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Segunda-feira,
4/2/2019
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Camadas tectônicas
Nem toda vontade está forrada de desejo
mas todo desejo está imbuido de vontade
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Postado por Metáforas do Zé
4/2/2019 às 21h35
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Mariposas & Borboletas
Vertiginosas ou benfazejas
as emoções são as
asas do pensamento
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Postado por Metáforas do Zé
4/2/2019 às 21h19
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Cristais
Transparências se denotam pelo brilho
O brilho é a cor das transparências
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Postado por Metáforas do Zé
4/2/2019 às 21h10
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MOMENTOS
Hypocrite lecteur, mon semblabe, mon frère Baudelaire
Não recordo onde nem quando, mas faz muito tempo. Era madrugada e as luzes das casas estavam todas apagadas. Parecia uma cidade fantasma, enquanto eu perambulava pelas ruas desertas, quando me deparei com uma jovem deitada na grama de um jardim público, contemplando as estrelas. Era uma cena insólita. Movido pela curiosidade e vencendo minha habitual timidez, aproximei-me e lhe pedindo licença deitei ao seu lado.
Incomodo você? Não, pode ficar. Guardei, por precaução, uma distância regulamentar, nem muito longe nem muito perto. Você é formada em astronomia? Não, não sou. E ela parou por aí. Acho que chutei uma bola fora, pensei, mas fui compelido a não deixar a conversa morrer. Então o que você é?
Sou astróloga, pela conjunção dos astros e estrelas posso prever certos eventos, mas nem todos. A ideia de conjunções astrais me pareceu conter um toque erótico, embora fosse só uma suposição, talvez por causa de seu hálito envolvente, que me tonteava. A essa altura comecei a duvidar de minha sanidade mental. O que será que tá bulindo comigo, perguntei-me em pensamento. Era de fato muito estranho, como se algo surreal se intercalasse com a realidade e eu estivesse flutuando a esmo entre a verdade e a mentira dos sentidos. Então a moça indagou se não queria ler nos astros meu futuro.
Já sei qual é, querida: um dia qualquer vou morrer, viu?
Não me referi à morte, seu bobo, mas aos detalhes da vida. Estes é que valem! Um longo silêncio, denso, palpável desceu sobre nós. Bem, já que você não quer saber, vou tomar a iniciativa.
Me puxou pelas mãos e então levantamos juntos, nossos lábios quase se tocando... Sei que você aí, meu presumível leitor, está se babando de curiosidade para saber o que irá acontecer. Eu também. Mas isso é o futuro próximo e distante, e não seremos nós que iremos vivê-lo. Somente aqueles dois. Não eu e nem você. Nós viveremos cada qual o nosso futuro (se vivermos até lá).
Em suma: a eles o que é deles, a nós o que é nosso. Chato, não é? Mais que isso: frustrante. Mas assim funciona a dinâmica da vida, sempre imprevisível, desconcertante.
E ponto final.
Ayrton Pereira da Silva
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Postado por Impressões Digitais
3/2/2019 às 16h47
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Movimento das águas
Devir de ouvido
Seguir de olvido
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Postado por Metáforas do Zé
1/2/2019 às 19h02
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Neon
Enquanto luzes abafam escuridões
Lusco- fuscos moem luzes
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Postado por Metáforas do Zé
29/1/2019 às 23h11
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Claustrofobia da memória
Na ponta da língua...
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Postado por Metáforas do Zé
28/1/2019 às 19h58
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Direções da véspera (Introdução)
Às mãos do pai, vinha o endereço da casa
de aluguel, na ruazinha cheirando a peixe.
Enfim, ao meio dia recolhia-se o lixo.
Mas, ao giro das chaves, nada me respondia.
Do outro lado da fechadura, meu olhar galgando
calçadas. Quarto de todos era a sala de oração.
E, ultrapassando o umbral, as moscas
rememoravam a última praga do Egito.
Porta de entrar e sair, quem te abriu
ou te fechou nas direções da véspera?
