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Sábado,
9/4/2022
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No Shopping
Outro dia errei o caminho de volta para casa propositadamente, e entrei no Shopping.
Fui caminhando, olhando para lá e para cá, parando aqui e ali, até que encontrei a tal praça bebível e mastigável. Optei pela extravagância de um cappuccino enorme, quase uma sopa, muito perfumado, saboroso e caro.
Sentado de frente para o vai e vem da moçada, fiquei observando os diversos clichês, modelitos, protótipos "fashion" , vários bípedes implumes, alguns em herméticos mundos com enormes umbigos, outros em pequenos grupos de excentricidades homogêneas, enfim um zoológico sem grades muito engraçado e bizarro.
Entre uma bicada e outra no super café, notei um casal de idades indefiníveis pelas aparências.No primeiro momento tive impressão de que já os tinha visto, mas algo estava fora do esquadro.Tinha certeza que a conhecia.Tentei lembrar de onde.
Segui olhando discretamente,procurando não arrumar confusão com o sujeito de aspecto um tanto desagradável, beirando o tosco,com a barba por fazer,a cara suja dos inconfiáveis,dos falsos,dos que não têm amigos,muito diferente dela, elegante e com estilo, tresandando classe, charme e confiança. Já tinha visto o camarada algumas vezes, até bem de perto e agora me lembrava que, da última vez me deu um cartão de visitas.
-Talvez a idade esteja me arengando, disse aos meus botões
Com ela sempre foi diferente. Chegamos a conversar por horas. Encantadora, fluida como uma manequim de Dior, elegante como uma modelo de Saint Laurent, inteligente, fascinante e, agora ali com aquele cafajeste sinistro. Que coisa mais improvável.
Distraído, evitando encarar qualquer das criaturas, divaguei, procurando lembrar os seus nomes. Uma dupla assimétrica, destoante, anacrônica.
Senti um toque forte no ombro e, saindo da bobeira momentânea, percebi a mulher colocando duas cadeiras a minha frente e se aboletando junto com o companheiro.
Ela falou primeiro:
- Que bom te ver! Faz tempo que você não me liga!
Arregalei os olhos a boca ficou seca, procurei uma resposta e o homem começou:
- Estávamos lembrando de você e,olha só,ai sentadinho, tomando café, como se a vida fosse um mar de rosas.
Ela, imediatamente, intreferiu, colocando a mão delicadamente sobre os meus lábios e respondendo, elegantemente, ao bruto:
-Você não vai tira-lo de mim. Ele é fiel. Não vou deixar.
Respirei fundo e lembrei dos nomes dele e o dela, que, ultimamente, andava distante:
Sr.Fracasso e Dona Esperança.
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Postado por Contubérnio Ideocrático, o Blog de Raul Almeida
9/4/2022 às 11h36
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Primeira bem-aventurança
Para: João Pedro Stédile
Eu sou pobre, pobre, pobre
De marré, marré, marré
Eu sou pobre, pobre, pobre
De marré deci.
Mateus, no Sermão da Montanha
e Lucas, no Sermão da Planície
na devida ordem, chegariam à nossa era:
“Bem-aventurados os pobres de espírito
porque deles será o reino dos céus.”
“Bem-aventurados vós, os pobres,
ai de vós, os ricos!”
Ouvindo agora a voz de Lucas
não me diz a pobreza e a riqueza
medidas por moedas de ouro e prata.
Ricos, os poderosos, os opressores,
entre eles, mandatários e carcereiros.
Pobres, os seguidores do Cristo
os que se opõem ao mando
os que almejam fraternidade
nos arredores da Galileia.
E mundo afora.
Das palavras de Lucas,
vós, que sofreis a pobreza material,
podeis lutar contra a escravidão.
Das palavras de Mateus,
vós, pobres de espírito e discernimento,
podeis um dia enxergar a luz.
Das palavras dos Evangelistas
possamos nos valer todos nós.
Bem-aventurados vós, os pobres,
que sabem dividir o pão e os peixes.
Bem-aventurados vós, os pobres,
porque assim merecem o vinho.
Bem-aventurados vós, os pobres,
que desejam compartilhar a terra.
Bem-aventurados vós, os pobres,
porque almejam dividir a colheita.
Eu sou rica, rica, rica
De marré, marré, marré
Eu sou rica, rica, rica,
De marré deci.
