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Segunda-feira, 2/11/2015
Blog de Valdeck Almeida de Jesus
Valdeck Almeida de Jesus
 
A verdade, uma flor e os três cães da vida



Minorias serão sempre minorias, unidas ou reunidas por interesses do grupo. Mas, juntas, seja em prol de políticas públicas relativas ao seu próprio grupo, seja em rede com outros grupos minoritários, serão sempre muito mais eficientes.

Consciência de que o outro poderia ser eu, de que a situação pode se inverter a qualquer momento, pode nos dar fôlego para defender causas alheias ou, mesmo, fortalecer nossa própria causa. Diz-se por aí que egoísmo é intrínseco ao ser humano e sua sede por sobrevivência, em alguma medida. Mas pode, também, ser motivo para isolamento e ataque a qualquer outra causa que não seja a sua própria.

O título desse texto me veio em sonho às 05:26h do dia 11.09.2015. Sem entender do que se tratava, guardei na tela do celular e fiquei pensando sobre, pesquisando e tentando encontrar na internet alguma frase ou texto que me esclarecesse o sentido, sem sucesso. Quase um mês depois, usei esta frase para finalizar um poema em homenagem a uma pessoa que eu admiro.

O fio da meada, aqui, é a luta por causas, sejam elas do albino, do sarará, quilombola, candomblecista, dos gêneros e transgêneros todos, dos sem gênero, dos portadores de tudo e de nada, enfim, das diferenças, da individualidade, que, como citado acima, poderia se fortalecer, à medida que cada um tomasse consciência de que ninguém está isolado nesta luta, ou, dizendo melhor, cada um poderia se fortalecer mais, caso olhasse para o lado e se sensibilizasse com a luta do outro.

Pelo contrário, quando se percebe alguém numa luta, ao invés de se juntar a ela, à luta ou à pessoa, fica-se especulando aonde aquela pessoa quer chegar, o que ela pretende, qual o verdadeiro motivo da labuta. Isso é compreensível, em tempos de tantas frentes de batalha que beneficiam, apenas, a um ou a uma, em detrimento do coletivo, do grupo. Afinal, a sociedade, o povo, é sempre o outro. Poucos conjugam no presente do indicativo. E poucos ainda incluem, de verdade, o outro.

A discriminação racial é horrenda, não menos que a sexual e de gênero, que a violência contra a mulher, povos indígenas, ciganos, pobres etc. A luta por conquistar espaço e respeito deve, por isso, ser permeada de mãos dadas com cada diversidade, cada dor alheia, cada constrangimento e cada sofrimento, sob pena de perder força e, ao contrário, gerar novos preconceitos, novas discriminações.

Piadas infames relativas a deficientes físicos, mentais, intelectuais; gracejos discriminatórios contra lésbicas, gays, travestis, transsexuais, transgêneros; citações preconceituosas sobre ciganos, povos indígenas, quilombolas, negros, pobres, sem terra e sem teto; discriminações de iletrados e analfabetos; nada disso tem graça, nem mesmo quando é feito no resguardo do lar, com poucas testemunhas. A afirmação de nenhum grupo minoritário deve ser feita usando outros grupos como cobaia, como motivo de riso, de discriminação. Isso é crime, é desrespeito, é assassinato.

Portanto, mãos dadas e abraços coletivos, fortalecem e ampliam o raio de ação de qualquer luta. A verdade nem sempre é unguento para a alma. Uma flor abre portas no coração. Ah, os três cães da vida? Descobri que existe, no Inferno de Dante, e eles guardam a saída do inferno. Quem entra, não sai. Não coloque ninguém lá...

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Postado por Valdeck Almeida de Jesus
2/11/2015 às 17h58

 
Um Poema em Cada Árvore na Praça Almeida Couto

Galinha Pulando participa do projeto literário e ecológico!

O projeto "Um Poema em Cada Árvore" foi idealizado em 2010 pelo poeta Marcelo Rocha, em Governador Valadares/MG e apoiado pelo Instituto Psia. Aqui em Salvador, dia 21 de setembro, das 9 às 14hs, vai acontecer na Praça Almeida Couto, no bairro Nazaré, com apoio do site Galinha Pulando. Serão selecionados poemas de autores, via internet, e expostos em árvores para leitura pública. Interessados devem remeter poemas para [email protected] até sexta-feira (18/09), com nome do autor e endereço de blog ou site.

O projeto visa despertar o interesse pela leitura, divulgação de poemas de autores locais e faz parte de uma mobilização nacional em que cidades do país inteiro realizam a mesma atividade gratuita e sem limitação de idade.

Para Valdeck Almeida de Jesus, poeta e jornalista, que mantém o site Galinha Pulando, "esta atividade é de extrema importância para integrar atividades diversas, como publicação, leitura, ecologia, distribuição, estímulo à leitura e divulgação de textos poéticos, que ajuda a elevar os índices de leitura no Brasil".

Galinha Pulando - O site e editora Galinha Pulando promovem, desde 2005, um concurso literário internacional, que completa dez anos com mais de 1700 poetas publicados em vinte países aonde a língua portuguesa chega. O poeta Valdeck Almeida de Jesus é o mantenedor e patrocinador do concurso que já revelou autores de todas as idades.

Um Poema em Cada Árvote

Quando: 21 de setembro 2015
Onde: Praça Almeida Couto, Nazaré, Salvador-BA
Horário: 9h e 14h
Quanto: Grátis
Mais informações: www.galinhapulando.com
Telefone: (71) 9345-5255

Fonte: Galinha Pulando

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Postado por Valdeck Almeida de Jesus
15/9/2015 às 10h14

 
Muito como um Rei, de Fábio Mandingo



"O Olodum dignificava o brega, dava uma direção ao mangue, era o que eu sentia. O cotidiano era sempre um inferno de violência e sexo e sangue quente escorrendo entre as pedras e mau cheiro de merda e urina. Fumaça de lixo queimando dentro das carcaças dos casarões em ruínas, barulhos de bolas de sinuca batendo, cachaça sendo jogada na rua pro santo. Bitelo foi morto pelo melhor amigo com golpes de faca de cozinha na hora de dividir um roubo, Dico foi preso com maconha na subida do São Miguel e apanhou tanto que teve o baço estourado por um pisão de coturno, Clarinda perdeu um dedo na briga com Lídia Brondi, a travesti, que tava pegando o marido dela... vixe... Dois-Mundo bateu em dois polícia que tavam arregando a mesa de bicho dele e andava meio sumido da área".

