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Quarta-feira,
24/10/2018
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Paes Loureiro, patrono da Feira literária do Pará
Imagem: divulgação
João de Jesus Paes Loureiro é o patrono da Feira Literária do Pará deste ano, que começa no sábado, 20 de outubro. É uma homenagem muito merecida para um dos maiores expoentes da literatura da Amazônia e do país.
Influenciado pela leitura em casa, na cidade de Abaetetuba, cedo o escritor se encantaria com o gênero literário pelo qual seria mais reconhecido, a poesia. Encantado com as palavras e com os livros, ele manteria uma relação inseparável entre o ato de ler e escrever que o seguiria durante toda sua maturidade.
Maturidade que começaria a se revelar em sua escrita na década de 1960 com “Tarefa”, seu primeiro livro, fortemente influenciado pelas condições históricas daquele período. Mas a história nunca deixaria de ser uma temática recorrente que marcaria sua extensa produção.
É a história a figurar em sua Trilogia Amazônica em conjunto com o imaginário regional. Nessa obra, está representado não apenas o mito como modo edificante da cultura da região, mas ele está em permanente conflito com a modernização que se anunciava e se fez presente no campo e na cidade.
“Altar em chamas” (1983) é a representação urbana desse entrecruzamento ameaçador que recoloca a aurática Belém do Pará de seus tempos imemoriais, míticos, diante de um presente que não a reconhece, pelo seu abandono e esquecimento.
A incursão mais “metafísica” de Loureiro com “Pentacantos” (1984) e com “O ser aberto” (1990), é composta pelos elementos que fundamentam essa poesia. O ser e o não ser, a aparência que se torna essência, o reencantamento do mundo desencantado.
Eis o fundamento de sua poética que se reflete de modo inseparável em seu trabalho teatral, como em “Ilha da ira” (1976) e teórico, como em “Cultura amazônica: uma poética do imaginário” (1991).
A metáfora recorrente do Ser, mimetizado em seus conceitos de mundamazôniavivência e nas encantarias, são as sínteses conceituais de seu proceder. Desde a infância esse sentimento poético se instauraria, indelevelmente, como uma representação que dialoga com a realidade, não sendo nem “apenas” realidade, nem “totalmente” poesia, mas que a conjuga na mimetização poética como formas de significação de uma, como ele mesmo diz, forma de compressão do mundo pelas palavras, mas também de abertura para o mundo pela leitura.
Suas lembranças, em “Memórias de um leitor amoroso” (1999), já indiciavam prematuramente essa escritura. Sua visão de um objeto tão “simples” como uma folha, ganhara o elemento do “espanto” sublime da realidade e da palavra, que se revelam para a poesia, revelando sempre mais do que eles são.
Escreve o poeta: “Rabiscando a esmo letras, sílabas, com surpresa, eu percebi que na palavra folha, cortando-se o ‘f’, ela se convertia em ‘olha’. Percebi que as palavras escondem palavras, como os frutos escondem os sabores e as sementes. Descascá-las é como saborear novas camadas de significados. Pensei: as folhas são olhos das árvores”.
Nesse pequeno fragmento, que relembra seu encontro na infância com o poético, já se prenunciava o modo pelo qual sua escrita sempre vislumbraria nas coisas, das mais comuns às mais insondáveis, esse jogo de “sfumato”, no qual real e imaginário não possuem distinções rígidas, não são versos inseparáveis.
Esse gradiente de cores culturais e temáticas, de interpretações e leituras, que não define plenamente os aspectos imaginativos e a realidade, mas que os pensa de modo poético-crítico, é a força de sua escrita, de sua interpretação.
É essa concepção poética que atravessará também seu trabalho teórico, buscando identificar nas manifestações culturais a “dominante” que os fundamenta. O imaginário é a dominante, mas também é, fundamentalmente, seu motivo, seu tema.
Por isso, a lenda e a cidade são também deslenda, mito caído, decrepitude e ruínas, redenção e crítica. É nas profundezas dos rios, da cidade, dos céus, do amor, da perda, da dança da bailarina, do ser, que se pode perscrutar seus significados.
