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Domingo,
8/3/2015
Blog de Maria da Graça Almeida
Maria da Graça Almeida
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Limites
Limites maria da graça almeida
Minhas janelas cerram -se quando a emoção ousa falar mais alto do que a razão. Tenho nítida a consciência dos limites, sei onde se alojam meus pontos vulneráveis. Não alimento os propósitos de um campeão que batalha pela própria superação.
Meus passos são silenciosos, minhas mãos, tímidas, frágeis... Meus sonhos, desavisados, sempre adormecem antes da concretização. A excessiva cautela que me habita retrai e distrai a força da intenção.
Das próprias fronteiras, conservo a percepção. Meus marcos não demarcam, isolam. Da impossibilidade, detenho a noção. Meus limites não distinguem, segregam. São chagas vivas...balizas da solidão.
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Postado por Maria da Graça Almeida
8/3/2015 às 18h21
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Pensamento do dia
Há mais pessoas que sopram a vela para apagá-la do que as que o fazem para reativá-la.
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Postado por Maria da Graça Almeida
6/3/2015 às 15h56
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Maria Mortalha
Minhas Marias: a primeira Maria Mortalha Maria da Graça Almeida Cedo, deitou-se Maria, pronta pra logo morrer,
vestindo a alva mortalha, sem medo de adormecer. Os olhos tanto mais fundos coroados por olheiras cerravam-se moribundos nessa hora derradeira. Implorando-lhe ajuda veio um moleque qualquer - Vó, apanha uma agulha, tira-me o bicho do pé Servil levanta a Maria, desvestindo a alva mortalha e já mais morta que viva o bicho do pé estraçalha. Volta, esvaída, Maria para o bom leito de morte, serve-lhe o leite fervente e duros nacos de pão. Com a fome então saciada e o corpo fortalecido, parte a jovem senhora com olhos agradecidos. Maria assim, novamente, põe-se no leito de palha, julgando que certamente não mais tiraria a mortalha.
E eis que lhe chega a vizinha com um pote tosco à mão. Queria do sal só um pouco que lhe salgasse o feijão. Maria deixa o leito... Que a Morte espere um instante... pra atender a boa vizinha, ergueu-se mesmo ofegante. Bem cheio o pote de sal, a dona vai-se embora. Maria já fria descora e aguarda da Morte a hora.
A Morte que vinha chegando notou-a em pele ardente, porém, percebeu que a lida tornara Maria valente. Vendo a mulher à espera, recolhida em seu leito, ordena que se levante e atenda-a com medo no peito Maria, surpresa, coloca os olhos esbugalhados sobre as vestes que a Morte trazia em trapos rotos, rasgados. A Morte impõe, soberana: - Sobreviva só mais um E apontando-lhe as entranhas, ressecadas e vazias, exige-lhe que ao fogo torne e o leite que frio jazia. Maria salta do leito, arranca a tal da mortalha e sem mesura ou respeito, rebelde, à Morte detalha: - Em face dos desmandos alheios,
viverei mais um ano e meio.
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Postado por Maria da Graça Almeida
3/3/2015 às 11h08
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Julio Daio Borges
Editor
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