À guisa de epígrafe, transcrevo o trecho do conto "Infanto Juvenil V", do livro em questão, porque é, também, o que sinto. É o que me toca, o que me recorda, me leva a infâncias na longínqua Rua da Palha e em outros lugares escrotos onde vivi. E é o que sinto ao ler "Muito como um Rei", do escritor Fábio Mandingo. Quem não teve ou não passou por uma situação limite, daquelas que podem decidir o futuro entre céu e inferno? Mas da forma como Fábio escreve, a gente, mesmo que não tenha sentido, passa a sentir, pela simplicidade da linguagem, em que personagens e narrador demonstram habitar o mesmo limbo, a mesma atmosfera. A verossimilhança não deixa dúvidas, não permite questionamentos, só experimentar, ir junto ao fluxo de pensamento e ter vertigens, tantas quantas aguentar.

Perebas, perebas e mais perebas, de todos os tipos, com pus, lambida de cachorro, cutucada, arrancada com as unhas, e petróleo grudado na pele, após "caídas" nas águas fétidas da Praia de Cantagalo. Memórias, ancestralidades, lembranças, realidades que marcaram muitas pernas e mentes de quem por ali passou, quem viveu aquela realidade mais parecida com o limiar do inferno. Mas nem sempre a dor e a miséria são absolutas.

No meio de todo esse assombro, tinha poesia: o sol escolhia descer primeiro na Igreja dos Alagados, depois lambia as pedras do Bate Estaca; e reflexão filosófica: "amor, igreja, polícia, gente rica, é tudo a mesma merda, tudo enganação"...

As memórias são ativadas durante toda a leitura do livro, é o cheiro de castanha assando no quintal, cascudos dados e tomados, meninos mais velhos chamando os menores de "meu gado", e as arruaças e as brincadeiras de rua, as quedas na água da maré, ver televisão na casa da única vizinha onde havia um aparelho preto e branco (com plástico azul pra parecer colorida), chão de cimento vermelho, touca de meia-calça na cabeça de todas as mulheres, que não tiravam pra nada, filhos de mulheres e homens cachaceiros, tubaína, as festas de debutantes de "boa família", no Clube Itapagipe, onde a personagem do conto não podia entrar por não possuir carteira de sócio... e a conga no pé, pra escola, pra festa, pra feira, pra onde quer que tivesse que ir, inclusive para festa de aniversário; jogo de botão, os namoros escondidos em que a visitante do interior beijava a rua inteira, acender palito de fósforo no cimento, saco de aniagem, acordar de madrugada quando a água chegava, limusine de quarenta lugares, agressão policial e roleta russa com a cara enfiada na areia.

E a dor e a miséria e a falta de horizonte se aniquilam diante do grito "Sou artista, sou artista". E, como "Todo Menino é um Rei", a personagem também se declara rei, declara seu milênio, e, apesar dos apelidos de macarrão 18, tripa, lombriga, vara de tirar caju, a fome que lhe alimenta é a fome de mundo, que lhe moveu à vitória de ter tudo, Muito como um Rei.

Fonte: http://galinhapulando.blogspot.com.br/2015/09/muito-como-um-rei-de-fabio-mandingo.html

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Postado por Valdeck Almeida de Jesus
4/9/2015 às 13h26

 
A grandiosa máquina em busca do êxito


Valdeck Almeida, Maria Prado de Oliveira, Jorge Montenegro Ballesteros e Luiz Menezes



"O cerebro, a tocha no escuro e cego caminho do desenvolvimento humano". Jorge Montenegro Ballesteros

A atualidade está regida por diversas barreiras para o desenvolvimento humano, barreiras estas que testam a capacidade dos estudantes, profissionais e da comunidade em geral de resistir, ultrapassar e vencer esses obstáculos. Tudo se concentra no conceito errático e diversificado de "competência". Porém, o que é necessário para superar os desafios?

O cérebro é a máquina mais complexa e difícil de ser decifrada. Ao longo da história, desde milhões de anos, apresenta uma evolução lenta mas significativa no seu tamanho, desde o Australopiteco, com 400cm³ aproximadamente, passando pelo Homo Erectus com 1000cm³ e chegando à atual configuração com mais ou menos 1500cm³. Para manter o cérebro em contínuo funcionamento, e explorar todo o seu potencial, deve-se fazer uso da arte da leitura e da escrita, como bem disse o escritor espanhol Emili Teixidor: "A leitura é o único instrumento que o cérebro tem para progredir, nos dá o alimento que faz o cérebro viver" (tradução livre).

A leitura e a escrita cumprem um papel fundamental para o desenvolvimento nosso como pessoas, tanto intelectual como fisicamente, e fazem com que o cérebro adquira maior e melhor capacidade de autodesenvolvimento; leitura e escrita são o lubrificante das engrenagens do seu complexo mecanismo. Ler influencia sensivelmente as reações do cérebro; ativa e promove o hemisfério esquerdo, encarregado de distintas habilidades tais como a linguística - linguagem crítica, razão, capacidade para os números e a fala; incremento da rede neuronal e massa cinzenta.

A capacidade de ler implica o uso de redes corticais, iniciando um processo através da estimulação visual, determinada pelo que estamos lendo; interconectando-se com a zona de acesso ao significado, a qual nos determina o conceito e a série de caracteres que estão passando por nossas vistas e, finalmente, à zona de articulação, onde se cria cadeias de palavras com significado coerente. As redes corticais são emolduradas em duas áreas fundamentais no processo da leitura e escrita, a área motriz da linguagem de "Broca" e a área sensorial de linguagem de "Wernick".

"A capacidade leitora modifica o cérebro", afirma o neurologista Stanislas Dehaene, catedrático de Psicologia Cognitiva Experimental do Collège de France, em seu livro "Os neurônios da leitura" (Odile Jacob).

Segundo a escola Latino-americana de Educação, ler e escrever trazem consequências implícitas. O estimulo à leitura ativa o cérebro e permite um aumento do número de palavras lidas por minuto; amplia a capacidade de uma escrita mais coerente, avançada; amplia a competência para compreender conceitos, podendo, assim, construir encadeamento de palavras cada vez mais complexas e coerentes. Ao falar de leitura e escrita deve-se ter em mente o profundo conceito totalizador, como a meta-cognição, definida como a regulação de nossos próprios processos mentais, propiciando a meta-leitura, interação direta do "saber ler" e "o conhecimento sobre a leitura".