Foto: Relivaldo Pinho
Há 15 anos, quando escrevi meu primeiro livro, “Mito e modernidade na Trilogia Amazônica, de João de Jesus Paes Loureiro”, que venceria o Prêmio de melhor Dissertação do Núcleo de altos Estudos amazônicos (NAEA), Paes Loureiro já era um poeta reconhecido e já havia publicado sua tese, seu principal trabalho teórico. Mas ainda carecia de um livro que o analisasse. Fiquei e fico lisonjeado em poder tê-lo feito.
Hoje, essa honra é ainda maior. Especialmente por ver que sua obra é, cada vez mais, merecidamente, reconhecida em vários âmbitos e pelo poeta ainda continuar em plena atividade teórica e literária, sempre com o rigor que cabe aos altivos escritores.
Texto publicado em O liberal, 19 de outubro de 2018 e em Relivaldo Pinho
Relivaldo Pinho é professor e pesquisador.
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Postado por Relivaldo Pinho
24/10/2018 às 02h25
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A moral da dúvida em Oakeshott e Ortega Y Gasset
Segundo o filósofo espanhol Ortega y Gasset, em Rebelião das massas, “A liberdade sempre significa (...) autonomia para ser o que autenticamente somos. É compreensível que aspire a prescindir dela quem sabe que não tem uma autêntica missão” (p.50). Com isso, são estabelecidos dois tipos de pessoas: o que aceita a liberdade de ser quem realmente é, assumindo a responsabilidade pelas consequências de suas escolhas; e o que abdica dessa responsabilidade, transferindo-a para outras instâncias, como a ideologia. Essa diferença define a base do indivíduo e do homem-massa, aquele que não tem individualidade.
A formação do indivíduo consciente de si mesmo é fruto de um processo gradual, ilustrado por Michael Oakeshott com uma “nova linguagem para falar acerca do homem como personagem histórico” (p. 95). O primeiro registro dessa nova consciência se deu na Itália, com o desenvolvimento do Uomi Singulari, caracterizado não mais pelo anonimato da convivência comunal da Idade Média, mas pela “autodeterminação (...), cujas atividades expressavam preferências pessoais de comportamento” (p. 96). Noutras palavras, devido a mudanças sócio históricas, permitiu-se às pessoas desvincularem-se de laços comunais e traçarem seus próprios destinos, de acordo com suas escolhas pessoais.
O item fundamental é que o indivíduo, ao adquirir consciência autônoma, não mais vinculada a conceitos externos, estabelece a si mesmo como base reflexiva: o “indivíduo autônomo se mantém como o ponto de partida da reflexão ética” (Oakeshott, p. 99). Desse modo, o Humanismo foi sua apoteose e Pico della Mirandola (clique aqui para ler "A moral da dúvida em Mirandola e Nietzsche") um dos principais representantes e teóricos – mesmo que não verbalize isso – do Uomi Singulari. Quando o filósofo estabelece o humano como o mais afortunado dos seres, nesses termos estabelece o indivíduo autônomo como novo personagem histórico: representa aquele que é capaz de decidir o seu próprio destino e, com isso, assumir a responsabilidade e arcar com as consequências de sua decisão. O livre-arbítrio em Mirandola diz respeito ao destino universal do homem: suas escolhas no plano terreno terão impacto no plano transcendental. Nietzsche, por sua vez, desloca para o plano terreno, exclusivamente, modificando a maneira de se compreender a capacidade de fazer escolhas, incluindo-a na transvaloração de todos os valores. Entretanto, ambos são humanistas.
Ser um indivíduo autônomo se caracteriza pela capacidade e pela responsabilidade de fazer escolhas: “Havia muitas formas modestas com que essa predisposição em ser um indivíduo pudesse se manifestar. Toda empreitada prática e toda busca intelectual se revelaram uma montagem composta de oportunidades para fazer escolhas: arte, literatura, filosofia, indústria-comércio e política; cada uma chegou a compartilhar esse caráter” (Oakeshott, p. 106). Não é à toa, portanto, que o Humanismo se desenvolveu como nova corrente de pensamento seguida da Idade Média.
No entanto, nem todos aceitaram ou compreenderam a nova possibilidade: “(...) havia algumas pessoas que, seja por circunstância ou temperamento, estavam menos dispostas a entrar na onda; e para muitos o chamado para fazer escolhas viera antes de possuir a habilidade para fazê-las de fato, sendo portanto tidas como um fardo” (Oakeshott, p. 106). Esse indivíduo, incapaz ou descrente em relação à necessidade de fazer escolhas, é o protótipo do que veio a ser o “homem-massa”.
