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Quarta-feira,
7/10/2020
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Briga de foice no escuro
Lutar sem conhecer o adversário
A peleja, somos eu e meu pensamento
E estamos conversados...
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Postado por Metáforas do Zé
7/10/2020 às 15h01
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Assim ainda caminha a humanidade
Lá em 1956, George Stevens lançava um dos maiores clássicos de sua carreira. Carreira essa interessante, onde figuram filmes como Um Lugar ao Sol (1951) e Os Brutos Também Amam (1953). Giant (Assim Caminha a Humanidade, no Brasil) é uma adaptação do best seller homônimo de Edna Ferber, do qual Stevens teve um grande trabalho para comprar os direitos, mesmo antes do livro ficar famoso. Assim como nos outros dois filmes mencionados, o diretor trabalha a visão comportamental do cidadão norte americano da época, o que sempre causou problemas tanto para ele, quanto para a autora do livro. Podemos dizer que os texanos ficaram ultrajados vendo todo o seu machismo e racismo sendo expostos para o mundo inteiro.
A narrativa percorre três gerações de uma família texana tradicional. Começando com Bick (Rock Hudson) que vai até o leste do país para comprar um cavalo reprodutor e acaba voltando casado com Leslie (Elizabeth Taylor), uma mulher sensível para os parâmetros de sua terra, mas que aprende rápido e se torna tão dura como os texanos, isso sem perder sua amabilidade. Taylor está sensacional em cena, sua personagem é uma mulher decidida e que sempre levanta questões conservadoras, sempre mostrando que embora estivesse casada, era uma mulher independente e dona de si.
O lado oposto de sua personalidade é Luz (Mercedes McCambridge), irmã de Bick, Luz é uma solteirona, feita aos moldes sulistas, daquelas que toca o gado e colhe a plantação. É interessante ver a diferença dessas duas personagens em relação a ideia que a história traz, como uma quebra de tabu, isso lá nos anos 1950.
Entre o casal está um personagem que se tornou um ícone do cinema, Jett Rink. Interpretado por James Dean, o personagem tem um papel importante na vida do casal e como um personagem na crítica que o diretor procura apresentar. Rink é um empregado diferente dos outros, embora trabalhe para Bick, é um dos poucos que é texano. Sua vida não é fácil, o que lhe garante o emprego é o carinho que Luz tem por ele. Esse carinho vira um pequeno pedaço de terra, que Luz deixa para o rapaz depois que morre, decorrente a um acidente de cavalo. Rink encontra petróleo e, a partir daí, passa a ser uma pedra no sapato de Bick.
Quando falamos sobre Assim Caminha a Humanidade, precisamos falar sobre a cena em que o juiz da região vai apresentar o testamento de Luz. Os homens mais importantes estão reunidos, todos para convencerem Jett a aceitar o dinheiro que equivale ao dobro do valor do terreno. Mas em uma das cenas mais memoráveis de James Dean, quiçá do cinema, ele recusa e vai embora.
Com essa narração genérica, muitas coisas acontecem nesse meio tempo e posteriormente, mas posso dizer que assim ainda caminha a humanidade. No filme, vemos todos esses problemas sociais, que podem ser associados a cultura do lugar/época, mas tudo evolui e sempre esperamos que seja para melhor. Isso acontece no decorrer da história de Ferber, Bick só passa a ser herói, aos olhos de Leslie, quando se levanta e discute, briga e apanha de um cozinheiro de lanchonete, racista.
Porém, 68 anos depois (o livro foi lançado em 1952), vivemos um retrocesso e parece que nada aprendemos com o passado. O mundo continua tão duro para aqueles que buscam acabar com esses problemas sociais quanto era naquele Texas. Isso faz parecer que estamos parados no tempo, estagnados. Mesmo com tantas Leslies atuando fortemente por mudanças, raramente temos Bicks dispostos a aprenderem que nem tudo é o que era e que não precisam ser.
Enquanto vejo o fascismo covardemente no sopé da porta, imagino se seria possível convidá-los para assistir uma cena ou outra de Assim Caminha a Humanidade (como aquelas em que Leslie "discute" sobre negócios ou que Bick briga na lanchonete). O cinema, assim como outros meios de cultura, tem muito a nos ensinar, talvez por isso ele seja tão temido por aqueles que possuem o poder. Mas, sabendo a incapacidade de um diálogo coerente com essas pessoas, a gente segue indo, esperando fazer jus ao que pregamos.
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Postado por A Lanterna Mágica
27/9/2020 às 12h49
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Matéria subtil
Nem tudo o que se tange ou nos tange é visível...
Absorve-se brisas assim como quem se musifica
Música & Brisa absorvem o corpo e o corpo absorve o espírito
O espírito absorve O que fica.
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Postado por Metáforas do Zé
10/9/2020 às 12h25
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Poder & Tensão
Nas ondas do mar, nas ondas sonoras, nas ondas de ventos, nas ondas da emoção, nas ondas magnéticas,... é por onde anda a humanidade... Sem ondas o mundo desanda...
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Postado por Metáforas do Zé
8/9/2020 às 21h47
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Deu branco
Irmãs siamesas, alvas como o sal e o açúcar, são as palavras que se diluem imperceptivel- mente dando cor às páginas em branco...