Ler e escrever é um trabalho difícil e ainda mais árduo quando se pretende realizá-lo perfeito. Assim, se pretende aqui um pensamento crítico destinado a qualquer tipo de leitura: no momento da leitura se deve ser versátil e estar disposto a qualquer tipo de texto, sem importar seu gênero, seu autor etc, como bem afirmou Emili Teixidor: "estar mais disposto a abrir-se a outras vidas".

"Temos que ler com intensidade, lentamente, com cuidado, vivendo a vida das palavras", disse Gabilondo, jornalista espanhol.

O exercício da leitura e da escrita facilitam tudo a que se refere a um desenvolvimento integral do ser humano, fazendo com que este seja mais capaz de enfrentar qualquer fenômeno social, ético, moral ou filosófico; propicia o poder da palavra, do convencimento e da boa expressão em um determinado público, tal qual disse Cicerón, "falar não se aprende falando, mas lendo".

"Na vida é necessário ler para educar-se, e além disso, é encontrar o prazer em educar-se" (O desafio da leitura, José Morais).

E todo este complexo de características se refletem em êxito, seja como estudante universitário ou como profissional, como afirma um estudo realizado pela universidade de Orxford, o qual assegura que o sujeito que lê bem, e lê o que gosta, terá maior habilidade como empreendedor, o torna capaz de superar cada obstáculo que a vida lhe apresente. "O leitor e escritor sem sensibilidade literária só se interessa pelos atos, porque só é capaz de fazer assim" (A experiência de ler, como lê um mal leitor", Clive Stapes Lewis, 2000).

Agradecimentos - Agradeço em especial à professora Magnolia Ramírez, da disciplina Compreensão de Textos, da Faculdade de Engenharia da Universidade Distrital Francisco José de Caldas, por sua colaboração, guia e tutoria no meu processo de aprendizagem; e a Valdeck Almeida de Jesus pela gentileza da leitura atenta, tradução e publicação deste artigo apresentado durante o Parlamento Jovem, no XIII Parlamento Nacional de Escritores da Colômbia, de 12 a 15 de agosto de 2015, em Cartagena das Índias, Colômbia.

Jorge Fernando Montenegro Ballesteros, 17 anos, estuda engenharia industrial, terceiro semestre, na Universidad Distrital Francisco Jose de Caldas, em Bogotá; escrive textos de caráter científico, ensaios e algo de crítica literária. Agora, está se apaixonando pelo mundo da poesia.

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Postado por Valdeck Almeida de Jesus
29/8/2015 às 12h39

 
A Bahia presente na Bienal do Livro do Rio 2015

"Prêmio Literário Galinha Pulando" e "Plataforma na Poesia" são os títulos participantes

Escritores baianos e de várias partes do mundo estão no livro "Prêmio Galinha Pulando de Literatura". A edição 2015 é resultado de um concurso internacional em que uma equipe de escritores e jornalistas seleciona poetas. O certame tem apoio institucional do Sarau da Onça, União Baiana de Escritores - Ubesc e Plano Nacional do Livro e Leitura - PNLL. Patrocinado integralmente desde 2005 pelo seu organizador, Valdeck Almeida de Jesus, o projeto teve uma ajuda em 2014 e 2015 dos escritores Luiz Menezes de Miranda, Conceição Castro, Jania Souza e outros, através do site Kickante. Todos os poetas listados terão seus textos incluídos no livro que está à venda na PerSe Editora, no Pavilhão Verde, na Rua L, Estande 12, principal via de acesso para os visitantes. A bienal do Rio acontece de 03 a 13 de setembro de 2015 no Riocentro, Avenida Salvador Allende, 6555, Barra da Tijuca, Rio de Janeiro-RJ.

O livro "Plataforma na Poesia", de Perinho Santana, traz vários textos em que o trabalho artístico do poeta é demonstrado e, tanto a obra quanto o seu criador evocam compromisso social, preocupação com o meio ambiente, com as pessoas, a preservação da memória afetiva, as relações que regem a comunidade, ou seja, tudo aquilo que a sociedade moderna rejeita: carinho, cuidado, afetividade, respeito, solidariedade.

O segundo livro exposto no estande da PerSe é "Prêmio Literário Galinha Pulando", cujos poetas estão listados abaixo:

É foda ser negro no Brasil - 1º lugar (Bruno Cupertino), A angústia da página em branco - 2º lugar (Milica San), Pássaro Livre - 3º lugar (Carlos Marcos), Africasil - 4º lugar (Indemar Nascimento), Vertiginoso dilúculo - 5º lugar (Ricardo Lacava), A sinfonia do amor - 6º lugar (Alberto da Costa), Das vezes que eu nasci em mim - 7º lugar (Ayrton Alves), Intimo das pedras - 8º lugar (Beto Acioli), Baile de Asas - 9º lugar (Tiago Oliveira), Verso inverso de mim - 10º lugar (Adriele Reis de Oliveira).

Menções Honrosas: Pássaro livre (Carlos Marcos Faustino), A poesia está morta (Camila Ceuta), A moribunda lusa (Ana Esther), Ode à Montanha (Nilda Lima), Salva a dor (Dom Rimático), O vento e a palha (Linna Rios).

Poetas convidados: Adriana Quezado, Fabiana Lima e Indemar Nascimento.

