Luiz Dalla Vecchia; diria que o Ministério Público Federal de Brasília não deve ser favorável a tal reivindicação. Proibir a exibição do folhetim representaria um retrocesso à liberdade de expressão e a tudo que foi conquistado nestes 25 anos de democracia. Mesmo porque as mazelas da ditadura jamais serão apagadas. Não se trata de uma lenda e sim de fatos reais que, de certa forma, estão registrados para sempre na história do País. Em português claro: não existem motivos palpáveis para se tentar ocultar.
texto publicado originalmente em 07.05.2011 - por Ezequiel Sena
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Postado por Ezequiel Sena
5/5/2015 às 11h16
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Viver de blog - uma opção inteligente
Será que vai ser mais um hobby em minha vida? Ou, quem sabe, uma maneira de ficar mais próximo daqueles que tiram o próprio sustento com um blog? O tempo dirá.
Pois é. De uma hora para outra virei blogueiro. Estou encantado com a novidade. Imagino que hoje em dia é muito difícil, quase impossível, encontrar alguém que resolva te ofertar um.Mas o Digestivo Cultural, ao completar 15 anos, resolveu oferecer um a seus assinantes. Não acredita? É verdade, sim.
E tem mais, preparou até os manuais para os convidados: Um de Estilo (dicas de português interessantíssimas - regrinhas até já esquecidas), e outro de HTML(manual para formatação dos textos).
Será que Júlio Daio, dono do site Digestivo Cultural, pirou de vez? Certamente que não. Creio que foi a paixão pela escrita que o conduziu a fazer isso. Penso que a sua preocupação é atrair mais leitores, ofertando conteúdos de qualidade e, ao mesmo tempo, garimpar talentos.
Sinceramente, a maioria das pessoas que escreve sonha em poder mostrar seu trabalho. Quer queira quer não o blog é o caminho mais curto. Hoje, no Brasil, virou moda. E tem muita gente vivendo exclusivamente disso. E se dando muito bem. Um blog bem estruturado rende um bom dinheiro. Afinal, você já deve ter acessado alguns muito bons.
Mas, para se alcançar a condição de destaque em audiência, é preciso muita dedicação, abdicar de muitas coisas e trabalho duro.
As novas tecnologias revolucionaram a escrita e a leitura. Com a internet, nos transformamos em pessoas pós-modernas, sem ao menos entender o que isso significa. Tornamo-nos cibernéticos, mas nunca vamos passar disso. Até porque as vinte e quatro horas do dia são insuficientes para absorver tanta informação veiculada na rede. E se não tivermos prudência e equilíbrio entraremos na onda de ficarmos alienados porque o mundo virtual tanto atrai como fascina.
Se como blogueiro você passar a ser alguém reconhecido, por dominar bem o que escreve, não vão faltar convites para palestras, congressos ou eventos relacionados e, claro, ser pago por isso. Poderá fazer seus textos até em cima da cama, enquanto o sono não chega. E ainda assiná-los como se fosse jornalista, sem nunca ter ido à faculdade.
Contudo, textos de qualidade não é tarefa tão simples, requer habilidade, conhecimento e muito trabalho.
Como este é o meu primeiro post no Digestivo Cultural, e para não cansar o leitor, evito me alongar muito, mesmo porque grandes textos caíram de moda.
Nada contra os esbanjadores verbais, mas eles têm de se conter ou se curvar ao estilo moderno. Admiro as regrinhas de ouro. Primeira:menor deve ser melhor. Segunda: menos com fundamento é mais.
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Postado por Ezequiel Sena
23/4/2015 às 10h17
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Julio Daio Borges
Editor
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