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Quarta-feira,
25/11/2015
Blog de Cind Mendes Canuto da Silva
Cind Mendes Canuto da Silva
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Preguiça
-Mamãe, o que é poema? -Poema é poesia, só que um pouco diferente. -Como assim? -Poesia com uma forma diferente. -E como faz a fôrma da poesia? -Tem que usar a cabeça, quem faz poema estuda, lê muito, fica aquela coisa linda. -A senhora gosta? -Gosto sim, bastante. -Então por que não vejo nenhum poema na sua mão nunca? -Porque eu tenho muita coisa pra fazer, não tenho tempo, tenho que trabalhar e também tenho que lavar esses copos que você fica sujando com seus coleguinhas. Aliás, não era pra você fazer um trabalho? -Tá bom, tá bom... Então poema a gente escreve com fôrma e fica bonito? -É. -Ah! Tá... Mais tarde a filha volta com um caderninho e pose de entrevistador. -Mãe, o quea senhora acha do Brasil? -Eu gosto daqui, é o lugar onde moro e onde pretendo morrer... -Não, mãe, num to falando daqui, to falando do Brasil... -Ué, filha, Brasil, aqui, é a mesma coisa. -Ah! É, tinha esquecido. Fala mais então... -O Brasil é um país muito grande, com uma natureza magnífica. Mas você não vai querer que eu fale de tudo que todo mundo já sabe né? -Não, não, pode ser alguma coisa... (consulta caderninho) inovadora, inusitada e principalmente criativa. -Ah filha! Isso é muito difícil, pede pro seu pai que tá a toa agora. A filha sai muito decepcionada. Como ela faria um texto com o tema: "Poema sobre o Brasil" com aquelas características que a professora tinha pedido, sendo que nem sua mãe coneguia.
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Postado por Cind Mendes Canuto da Silva
25/11/2015 às 20h44
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Se ler
Sabe lá Soube eu li Sei da lua Só na lida Soube é lisa Salva no laço Solve a lousa Sol na lente Sal em lima Sábio o lunático Sabiá para lei Salto ao laico Subo o lírico Solto o leque Saio a levedar Sua linda e sonora leitura
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Postado por Cind Mendes Canuto da Silva
4/11/2015 à 00h57
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Uivar
A noite que a gente sente o frio arrepio de pele e carne Não é de ser gelo, nem de chuva, mas é também dos dois Mudou porque cabeça vira campeando na chuva Não é só o sol que amanhece em todos um dia Chuva encontra fortaleza de pedra e flor de ipê no mesmo vindo Uns logo vão doendo e outros de mais lento ardendo Mais pelugem, abrigo mais constante Menos pelo, abrigo fraco Um soar para esquentar o peito Um sono cão Luz da lua alumia a hora da caça Breu esconde a presa Sangue preto de noite não tem cor Se sangra o outro, come, vive, reina Se sangra o eu, não corre, não cheira, desanda Fome forte dói até o dia, descanso que vem de pouco Inda que leve sono vem no quente da folha verde No cheiro da terra viva d'água que fim veio
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Postado por Cind Mendes Canuto da Silva
17/8/2015 às 20h26
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Voar
O mesmo sol que faz falta de noite Machuca o corpo exposto Venho procurando pela sombra de dia Nem era tão querida Mas tenho visto nela valor Nunca vi outro tempo sertão assim Procuro por água, matéria não falta Ainda tem verde, pena, graveto, terra vermelha Muito que construir casa Mas o coração não aguenta Esse quente que dá vontade na gente de voar Mas voando queima mais Vem chover por aqui vai Vem deixar a gente voar na matéria Que hoje só vôo na ideia Essa nunca deixa de voar
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Postado por Cind Mendes Canuto da Silva
22/7/2015 à 00h38
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Julio Daio Borges
Editor
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