Todos os poetas e poemas que entrarão no livro: Matem a Tica (Adalmir Chabi Silva), Câncer Viúvo (Adriana Quezado), Gotas de Sangue (Adriano Ferris), Verso inverso de mim (Adriele Reis de Oliveira), O homem sem cabeça (Afonso Soares), A sinfonia do amor (Alberto da Costa), Acreditem nas crianças (Amador Madalena Maia), A Moribunda Lusa (Ana Esther), Você é o amor (Angela Mota), Das vezes que eu nasci em mim (Ayrton Alves), Íntimo das pedras (Beto Acioli), É foda ser negro no Brasil (Bruno Cupertino), A poesia está morta (Camila Ceuta), Pássaro Livre (Carlos Marcos Faustino), Roeu (Carol Rooke), Vazio (Célia Chamiça), Passou (Celinei Pessoa Simões), Nova Cruzada (Cleyson Gomes), Parafraseando... (Danny Profeta), O Dia Primeiro (Danielle Rosa), Vem (Deusdete Silva), Salva a dor (Dom Rimático), Amor? (Ed Carlos), Se entregue a Mim! (Edison Mendes), Homem diante do mar (Emanuel Medeiros Vieira), Poeta (Erilva Leite), Ao lume de uma desbravadora afro-brasileira: Maria Firmina dos Reis (Eulália Costa), Convocação! (Fabiana Lima), Jorge Mautner - o Poeta Maldito (Fabiano Bezerra Madeira Jaegger), Odisseia da pedra (Felipe Barbosa Loriaga Leão), O exorcista (Fred Albano Pereira), Soneto horroroso (Gerson Clayton Rodrigues dos Santos), Longo Adeus à Juventude (Gustavo Fernandes), Esquecidos (Hilda Maria Vieira Lacerda), Ídolos (Humberto Schvabe), Africasil (Indemar Nascimento), Ai de mim (Isabella Luiz), Entre as estrelas (Joaquim Gomes Alves), Poema Toque do Berimbau (Jones Storm), Burguesia (Kesianne Suelen Barbosa Ferreira), Se um dia eu deixar de te ver (Laura Jane Silva), Dá-lhe Lama, Dalai Lama (Leno Serra Callins), O Vento e a Palha (Linna Rios), Maria Lúcia (Lúcia Grespan), Cruzamentos (Ludilia Chirindza), O poeta (Luiz Santos), Gregório de Matos (Marcia Maria Guerra Conceição Sena), A Santa Ceia (Márcio Dison), O Circo, O Palhaço, O Menino (Marcos Peixe), O Ser engole o Ter? (Marcos Paulo Viana), O que tem mais a beijar? (Margô Lopez), Gosto de ficar assim (Marne Pimentel), Preciso me livrar (Mateus Araújo), A angústia da página em branco (Milica San), Receita da Paixão Perpétua (Nairson Luiz Santos), Ode à Montanha (Nilda Lima Graeser), Poesia Solitária (Norma Aparecida Silveira de Moraes), Cidade (Paula Ramos Vinagre de Carvalho), Mundo Complexo - Parte II (Rberg Reis), Vertiginoso Dilúculo (Ricardo Lacava), PM de fuzil na mão (Riltton Santos), Opressão (Roberto Noir), Triste parte deste tempo (Rodrigo Sardeiro), Vejo fatos, relatos e histórias reais (Ronald Castro), Acabou o café (Ronaldo Henrique Barvosa Junior), Literatura (Silvio Parise), Rap (Oliveira Tatti), Milliana, na dor do esquecimento (Telmo Calisto), O Eu encontro (Teresa Cristina), Baile de asas (Tiago Oliveira), Rotina (Valdelice Lima de Sena), Chega! (Valter Bitencourt Júnior), Tudo por dinheiro (Varenka de Fátima Araújo), Flerte (Vivian de Moraes) e Se o sol explodisse (Yitzhak Ben-Gurion).

Sonho antigo: Valdeck Almeida acalentou a idéia do concurso desde seus 12 anos de idade, quando o escritor teve o primeiro contato com a poesia de Drummond, Castro Alves, Augusto dos Anjos e os cordéis escritos por vários gênios da literatura popular nordestina. Há 37 anos o Valdeck compõe poemas e se aventura pelo mundo dos contos e crônicas.

O primeiro livro-filho, "Feitiço Contra o Feiticeiro", no entanto, só veio à luz após vinte anos de gestação. Foi parido, parto normal, e caminha até hoje por este Brasil a fora. O segundo livro, "Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden", biografia romanceada, faz tanto sucesso que foi traduzido para o inglês.

Valdeck Almeida de Jesus sabe o que é correr atrás de editoras e receber não como resposta. Ele não queria que outros poetas tivessem a mesma sorte. Por isso, criou o "Prêmio Literário Valdeck Almeida de Jesus", que dá oportunidade a gente do mundo inteiro. Nesses dez anos, o concurso já homenageou Jean Wyllys e Jorge Amado, em edições especiais, além de divulgar artistas plásticos como Nilda Lima, Fábio Haendel, Ed Ribeiro, Rosana Griloni e Richard Calil Bulos com pinturas que ilustraram capa ou contracapa das edições. Em 2010 o projeto foi citado no livro "Plano Nacional do Livro e Leitura: Textos e Histórias - 2006/2010", organizado por José Castilho Marques Neto, além de fazer parte de um CD que o Ministério da Cultura distribuiu às bibliotecas e entidades ligadas ao livro e à leitura no país. Além destes destaques, o organizador do certame destaca a participação de jovens e adultos, de todas as idades, do Brasil e do exterior: "os depoimentos de poetas e poetisas, em mensagens de agradecimento e de demonstração de felicidade quando são selecionados me estimulam a seguir adiante, apesar dos percalços e da falta de patrocínio", declara.

Sobre o organizador: Valdeck Almeida de Jesus é um poeta e sonhador. Lançou os seguintes livros: "Heartache Poems. A Brazilian Gay Man Coming Out from the Closet", iUniverse, New York, USA, 2004; "Feitiço Contra o Feiticeiro", Scortecci, São Paulo, 2005; 20% da renda doada às Obras Sociais de Irmã Dulce; "Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden", Scortecci, São Paulo, 2005; 1ª edição - 100% da renda doada às Obras Sociais de Irmã Dulce; "Jamais Esquecerei do Brother Jean Wyllys", Casa do Novo Autor, São Paulo, 2006; "1ª Antologia Poética Valdeck Almeida de Jesus", Casa do Novo Autor, São Paulo, 2006; "Memorial do Inferno. A Saga da Família Almeida no Jardim do Éden", Giz Editorial, São Paulo, 2007 - 2ª edição; 20% da renda doada às Obras Sociais de Irmã Dulce; Participa de mais de vinte antologias de poesias.

Fonte: ITEIA

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Postado por Valdeck Almeida de Jesus
25/8/2015 às 11h12

 
Escritores baianos fazem sucesso na Colômbia

Luiz Menezes, Maria Prado e Valdeck Almeida.

"Não vim só, não estou só, tenho todos vocês". Com esta fala, e tirando camisas do Sarau da Onça e da Galinha Pulando, eu comecei minha apresentação, que arrancou aplausos antes e depois da leitura de um resumo sobre o panorama da arte da palavra no Brasil, Bahia e Salvador. Para provocar, eu disse que tinha ido à Colômbia em busca de traficantes, e que tinha encontrado vários deles, todos viciados em traficar palavras, livros, ideias e sonhos, aos quais me juntei.

O XIII Parlamento Nacional de Escritores da Colômbia aconteceu de 12 a 15 de agosto de 2015, em Cartagena das Índias, e foi marcante demais. Viajei dia 10, junto com Maria Prado de Oliveira e Luiz Menezes de Miranda, ficamos no mesmo hotel e aproveitamos tudo o que o evento proporcionou, e mais um pouco. Chegamos um dia antes da estreia do parlamento e nos acomodamos no Stil Cartagena Hotel, na Plazuela Telecom, bairro La Matuna, região central da cidade. Apesar do calor e da umidade do clima, não foi difícil esquecer o incômodo e sair pelo Centro Histórico, conhecido como Cidade Murada e aproveitar as belezas naturais do lugar.