Uma das análises de maior fôlego e profundidade sobre a essência do homem-massa foi feita pelo filósofo espanhol José Ortega y Gasset, em A rebelião das massas. Assim como o indivíduo autônomo é um produto da modernidade, o homem-massa também é. Entretanto, são figuras antagônicas.
A figura que melhor representa o homem-massa é a criança mimada: tem uma falsa percepção de que a vida é (ou deveria ser) fácil, mesmo que cheia de obstáculos; impõe-se sem qualquer autocrítica, visto que acredita-se pleno, soberano; e intervém em tudo, pois crê que sua opinião é soberana, mesmo que irrefletida, sempre preciosa e válida. Por um lado, é herdeiro e desfruta de valiosas conquistas civilizacionais; de outro, não tem o senso de ser civilizado, pois acredita que tudo existe exclusivamente para ele. Sabe que não poderia fazer certas coisas, mas, mesmo assim, faz, refletindo uma sensibilidade simulada, isto é, finge-se uma realidade moral que não corresponde à sua verdadeira conduta.
“Encontra-se rodeado de instrumentos prodigiosos, de medicamentos benéficos, de Estados previdentes, de direitos cômodos. Em compensação, ignora o quão difícil é inventar esses medicamentos e instrumentos, e assegurar sua produção no futuro; não adverte quão inviável é a organização do Estado, e nem sente obrigações dentro de si” (Ortega y Gasset, pp. 177-8)
A consolidação histórica do homem-massa se deu no decorrer do século XIX, graças ao desenvolvimento da técnica, que proporcionou uma crescente melhoria na qualidade de vida material. No passado, viver estava associado a limitações, dificuldades e dependências. Para comer um frango assado no almoço, era mister criar o frango, matar, limpar, preparar, cozinhar e, ainda por cima, aproveitava-se seus subprodutos para outros fins; hoje, toda padaria, supermercado, boteco servem frango assado, normalmente acompanhado com farofa, quando não o cliente escolhe somente as partes que gostaria de levar. Se, antes a vida se dava por meio do aprendizado de adaptação às limitações, agora, praticamente sem restrições ou grandes dificuldades, o homem-massa pode abandonar-se num mundo confortável e seguro, cujo único esforço de escolha é entre qual marca de bolacha recheada irá levar. Na dúvida, leva duas ou três. Contudo, não aprendeu a reconhecer que todo esse conforto não é gratuito, mas foi preciso investir muito esforço para conquistá-lo.
Seu perfil psicológico é de alguém centrado – fechado – em si mesmo; um novo modelo narcísico. O homem-massa não apela para nada fora de si ou de sua zona de conforto, pois além de vaidoso, acredita-se autossuficiente e cheio de plenitude; é a definição etimológica de idiotia. “O hermetismo nato de sua alma lhe impede o que seria condição prévia para descobrir sua insuficiência: comparar-se com outros seres. Comparar-se seria sair um pouco de si mesmo e deslocar-se até o próximo. Mas a alma medíocre é incapaz de transmigrações – o esporte supremo” (Ortega y Gasset, p. 142).
Apesar de o homem-massa possuir mais recursos, inclusive mais capacidade intelectiva, “essa capacidade não lhe serve de nada; a rigor, a vaga sensação de possuí-la lhe serve somente para se fechar mais em si e não usá-la” (Ortega y Gasset, p. 143). A melhoria na qualidade de vida, somada ao conforto material, contribuíram para formar um perfil psicológico acomodado, que não se esforça para se aprimorar: é autossuficiente e/ou os demais têm a obrigação de lhe conceder o que deseja.
Com isso, nas situações em que é defrontado, desafiado a sair de si mesmo – quando é obrigado a fazer uma escolha fora do seu campo de interesse ou zona de conforto, por exemplo – torna-se agressivo. Conscientemente ou não, o homem-massa tende a recusar a ser indivíduo; na verdade ele é um anti-indivíduo. Consequentemente, não tem apreço pela cultura nem pelo passado: “O característico do momento é que a alma vulgar, sabendo-se vulgar, tem a audácia de afirmar o direito à vulgaridade e o impõe em toda parte” (Ortega y Gasset, p. 84).