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Postado por Blog da Mirian
28/1/2019 às 11h01
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A Nova Era do Rádio
O Woody Allen foi meu diretor internacional favorito por um bom tempo, deixando seu posto ser ocupado por Bergman, mas quem o conhece sabe que ele aprovaria tal decisão. Muitas coisas me atraem em Woody Allen. Sua excentricidade herdada de seus anos de comédia. Sua nostalgia que me faz sentir tão parte de seus filmes.
São muitas as coisas que me deixam nostálgico, o rádio é uma delas. Mesmo com programas de TV que proporcionam uma melhor análise (através da imagem), ainda passo horas escutando programas radiofônicos. Tenho histórias como as de Joe em A Era do Rádio (Radio Days, 1987). A história narrada pelo próprio Allen conta lembranças da infância de Joe, sempre ligadas ao rádio, que vivia sua Era de Ouro nos EUA. Mostrando a importância do rádio na época, o filme retrata o caso de Kathy Fiscus, uma garota de três anos que caiu em um poço enquanto brincava com a irmã. Enquanto a TV dava seus primeiros passos em transmissões ao vivo, muitas pessoas acompanharam o caso através do rádio e hoje é visto em seu túmulo as seguintes palavras: “uma menina que uniu o mundo por um momento.”
Vivemos uma nova era, que vai além das ondas AM e FM. Com o avanço tecnológico e o fácil acesso as novidades, hoje o rádio não se limita apenas a transmissões AM/FM, por intermédio de plataformas streaming os programas agora são transmitidos ao vivo e em cores. Talvez essa seja a melhor aposta para a sobrevivência da plataforma e de pessoas que trabalham nela. Sabemos que faz parte da evolução tecnológica, mas eu poderia apostar que muitos sentem falta do rádio como era antes, ainda mais após assistir A Era do Rádio. Programas como Guess That Tune, The Mask Avenger e Breakfast With Irene and Roger, que acompanham a família de Joe durante todo o filme, lembra a época das rádio novelas nacionais, além de programas informativos e transmissões de jogos de futebol.
Falar em transmissão de futebol me lembrou uma cena de O Filme da Minha Vida (2017) onde Paco (Selton Mello), após uma emocionante transmissão de futebol, dizer a Tony (Johnny Massaro), ainda no ano de 1963, “na casa da dona Mafalda agora tem televisão... Nada vai substituir o rádio, nada. Televisão é uma invenção que não vai para frente, aquilo ali é uma caixa para bobo olhar”. É inegável o fato de que o rádio proporciona mais emoção que a TV, já que quando o jogador está saindo do seu campo de defesa o narrador descreve a jogada como se um gol estivesse prestes a sair, e ainda hoje vemos algumas pessoas acompanhando partidas com o famigerado radinho de pilhas colado na orelha.
Assim como Joe, eu tinha meus programas favoritos. Na minha casa a MTV não funcionava, então me restava as rádios Kiss FM (acompanho o Bem Que Se Kiss desde seu começo) e a Rádio 89, imortalizada pelo slogan: A Rádio Rock. Vi a 89 cair e a Kiss entrar em uma monotonia causada pela falta de novidades no meio, mas também as vi reerguer e hoje, com a ajuda dessa Nova Era, voltarem a um ótimo patamar em sua transmissões e programas.
Sinto a mesma saudade que Joe quando se fala em rádio. Juntar os amigos para escutar as novidades e depois debatê-las. Ouvir entrevistas (ainda hoje me lembro de uma com o Humberto Gessinger por volta de 2005) e formar opiniões que seriam discutidas no dia seguinte. Essa Nova Era do Rádio não me é interessante, se fosse para assistir eu iria para a TV, mas parece que só assim o rádio vai sobreviver, então que assim seja.