A primeira providência foi visitar a Rádio Universidade de Cartagena, onde tínhamos uma entrevista agendada com a jornalista Laura Romero, muito simpática, que nos recebeu e confirmou o encontro para o dia seguinte. Bem cedinho, dia 11, fizemos a caminhada outra vez e lá estávamos, felizes, sob os cuidados de Laura e sua equipe, sendo entrevistados. Demos o recado, falamos sobre nossas produções literárias e da apresentação que faríamos no Parlamento de Escritores. Maria Prado de Oliveira explanou sobre o conto "Umas Acadêmicas", do livro "Urbanos, Humanos, Estranhos"; Luiz Menezes falou sobre o Sarau da Onça e do artigo sobre o grupo de poetas; eu distribuí exemplares autografados do livro "Poesias ao Vento: vinte poemas de amor e uma crônica desesperada", ilustrado por Zezé Olukemi, e li poemas, além de falar rapidamente sobre o Parlamento de Escritores. Apesar do pouco domínio da língua espanhola, nos saímos muito bem e deixamos amigos na universidade, portas abertas para novos contatos.

Parlamento Nacional
Durante quatro dias a agenda foi apertada, entre palestras, leituras de poemas, exposições, divulgações de livros etc, que consumiu o tempo inteiro da gente, com muito prazer, é claro. Só não ficamos para o encontro de encerramento, porque coincidia com horários de saída do hotel e embarque para o Brasil. Mas desde a cerimônia para imprensa, ainda no hotel, cerimonial de abertura do parlamento, no Teatro Adolfo Mejía e jantar de gala no Club Unión de Cartagena, não perdemos nada. Na cerimônia de abertura, um show musical preparou o ambiente e a alma de todos nós para o restante da programação. O destaque foi para o escritor Andrés Brum, que recebeu o livro de ouro por sua atuação literária. Em agradecimento, ele dedicou o prêmio a todos os escritores e escritoras que lutam por liberdade de expressão e por democracia. Ele pediu o apoio do Parlamento de Escritores à luta em prol da leitura e da escrita e o incentivo de oficinas de criação literária, para que cada autor pudesse falar de si e de suas experiências para enriquecer o debate contra a fome, violência e morte de jovens.

No dia seguinte, quinta-feira (13), tiramos uma tarde de folga para conhecer a praia de Boca Grande e tentar conhecer a Escola do Corpo, para projetos futuros de intercâmbio entre Brasil e Colômbia. Nosso dia a dia em Cartagena, não se repetia, porque, apesar de ter uma programação extensa, o assunto, literatura, estava rolando solto, com conversas nos bastidores, troca de livros, anotações de contatos, fotos para álbuns nas redes sociais e a cordialidade do colombiano, que vale registro.

Em nossas apresentações, percebemos olhos e ouvidos atentos ao que os brasileiros tinham pra mostrar. Maria Prado contou com uma plateia em silêncio na leitura de seu texto, que depois foi distribuído entre os escritores e colocado estrategicamente em bancos da praça Telecom, em frente ao hotel onde nos hospedamos. Luiz Menezes recitou e leu sua apresentação sobre o Sarau da Onça, em português, e distribuiu, também, cópias traduzidas entre a audiência. Eu, Valdeck Almeida, fiz leitura de poemas e tracei um breve panorama sobre as políticas literárias do Brasil, citando o Plano Nacional do Livro, o Plano Estadual do Livro e o Plano Municipal do Livro, Leitura e Biblioteca de Salvador. Dei exemplos exitosos da capital baiana como a Primeira Parada do Livro, o Selo Literário João Ubaldo e o Prêmio Jorge Amado de Literatura. Nomeei alguns membros do Conselho Diretivo do PMLLB: Célia Sacramento, Lurdes de Fátima, Jorge Baptista Carrano, Solange do Espírito Santo, Adriana Reis, saudando à presidente honorária do Parlamento, Guiomar Cuesta Escobar, fazendo observação e parabenizando às mulheres por serem maioria nessa citação. De quebra, fiz uma apresentação em que citei a União Baiana de Escritores - UBESC e os coletivos Sarau da Onça, Grupo Ágape, Sarau do Gheto, Sarau da Paz, Sarau Bem Black, Sarau da Jaca, Sarau do Gato Preto, entre outros.

Maria Prado, Pedro Blas e Valdeck Almeida.

O recital na Plaza Trinindad, no bairro Getsemaní, no penúltimo dia, coroou de êxito o parlamento. Ali estávamos ao ar livre, rodeados de curiosos, amantes da poesia, poetas declamando, a praça lotada, onde se podia comprar desde um pastel, uma arepa típica ou uma fruta fresquinha. Ao redor, restaurantes e lanchonetes onde eram servidas outras iguarias. Andar pelas ruas e becos da cidade era ao mesmo tempo um misto de surpresa e alegria, pois o patrimônio histórico é muito bem cuidado e a segurança pública funciona. De quebra, jantamos no restaurante El Santíssimo, com ambiente requintado e comida de nível internacional, mesclada com a culinária caribenha. Passamos pelas praças e pontos turísticos, tiramos muitas fotos e aproveitamos bastante a estadia em Cartagena. Conhecemos, dentre outros lugares, a Torre del Reloj, Teatro Adolfo Mejía, praia de Boca Grande, Club Unión, Universidade de Cartagena, Universidade Tadeo Lozano, Colegio Mayor de Bolívar etc.

Fizemos varios amigos, dentre eles Johan Salgado, Hallyson Stefanía, Andres David Cardozo Escobar, Cristian Camilo Hidaldo e Jorge Fernando Montenegro Ballesteros, do Parlamento Jovem, uma novidade do evento, que reuniu jovens escritores de toda a Colômbia, para debates, recitais e, também, intercâmbio com os escritores veteranos. Importante iniciativa, que traz novas ideias e também cria expectativas para o futuro do parlamento, que precisa de sangue novo para continuar a caminhada. Também nos encontramos com Carmen Ceci Morales, Sonia Solarte Orejuela e Fernando Chelle. Eu levei livros que João Vanderlei de Morais Filho me pediu para entregar ao poeta Pedro Blas Julio Romero, o qual conheci e gostei da pessoa e da obra apresentada durante o parlamento e em recitais na Praça Trinindad.