O direito do indivíduo autônomo é incompatível com o homem-massa. O primeiro requer autonomia, o segundo, tutela: exige “o direito de poder gozar a substantiva condição da circunstância humana, na qual não era obrigado a fazer escolhas por si próprio (...); em suma, o direito que ele [homem-massa] reclamava, o direito compatível com seu caráter, era o direito de viver em protetorado social que o libertava do fardo da autodeterminação” (Oakeshott, p. 122). Portanto, a liberdade do indivíduo é a de fazer escolhas; a do homem-massa é a de não-fazer escolhas.
A reflexão de Nietzsche sobre o livre arbítrio, nesse contexto, aclara a diferença entre um e outro: uma escolha livre não se faz segundo as preferências particulares, pois intensificaria uma personalidade mimada. Uma escolha verdadeiramente livre é aquela consciente de suas limitações, mas que que é feita em direção a um melhoramento, a uma superação de si mesmo, apesar de acarretar sofrimento pelo esforço. É o que separa o nobre da massa: “nobre”, etimologicamente significa “o conhecido: entenda-se o conhecido de todo o mundo, o famoso, que se fez conhecer se sobressaindo da massa anônima. Implica um esforço insólito que motivou a fama” (Ortega y Gasset, p. 136). Por isso o ressentimento da massa, quando vê o sucesso do outro.
“a vida nobre fica contraposta à vida vulgar ou inerte, que, estaticamente, se recolhe em si mesma, condenada à perpétua imanência, se uma força exterior não a obrigar a sair de si. Por isso chamamos massa a esse modo de ser humano, não tanto porque seja multitudinário, e sim porque é inerte” (Ortega y Gasset, pp. 137-8).
Segundo Oakeshott, o governo popular surgiu para atender à necessidade de populismo da massa, numericamente maior, diferenciando-se do governo parlamentar, que, representando o indivíduo, garante as liberdades individuais.
A liberdade é um conceito caro ao individualismo, este um palavrão aos ouvidos de muita gente: da massa. Confunde-se individualista com egoísta, egocêntrico, narcisista, associando-se a liberdade individual com uma conduta desregrada, de alguém despreocupado com os demais. Liberdade e indivíduo são categorias complementares, mas não definem uma moralidade egocêntrica; na verdade, essa confusão espelha uma tipicidade, esta sim, verdadeiramente narcísica: a do homem-massa.
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Postado por Ricardo Gessner
21/10/2018 às 15h01
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Por um triz
A arte é a última que morre
E a linguagem é aquela que a socorre
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Postado por Metáforas do Zé
20/10/2018 às 12h35
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Sete chaves a sete cores
Todos segredos ecoam no universo
Quando falas de ti transparências reverberam
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Postado por Metáforas do Zé
19/10/2018 às 12h17
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Feira livre
Espinhos são anseios deixados pelo caminho
E o sonho, simplesmente uma rosa
Não fosse o desejo
me bastaria teu perfume
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Postado por Metáforas do Zé
19/10/2018 às 12h12
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Que galho vai dar
O instante é uma semente que nunca fica pra semente
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Postado por Metáforas do Zé
17/10/2018 às 10h59
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Relâmpagofágico
Recorrências de si em si mesmo
Assim como as águas...
Memórias e desmemórias em ação...
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Postado por Metáforas do Zé
17/10/2018 às 10h50
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Caminhada
Se não ponteio meu tempo
não teço minha história
Tudo em vão...
Uma melodia inglória...
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Postado por Metáforas do Zé
16/10/2018 às 10h53
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Chama
Encher-se De Amores
É Encher-se De Descobertas...
Equilibrar-se É Oscilar Ante O Estático Equilíbrio De Um Ponto Nunca Alcançado
E Quando Assim Se Dá É O
Nirvânico Olhar
O Estreito E Amplo Espasmo De Um Relâmpago...
Oscilar Em Si Mesmo Assim Como A Chama É O Macro Oscilar Da História Do Pensamento
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Postado por Metáforas do Zé
15/10/2018 às 10h38
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Ossos perduram
Embora teu olhar tenha embaçado no amarelado de algum album fotográfico
teu sorriso atravessa fronteiras do tempo e espaço mantendo-se intacto
assim como as efervescentes ondas do mar
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Postado por Metáforas do Zé
14/10/2018 às 21h41
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Julio Daio Borges
Editor
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