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Segunda-feira,
24/6/2019
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Oficina do diabo
Se a necessidade é que faz o gato pular,
na ausência de necessidade urge a falta da falta
ou, a falta de u'a necessidade,
o que faz a mente voar...
É quando pensar se torna coisa séria.
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Postado por Metáforas do Zé
24/6/2019 às 13h29
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Rosa dos ventos
A esperança
O desejo
O encanto
A tríade ou trilha
dos ventos...
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Postado por Metáforas do Zé
24/6/2019 às 12h27
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Pelagem de flor II: NEGRO
Nas manhãs nunca fora visto.
Nunca fora visto nas tardes do jardim.
Chegara o visitante notívago. Meu animal lendário
exibindo pelagem de negrume.
Da escuridão, ele chegara. Mas os hábitos
das flores noturnas não o queriam fúnebre.
Nem a madrugada em seu corpo
o queria temido.
Descendo-lhe o dorso de sombras,
o manto de narcisos luzindo sedas.
Luzindo texturas de carícia.
Ao bicho dos eclipses, as cores
da noite o faziam lânguido.
Acendendo-me desejos.
(Do livro: O camaleão no jardim)
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Postado por Blog da Mirian
23/6/2019 às 08h59
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Efervescências
O presente é incorruptível e inapreensível
No presente jaz o verbo
Mais que Porto & Mar são as areias que absorvem e em paz são absorvidas...
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Postado por Metáforas do Zé
17/6/2019 às 16h59
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Justoresoluto
O desejo obscuro fere apunhalando-me entre quatro paredes
O desejo a céu aberto
me con(fere) à resolução dionisíaca dos ventos
.......................
O que me leva às escrituras são as diferenças
Entre noite e dia; breu e luz
Passado e Futuro ...
Jaz então o presente inapreensível
Quando a caneta rola livre singrando papéis em branco
Assim como águas não guardam mágoas, os papéis não criam vincos
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Postado por Metáforas do Zé
17/6/2019 às 14h57
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A ver navios
Só com a coragem para o nada já se tem tudo
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Postado por Metáforas do Zé
14/6/2019 à 00h23
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Pelagem de flor I: VERMELHO
Em alameda livre, saltam meus cavalos
de carmim. Saltam com narinas afeitas
ao que vive ao redor da casa.
E ao redor dos limites do portão.
Eriçando a pele, meu cavalo de rosas
respira. Do mundo da fábula, chegou-me
este centauro de corolas abertas. Afoita cauda
correndo atrás do vermelho da crina.
À procura de pouso e fêmea,
meu cavalo do verão se olha
no lago das chuvas.
Lambendo a imagem desfeita,
ele ergue imenso falo. E a tarde
o amansa às horas de lascívia.
Do livro O camaleão no jardim.
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Postado por Blog da Mirian
8/6/2019 às 09h29
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Idade Mídia
A lente que foca é fosca
O que nos aproxima nos repele
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Postado por Metáforas do Zé
7/6/2019 às 11h08
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A MECÂNICA CELESTE
Aura dos Anjos estranhou não acordar com o canto do galo Dioscórides que invariavelmente aos primeiros albores da manhã exercia, com pontualidade, o ofício que a natureza lhe dera.
Abrindo a janela do quarto, notou que, apesar da hora, a lua continuava boiando, soberana, no alto do céu, absolutamente alheia à tirania dos relógios e às leis da mecânica celeste.
Saiu então apressada para o quintal rumo ao galinheiro, onde, empoleirado, o galo dormia a sono solto, a crista caída, as asas recolhidas.
Ora essa, murmurou com seus botões, já são oito e vinte e o sol ainda não nasceu!
Entregue às suas cismas, quase esbarrou na avó Mariquinhas que, de mortalha arrepanhada, arrancava uns pés de margaridas para fazer seu desjejum.