Presentes para todos, livros, livros, a mão cheia: ¡Alfa, Casa y Aldea! - Andrés Elías Flórez Brum; Vovó Lulu - Maria Prado de Oliveira; Poesías al viento: veinte poemas de amor y una crónica desesperada - Valdeck Almeida de Jesus; Cabaré - Luiz Menezes de Miranda; Generación Fallida - varios escritores; Actores de arena - Jarl Ricardo Babot; Gente que camina - Mariela Zuluaga; Poemas soñados en un Mar de Ilusiones - Néstor Augusto Esquivel Donato; Navegando en el mar del tiempo - Jaime Enrique Otero Sáez; Poetas Aguachiquenses - José Orlando Blanco Toscano (organizador); Agujas contra el tiempo - Carmen Cecilia Morales Gonzales; Ritual del silencio - Gerardo Frey Campo Gómez; Revista Cotoxó, editada em Jequié por Domingos Ailton Ribeiro de Carvalho; Me salva un poema - Mara Castell; Dicionário de Escritores Contemporâneos da Bahia - Carlos Souza Yeshua; Escritores Baianos - um panorama - Fundação Cultural do Estado da Bahia - Funceb e Fundação Pedro Calmon - FPC.

Os organizadores e patrocinadores do XIII Parlamento Nacional de Escritores estão de parabéns, pelo cuidado e carinho com seus convidados e pela condução dos trabalhos. Eu, Luiz Menezes e Maria Prado de Oliveira ficamos encantados. Eu, apesar de estar na cidade pela segunda vez, também me surpreendi, pois desta vez pude aproveitar melhor o evento, além de contar com a companhia de meus amigos brasileiros. Para Maria, "eventos de pensamento sempre são fontes inesgotáveis de trocas, de intercâmbios prósperos, de novas amizades...". E completa: "o XIII Parlamento de Escritores da Colômbia foi tudo isso e muito mais... A cidade de Cartagena das Índias é mágica e belíssima... Assim como em Paraty, no Rio de Janeiro, que faz uma festa literária internacional há mais de uma década, e Cachoeira, na Bahia, que também sedia um evento literário nos últimos anos, além de outras lindas cidades, no Brasil e no mundo, que promovem festas, feiras e encontros literários, Cartagena é um cenário encantador para um encontro entre escritores de várias partes do mundo...". Luiz Menezes já planeja seu retorno em 2016, prometendo levar mais poetas para o encontro. Deixamos saudades e boas recordações. Luiz distribuiu fitas do Senhor do Bonfim e outros presentinhos, que agradaram a todos. Maria distribuiu cópias de seu conto e Valdeck presenteou a equipe do parlamento com mini berimbaus e livros de sua autoria para os participantes do encontro de escritores.

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Postado por Valdeck Almeida de Jesus
20/8/2015 às 10h00

 
Terceirização dos Juízes e Desembargadores

Dados indicam que a quantidade de juízes e desembargadores no Brasil está abaixo do ideal e que as queixas abarrotam varas e tribunais, com ações que se arrastam por anos. Isso leva a superlotação de presídios e delegacias de bairros, onde pessoas com penas já cumpridas ou aquelas sem julgamento esperam por justiça. Este é apenas um detalhe do mosaico que a terceirização promove.

Agora está na moda falar sobre terceirizados e as consequências, boas ou ruins de se "flexibilizar" direitos trabalhistas, "sanear" o Estado, tornar "eficiente" a máquina administrativa pública etc etc. Por trás desse discurso pode ter outras intenções, nem sempre positivas. Espera-se que a União, Estados e Municípios, bem como o Distrito Federal sejam mais transparentes e que seus gastos sejam maiores em políticas públicas do que com manutenção da máquina. Os recursos economizados com o enxugamento e racionalização que se executam, nem sempre são traduzidos em benefícios para a população. Mas esta é outra discussão.

Terceirizar, que parece um "problema" muito novo e que assombra trabalhadores com a diminuição dos salários, aumento de carga horária e outros fantasmas, na verdade, já é realidade há muito tempo. Uma determinada instituição, em 1990, possuía um quadro de funcionários mais ou menos assim: porteiros, vigilantes (seguranças), copeiros, executantes (transporte de correspondências e materiais de expedientes), motoristas, eletricistas, telefonistas, mecânicos, engenheiros, pintores, médico, profissionais de informática, funcionários para limpeza etc. Em 2015 só existem duas categorias: técnicos e analistas. Os demais cargos foram extintos ou estão em processo de extinção. No lugar dos servidores, foram contratados terceirizados. Até os juízes.

A piada que rola solta é que estes precisam ter "segundo grau". Mas no fundo, não se trata de piada. Hoje em dia, basta ter segundo grau para que qualquer cidadão possa se candidatar a uma vaga de juiz leigo, conciliador ou algo que o valha. Ou seja, não há limite para o desmantelamento do Estado.

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Postado por Valdeck Almeida de Jesus
5/8/2015 às 10h47

 
Iara Abreu expõe artes visuais com poesia



Valdeck Almeida de Jesus teve três poemas ilustrados e participa da mostra.

ASPECTOS URBANOS - Artes visuais e poesia é um perfeito "dueto" cultural que traduz em imagem e literatura poética, o sentimento, a imaginação, a política, a cultura dos povos, na visão pessoal e peculiar de cada autor. Podemos "desenhar com as palavras e escrever com as linhas". Entender, perceber, interpretar, depende da sensibilidade, interesse e conhecimento de cada um. O texto por si só fala e a imagem também por si só fala, porém, essas duas linguagens juntas, têm uma força difusora surpreendente. Estamos em um mundo por excelência visual, mas que felizmente, também fala em poesia.

"Aspectos Urbanos" é uma narrativa visual urbana, inspirada na própria vivência, na cidade com sua geometria, seus passantes, sua diversidade cultural. Seu colorido e seu aspecto físico às vezes sufocante. O sonho e a realidade de cada indivíduo, com seus questionamentos e acontecimentos decorrentes. Suas dificuldades, mas também as possibilidades que oferece a cidade, registrada em artes visuais e linguagem poética ilustrada. As ilustrações dialogam com os poemas que dialogam com as pinturas e tema.

A primeira exposição foi em 2005 no Centro Cultural de Contagem-MG, "Pinturas Urbanas", uma narrativa visual urbana, com um metro de altura por onze metros de extensão, além de outras telas já existentes sobre o tema. A exposição foi enriquecida com fragmentos do livro "Cidades Invisíveis" de Ítalo Calvino e contou também com retratos esculturais em terracota e pintura objeto.