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Postado por A Lanterna Mágica
21/1/2019 às 11h59
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Um sujeito chamado Benício
Como os cartazes de filmes são criados? Embora pareça um trabalho fácil, criar um poster pode ser um tarefa complicada, já que tudo é feito antes mesmo do filme ser lançado. Segundo Alex Griendling, designer que trabalhou com produções como Tá Chovendo Hambúrguer “o projeto de um pôster para um filme começa de 6 meses a um ano antes do filme ser lançado”. Se hoje, mesmo com toda a tecnologia disponível, esse processo exige bastante estudo, imagina como era feito o trabalho dos artistas algumas décadas atrás. Um desses artistas é José Luiz Benício da Fonseca, ou apenas Benício, que desenhou e ilustrou cartazes de filmes nacionais nas décadas de 70 e 80, só deixando estes de lado quando a Embrafilmes foi fechada por Vargas.
Sempre gostei dos cartazes ilustrados que tomavam os cinemas naquele tempo, porém nunca procurei saber quem os fazia. Recentemente em um curso sobre introdução ao cinema brasileiro, na Mário de Andrade, descobri que o artista responsável pela maioria deles era Benício. Logo fui atrás de saber mais sobre ele, então cheguei e esse texto que lhes entrego, esperando que os instiguem a procurar mais sobre esse artista tão singular.
José Luiz Benício da Fonseca, nascido em Rio Pardo, Rio Grande do Sul. Deixou a carreira de músico de lado para, ainda nos anos 50, estudar desenho. Logo se firmou na área, trabalhando na Editora Rio Gráfica. Seu primeiro trabalho com cinema foi o cartaz do filme Os Carrascos Estão Entre Nós (1968), filme de Adolpho Chadler, produção que trazia em seu elenco Átila Iorio e Karin Rodrigues. Sabe-se que ele produziu mais de 300 cartazes para o cinema (além de propagandas para empresas como Coca-Cola e Esso), sendo 30 deles, filmes dos Trapalhões.
Segundo o próprio Benício, seu trabalho mais elaborado foi o cartaz do filme Independência ou Morte (1972), filme de Carlos, Coimbra estrelado por Tarcísio Meira. A história que mostra, de maneira romantizada, a trajetória de Dom Pedro I na emancipação do Brasil em relação a Portugal traz um cartaz bem elaborado. Se prestarmos atenção em todo o trabalho de Benício, vemos que nesse pôster ele trabalha com mais cores e um cenário mais completo, diferente do fundo branco usado em outros trabalhos.
Um dos seus grandes destaques é o cartaz de A Super Fêmea (1973). O filme dirigido por Aníbal Massaini Neto conta a história de uma modelo que é contratada para fazer campanha de uma pílula contraceptiva para homens. Um dos grandes destaques desse filme é o protagonismo de Vera Fischer, que depois do filme ganhou ainda mais fama. Em uma entrevista dada ao J10 (Globo News), Benício diz que “como desenhei mulheres desde o início, muitas coisas da fisionomia eu melhorava, mas as vezes não precisava melhorar nada”, certamente no caso de Vera Fischer, que foi uma das musas da TV brasileira, pouco precisou ser melhorado.
Outro destaque de seu portfólio é o cartaz de Dona Flor e Seus Dois Maridos (1976). Dessa vez com a direção de Bruno Barreto (mesmo diretos de Flores Raras), essa é uma das histórias mais conhecidas do cinema nacional. O filme levou mais de 10 milhões de espectadores aos cinemas, contando a história de uma sedutora professora de culinária. É um dos poucos filmes da época que envelheceu bem, talvez por não ter apelado tanto quanto seus contemporâneos.
Em 2007 começou a ser produzido um documentário sobre Benício. “O Encontro de Benício com Brigitte Montford”, de Jetter Castro, não chegou a ser finalizado e não se sabe se algum dia será feito. Mas para quem gostaria de saber um pouco mais sobre o trabalho de Benício, o escritor e jornalista Gonçalo Júnior lançou em, 2012, o livro “E Benício Criou a Mulher…”, reunindo uma série de trabalhos do artista, com entrevistas e relatos de sua carreira. Vale a leitura para conhecer mais da vida e trajetória desse grande artista.
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Postado por A Lanterna Mágica
13/1/2019 às 21h17
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Julio Daio Borges
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