Vó Mariquinhas, que é que a senhora está fazendo aqui? Seu lugar é lá no cemitério, disse a menina.
Então, com muita paciência, sua avó explicou que nos dias de Lua Cheia os mortos voltavam ao mundo dos vivos para completar tarefas deixadas em meio, e coisas assim. No seu caso, por exemplo, era urgente trocar a mortalha pela roupa luto fechado dos domingos de plenilúnio, pois deixara de assistir à missa quando fora levada para o Além.
Acompanhada pela avó, Aura dos Anjos entrou em casa, acendeu o pavio da lamparina e correu a chamar os pais em seu socorro, mas nem os gritos da menina para que se levantassem; nem os tapinhas que deu nos seus rostos foram suficientes para acordá-los de seu sono de pedra.
Deus meu!, exclamou assombrada, eles estão mortos. E desatou num choro convulsivo.
Não estão não, tranqüilizou-a avó, quer dizer, estão e não estão.
Como assim?, perguntou a neta entre soluços.
É que, nos dias de Lua Plena, quando o sol não nasce cedo, os vivos entram em estado de letargia, pois, do contrário, sua convivência com os mortos acabaria por afetar-lhes a razão. Mas você, minha neta, ainda não está preparada para entender dessas coisas.
Na igreja, onde as imagens estavam cobertas de roxo, o Monsenhor Rezende, ostentado um solidéu desbotado e a estola puída, ainda retirando aos piparotes uns grãos terra da batina apodrecida, iniciara sua prédica do alto do púlpito, quando a avó entrou no templo, onde um punhado de defuntos atentos assistiam ao ofício.
Quando o relógio da torre da igreja ecoou as cinco badaladas da antemanhã do novo dia, o galo Dioscórides, abrindo freneticamente as asas, empinou a crista e soltou seu canto, anunciando o retorno da tirania dos relógios e o restabelecimento das leis da mecânica celeste.
Muito esquisito isso! Quando acordei eram oito e vinte da manhã... Será que o tempo está andando pra trás?, perguntou-se a garota.
A mãe de Aura dos Anjos acordou estremunhada com o canto do galo e apressou-se no preparo do café da manhã, lamentando a ausência da filha, que sempre a poupava daquela tarefa. Felizmente, pensou, o marido ainda dormia, porque, se levantasse com o café ainda por fazer, desataria num destampatório do tamanho do mundo, acusando a mulher de desmazelo e culpando a filha por ter morrido de nó nas tripas depois de devorar uma jaca inteira com caroço e tudo.
Levando a mão à boca para conter um grito de susto, a mãe, que ainda não se habituara a perda filha, deparou-se com o bule fumegante na trempe do fogão de lenha. Depois, firmando-se nas pernas bambas, lembrou com orgulho que a filha era assim mesmo: nunca deixava de fazer o café da manhã. E sua filha mais uma vez preparara o café para a mãe.
Para a avó Mariquinhas, católica fervorosa em vida, ou a menina era dotada de poderes desconhecidos ou estava morta mesmo e seu espírito ainda não de desprendera do lugar em que vivera. Conhecia casos assim em que os mortos agiam como se existissem, repetindo a rotina quotidiana, como rezava a tradição oral de seu povo desde tempos imemoriais.
Era esse o mistério que dava continuidade ao mistério da vida: um mistério dentro de outro mistério, igual àquelas bonecas russas, as chamadas matrioskas, umas dentro das outras e todas dentro de uma só.
Ayrton Pereira da Silva
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Postado por Impressões Digitais
1/6/2019 às 18h01
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Diagnóstico falho
Não Houve Um Surto, Pois Surto Já Sou
A Lucidez, Paz Ou Controle, Sim, São Um Acidente De Percurso
Portanto Abrigo Intacto O Fogo Que Se Abriga Em Mim
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Postado por Metáforas do Zé
24/5/2019 às 12h08
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Julio Daio Borges
Editor
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