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Postado por Metáforas do Zé
7/9/2020 às 23h26
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Amuleto
Assim como o amor, o sabonete
Assim como o sabonete, o amor
Quanto mais carícias, mais perfume e espuma
Sempre liso. Sempre novo...
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Postado por Metáforas do Zé
3/9/2020 às 19h28
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Caracóis me mordam
Tenho comigo a palavra? Ou, habito a palavra?
Como sempre, eis a questão...
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Postado por Metáforas do Zé
3/9/2020 às 16h34
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Glauber Rocha, o transcendente do tempo
Uns dias atrás, depois de folhear A Primavera do Dragão (Objetiva, 2011) livro de Nelson Motta, comecei a escrever sobre Glauber. Meu objetivo era (e ainda é) transitar entre os personagens de Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964) e O Dragão da Maldade Contra o Santo Guerreiro (1969). Depois de outros dias, me deparei com A Mulher da Luz Própria (2019), filme da diretora Sinai Sganzerla apresentado durante o REcine deste ano. Admito que o livro de Nelson Motta tem páginas que sempre me fazem voltar, mas também é omisso quando trata o relacionamento de Glauber e Helena Ignez. Pouco se vê sobre o assunto, mas admito que não esperava que Glauber tomasse as atitudes que teve, ele que prestava a inovação do cinema, querendo mudar a realidade, estranhamente se ateve ao patriarcado da época. Isso não diminui minha admiração por seu cinema, mas faz refletir e acredito que quando rever algum filme (certamente farei isso) terei uma nova percepção do que é mostrado.
Mas o que me fez antecipar o ensaio que preparava sobre Deus e o Diabo e Antônio das Mortes não é isso que foi descrito acima, mas sim um e-mail que recebi, onde divulgavam o filme que encerrará o Olhar de Cinema (Curitiba) deste ano, que será online. Antes, quero inteirar que fazendo o cadastro no site do festival, teremos direito a dois filmes por dia, vale muito a pena. Para mim, o Olhar de Cinema é um festival singular, até mesmo inovador. No ano passado foram exibidos o excelente Diz a Ela Que me Viu Chorar (Maíra Bühler, 2019, Brasil) e Tel Aviv em Chamas (Sameh Zoabi, 2018, Bélgica, França, Israel, Luxemburgo), além de diversos filmes internacionais que de outra maneira não chegariam até nós. Posso dizer que o Olhar de Cinema é um dos meus festivais favoritos.
O encerramento do festival fica por conta de Paloma Rocha e Luís Abramo com Antena da Raça. Ainda inédito no Brasil, o documentário traz recortes de Glauber Rocha, apropriando-se e rediscutindo a realidade brasileira a partir dos diálogos, trechos e cenas de seus filmes viscerais e do seu desejo de “retirar as máscaras” da nossa saga terceiro mundista. Sua relação com o Cinema Novo, político como foi até o fim de seus dias e polêmico, certamente Glauber era um personagem excêntrico e necessário para a evolução cultural do Brasil, transcendendo seu tempo, o material de anos atrás ainda levantam discussões para o que vemos hoje, no tempo sombrio em que vivemos na cultura, na política e em qualquer outra área que constitui o país.
Glauber sempre foi esse personagem ativo na mídia, sua história traz uma nova visão do cinema, que ditou muito do que o cinema é hoje. Essa trajetória é melhor vista através de pessoas que conviveram com ele, as vezes com história entrando em conflito entre si. Mas é sempre bom ver qualquer documento sobre sua vida quanto realizador. Antena da Raça promete uma grande interação com seu trabalho, assim como o Olhar de Cinema, que nos trará uma grande seleção de filmes nacionais e internacionais.
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Postado por A Lanterna Mágica
30/8/2020 às 10h10
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Betuminosas
Sonhos em contato com a realidade se tornam pesadelos
assim como as seivas que vazam das árvores, em tóxicas resinas...
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Postado por Metáforas do Zé
29/8/2020 às 12h59
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“FAÇA UMA LISTA”, DIZ A CANÇÃO
“Onde você ainda se reconhece
Na foto passada ou no espelho de agora?”
Oswaldo Montenegro
E ao costumeiro balanço dos dias,
ocupam-me afetos havidos e não havidos.
Encontro-me a elaborar uma lista da vida,
tal fosse isto possível.
E, tal fosse possível reverter o tempo,
a lista e a vida escutando fortes batidas
do meu coração.
Fraternos amigos que não vejo.
(Uns até só me falam por telefone ou e-mail).
Mas, no rol, tantos que deixaram de ser.
Em verdade, nunca foram amigos.
Na lista incluo antigos desejos.
E também aqueles que não mais
ouso lembrar. E amores eternos.
E amores que não vingaram.
Que nos seja leve o esquecimento!
Que nos seja leve a lembrança!
A boca dizendo inverdades.
Nos olhos, tantas revelações.
Na antevéspera da festa, eu me encontro.
E ao espelho que olha para mim.
Naqueles poemas que não escrevi.
Nos versos perdidos no cansaço.
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Postado por Blog da Mirian
29/8/2020 às 12h01
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Julio Daio Borges
Editor
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