Em 2008, o Projeto "Aspectos Urbanos" foi selecionado por edital da Biblioteca Pública Estadual Luiz de Bessa, para a Galeria Paulo Campos Guimarães, em Belo Horizonte-MG e, a partir daí, recebeu convites para outros centos culturais, galerias e bibliotecas da capital mineira.

Iara acredita em ações e na força de projetos coletivos, interdisciplinaridade de linguagem, artes híbridas, intercâmbios culturais, etc. Como frequenta grupos de poetas e saraus em Belo Horizonte, MG, convidou alguns amigos poetas a participarem da exposição cedendo um, texto ou poemas que dialogassem com o tema "Aspectos Urbanos" e as imagens. Os poetas não só aceitaram o convite, como gostaram da ideia e indicaram outros poetas e a primeira exposição acabou contando com a participação de trinta e cinco poetas e sessenta e quatro poemas ilustrados.

A convite o projeto foi se instalando em vários lugares e com vários formatos sempre em diálogo com os espaços. Atualmente o projeto se compõe de um painel "urbe" (11 metros extensão), desenhos, aquarelas, fotografias, objetos como geométricos poéticos, rosário poético, totens, mini caixa arquivo de poemas ilustrados e um livro objeto, (formatado em rolo lembrando os pergaminhos, com 40 metros em poemas ilustrados); uma pequena escultura em terracota e os poemas ilustrados. O projeto conta atualmente com a participação de oitenta poetas, que gentilmente cederam seus poemas que dialogam com o tema e imagens das pinturas, o que resultou em 200 poemas ilustrados. A maioria desses poetas é de Minas Gerais, mas há alguns poetas de outros estados e países. O projeto percorreu vários espaços culturais como centros culturais e galerias divulgando essas duas linguagens. Foram distribuídas aproximadamente, nesses dez anos de existência efetiva, 50 mil cópias impressas dos poemas ilustrados, ao público presente nas mostras e no decorrer das exposições. O projeto foi ainda tema de conteúdo de curso no curso de Educação Continuada - Gestão de Projetos Culturais da PUC em 2012.

Participam desta mostra: Affonso Romano de Sant'Anna, Alice Ruiz,Valdeck Almeida de Jesus, Andréia Donadon, Angela Togeiro, Bilá Bernardes, Brenda Marques Pena, Bruno Grossi, Cicero Cristófaro, Cláudio Bento, Clevane Pessoa, Clóvis Campelo, Dagmar Braga, Dimythryus, Diovani Mendonça, Eduardo Rennó, Efrain Bartolomé, Enrique Godoy Durán, Fátima Sampaio, Fernando Aguiar, France Gripp, Gabriel Bicalho, Graça Campos, Jaak Bosmans, João Evangelista Rodrigues, J.B.Donadon-Leal, Jorge Emil, Jorge de Oliveira Santos, José Alcebíades Frota, José Estanislau, Jose Hilton Rosa, José Saramago, J.S.Ferreira, Karina Araújo Campos, Leonardo de Magalhaens, Luciana Campos, Luciana Tannus, Luiz Lyrio(+), Luiz Otávio Oliani, Marco Aurélio Lisboa, Marcos Assis, Marcos Fabrício, Maria Inês Veloso de Abreu, Marta Helena dos Reis, Max Silva Moreira, Meire Mendonça, Nela Rio, Nelci Nunes, Neuza Ladeira, Newton Emediato Filho, Nina Reis, Norália de Mello Castro, Octávio Roggiero Neto, Paz Cerrillo, Paulinho Andrade(+), Pilar Rodriguez Aranda, Plínio Sgarbi, Rogério Salgado, Ronaldo Werneck, Tânia Diniz, Tchello d´Barros, Thereza Christina Rocque da Motta, Terezinka Pereira, Todd Irwin Marshall, Vanessa Campos, Vilson Barbosa, Waldemar Euzébio Pereira, Yara Darin.

Sobre a participação, Valdeck Almeida de Jesus declarou: "Pra mim é uma honra, um prazer e uma alegria estar neste trabalho de Iara Abreu, junto com tantos nomes ilustres da literatura brasileira e do exterior. Somente a arte é capaz dessas transversalidades, em que rios se entrecruzam, numa simbiose de doação, compartilhamento, aprendizado, trocas de experiências e pulsação divina... Obrigado, minha querida Iara Abreu, por oportunizar este entrelaçamento de todos nós..."

Segundo Rogério Santiago, Iara Abreu, artista mineira sensível ao coração observador que aprecia sensações aprazíveis, traça de modo generoso a visão do circundante, do arquitetural entorno. Em desenho lúdico, preenchido com a carga emotiva da cor - ela derrota a vivência da felicidade: são telas em planos arejados, na exploração simbólica dos signos contemporâneos urbanos, em que brincadeiras e depoimentos pictóricos envolvem, captam, resumem-se na atenção ao observador enlevado. O conceito moderno do desfazer/refazer para expressar se faz presente em Iara, que vai além, pós-contemporânea, pois instiga e instila na obra sua perspicaz compreensão da urbes, buscando, citadina, e de dentro, a inocente criança que permanece - fazendo adultos agradecerem: é que a prece pintada nos apetece de modo abismal.

(Rogério Zola Santiago é mestre em Crítica pela Universidade de Indiana/USA e professor visitante nos Emirados Árabes Unidos e membro eleito do COMUC - Conselho Municipal de Cultural de Belo Horizonte/PBH, para o biênio 20914/2016)

SERVIÇO:
O quê:Aspectos Urbanos - Artes Visuais e Poesia - Iara Abreu
Quando: de 07 de agosto a 15 de setembro de 2015
Horário: Diariamente de 9 às 11 e de 12 às 19h
Onde: Galeria SESI-Mariana - Rua Frei Durão, 22 - Centro - Mariana/MG
Quanto: Entrada Franca
Informações: (31) 3557-1041

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Postado por Valdeck Almeida de Jesus
2/8/2015 às 15h01

 
Terceirizar é fácil, matar dinossauro nem tanto

Valdeck Almeida de Jesus - escritor e jornalista

Segundo a teoria científica, os dinossauros foram extintos em razão de um grande meteoro que se chocou contra o planeta Terra. Correto, até que se prove o contrário. Eu, no entanto, prefiro acreditar que eles morreram porque não tinham predadores. Grandes, violentos, pesados e sem inimigos, a tendência era crescer desordenadamente e ameaçar todas as outras formas de vida. Baratas e crocodilos, que precisavam lutar para não serem devorados, da mesma época, resistiram e sobrevivem até hoje.

Outros grandes dinossauros foram criados por nós e os alimentamos atualmente. Os bancos privados e o sistema financeiro internacional são alguns deles, que se sustentam da fome de países em desenvolvimento, de arrocho salarial, terceirização, precarização das relações de trabalho e dos serviços públicos, juros sobre juros, dívidas externas e internas, privatizações do patrimônio público e outras atividades ilegais ou legais como loterias oficiais, tráfico de toda sorte, lavagens de dinheiro, corrupções passivas e ativas etc.

A fome do sistema é muito grande e, para manter o padrão de lucratividade, empresas são instaladas sob condições especiais em países periféricos, onde o controle oficial e da sociedade é precário, salários e direitos sociais são manipulados; ao menor sinal de prejuízo, elas migram pra outro continente, sem o menor pudor ou preocupação social. A produção de primeira é enviada ao exterior: carros, frutas, carne, soja, vinho, minérios, petróleo ou mão de obra especializada; o bagaço fica para o consumo interno. A sociedade, que paga a conta, é seduzida/convencida com a criação de empregos diretos ou indiretos na construção da infraestrutura "necessária" ao escoamento dessa produção. As obras não se incorporam ao patrimônio do país, são repassadas, a preços atrativos, para exploração da iniciativa privada.

Se o país não tem como investir nessas mega construções, o Fundo Monetário Internacional e os bancos internacionais "emprestam" dinheiro tanto para financiar a "modernização" dos países como para "sanear" contas públicas. Nesses momentos as nações vendem títulos do tesouro, que são comprados "livremente" (sob intermediação de bancos), a preços atrativos. Os maiores compradores são bancos do sistema financeiro internacional, credores vorazes. Assim, governos e sociedades inteiros ficam reféns desses agiotas oficiais, porque na hora de pagar suas dívidas, os países se sentem obrigados a recomprarem os títulos a preços maiores ou a entregarem empresas de telefonia, privatizar estradas, fazer concessões de portos e aeroportos, empresas petrolíferas, produtoras de energia, empresas de água e saneamento etc.

E a dívida vai crescendo, crescendo, se torna impagável. É o que acontece com a maioria dos países que acabam se ajoelhando diante da bem articulada quadrilha do lucro a todo custo. Aqui no Brasil, investimentos essenciais são diminuídos, adiados ou cancelados, para sobrar dinheiro para pagar dívidas oriundas dessa maracutaia internacional. A base que sustenta tudo isso é a sociedade desorganizada, o financiamento empresarial de candidaturas de "representantes" do povo para as casas legislativas e para cargos de comando etc. Essa dívida se torna um grande dinossauro, sem predador, que come tudo o que está ao seu redor. Sem meteoro para combatê-la, questioná-la ou desarticular o esquema, é quase impossível se pensar em autonomia das nações, liberdade, igualdade e fraternidade.

Leia mais no site Galinha Pulando

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Postado por Valdeck Almeida de Jesus
28/7/2015 às 21h59

 
Bairro da Paz é pura poesia e coração

Valdeck e os amigos Bira Mendes, Miguel e Bárbara

Por: Valdeck Almeida de Jesus

Conheci, em novembro de 2013 (para um bate papo com poetas) e, em julho de 2015 (na oficina de Audiovisual do Boca de Brasa), uma das fronteiras desta cidade desigual. Salvador é loteada, esfacelada, murada por todos os lados. A má distribuição da renda nacional se reflete aqui de forma violenta. Enquanto prédios de trinta, quarenta andares brilham ao nascer do sol, bairros inteiros são apartados, escondidos pelos espigões. E com avenidas que mais parecem rios envenenados - como definiu Enrique Peñalosa, ex-prefeito de Bogotá, quando de sua visita à capital baiana -, esta cidade mais parece uma teia de aranha com becos, vielas, ruas apertadas, e muito abandono.

O Bairro da Paz é um exemplo desse abandono. Nascido de movimentos de ocupação, em 1988, na época da Guerra das Malvinas (Inglaterra X Argentina), o bairro foi batizado, inicialmente, como Malvinas. Por conta da garra das pessoas, de paz, que queriam e querem, apenas, ter um lugar para morar e trabalhar para sustentar seus filhos, rebatizaram a comunidade para Bairro da Paz. A região é a cara de outras partes da capital, onde as pessoas vivem em bairros-dormitórios, viajando, literalmente, todos os dias, para trabalhar e estudar no centro e em outras localidades de Salvador. Mas o bairro não se deixa isolar. Tem uma vida própria, com um comércio movimentado, igrejas de todas as denominações, moto-táxi, restaurantes, supermercados, farmácias, barzinhos e todo tipo de estabelecimento comercial. Possui linhas de ônibus, mesmo precárias e um povo trabalhador, lutador no dia a dia desigual desta cidade desigual.

Apesar da desigualdade que se nota sem fazer esforço, o bairro vive e sobrevive como uma cidade dentro da cidade. Aliás, parece mesmo um outro lugar, uma outra realidade. Caminhar pelas ruas ainda é possível, sem o barulho de trânsito e sem a pressa da região central de Salvador, que parece caminhar sempre rumo ao esmo, com rapidez e sem olhar para os lados. No Bairro da Paz, ao contrário, o tempo dá para tudo, ainda bem. E tem muita arte ali.

Arte e educação, pessoas do lugar e de fora, que se juntam, se irmanam, em um trabalho belíssimo, como é o exemplo do Espaço Avançar, onde se pode ler livros de autores consagrados e novatos, tem oficina de música e de teatro, tem orientação religiosa e educacional, tem poesia nas gavetas, mentes e bocas da juventude. Agora em 2015, o Boca de Brasa ocupou o bairro com oficinas de Criação de Textos (Rap, Música, Poesia), Audiovisual, Música (home studio), Elaboração de Projetos, Danças Urbanas e Teatro de Rua. Eu participei da oficina de audiovisual, pude interagir mais com as pessoas, conhecer Bárbara Caldas, André Leandro, Marcelo, Miguel, Carlos, Valnice, Tom, Roque, Bira Mendes, Mateus, Patrick, Jeferson, Jéssica, Genilson Franco e muitos outros e outras.

Que tal participar do mais novo espaço poético de Salvador? Não passe a 80km por hora na Paralela sem diminuir a marcha e conhecer o Bairro da Paz e o Sarau da Paz, que volta a gritar poemas para os céus de Salvador...

Mais inormações no siteGalinha Pulando

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Postado por Valdeck Almeida de Jesus
13/7/2015 às 17h02

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