Bem-aventurados esses pobres,
porque são ricos de marré deci.
Bem-aventurados esses pobres
porque podem virar a mesa.
(Série: Poemas dramatúrgicos)
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Postado por Blog da Mirian
26/3/2022 às 18h56
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Meus versos?
Rio se faz com riacho
manhã se faz do alvissareiro canto do galo
o fruto, ah! o fruto vem da invisível célula
amamentada e aquecida pela terra;
no cio explode o ânimo do corpo amante.
Poesia? Não sei de onde vem.
Rio se faz com riacho
riacho se faz da inesperada gota
fugindo do previsível rumo das águas da fonte;
delicada folhagem mantém vivos elefante e manada
peixe surge da translúcida escama.
Meus versos?
Quem sabe, venham das cosmogonias
quando tudo era nada, infinito, solidão? E vida?
Ou da audível mudez das vozes dos mortos-vivos,
das vozes trêmulas de desamparo,
soprando fagulhas de angústia?
Meus versos?
Sei que não participam dos séquitos dos reis
nem os glorificam nas cerimônias do beija-mão.
Carregando a quieta inquietude dos humanos
meus versos desejam desafiar a navalha que nos fere o corpo
e desmarcar fronteiras que nos prendem ao limbo.
Tempo incontido na fala do instante nascente,
poderá meu canto cativar outras vozes?
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Postado por Blog da Mirian
17/3/2022 às 12h27
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Fazer o que? Sextou.
Começa a segunda semana, dia 14 do mês, juntamente com o seu próprio fim: sexta-feira. Tento parar o pensamento, o ruído das palavras sentidas e não pronunciadas, a interlocução comigo mesmo e perceber a inutilidade da constatação. Ora, apenas uma coincidência, uma travessura do calendário. A mente dá uma cambalhota e encontra o Papa Gregório, o patrono da marcação do tempo, tal como é hoje.
E tome elucubrações vazias,
E como seria no calendário lunar? Será que tem sexta-feira nos rodopios da lua? Não seria ele o mais adequado aos que vivem na e da noite? Afinal, o calendário lunar é usado por milhões de pessoas nesse mesmo mundo.
Antigamente o domingo dos noturnos era na segunda-feira.
Trabalhei e vivi da noite por um bom tempo. Folgava na segunda. Às vezes, já avançado na madrugada pensava na vida dos fregueses, alguns pagando contas, outros sem notar o tempo passando. Vez por outra uma altercação, um bradar, um desconforto, até alguma pancadaria assisti sem grande espanto, Tudo fazia parte do horário.
Luzes fortes, comida, bebida, música em volumes abissais, gente bonita, gente feia, cheiro de tabaco misturado com colônias, perfumes, molhos e bebidas.
O meu tempo de vida dentro da noite não foi muito longo, mas suficiente para conhecer um mundo , quase uma dimensão, fascinante, diferente, com regras próprias, com ritmo próprio, com sentimentos, paixões, cores e rotinas próprias. Nele as pessoas diurnas entram e saem. Sonham, sofrem, amam ou, apenas, se divertem.
Calendários à parte, o trabalho noturno ocupa uma enorme quantidade de tipos muito especiais de seres noturnos. Alguns eventuais, outros por rotina de escala, alternando a luz e a sombra, mas sem os quais a vida seria muito mais difícil. São os que têm que resolver os problemas causados pelo Acaso ou a Fatalidade. São os socorristas, os profissionais de Saúde, plantonistas, bombeiros, operários que dão suporte a ocorrências atípicas como queda de árvores, desligamentos de força e luz, policiais. Para esses não há festa, música, gente bonita falando alto. Aqui a dimensão não tem nenhum fascínio. E o tempo jogando contra, a dor gritando mais alto, o medo gargalhando em estrépito e escândalo, Muitas vezes a vida pedindo socorro.
O dia vai clareando, o pessoal da noite terminou o seu trabalho e vai procurar o seu descanso. Amanhã tem mais.
Hoje termina mais um ciclo de sete dias. Uma semana. Bem, hoje é sexta-feira, começa o fim de semana…
Não importa. O calendário não sinaliza fins de semana. Só sexta-feira.
Sextou!
Vamos festejar.
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Postado por Contubérnio Ideocrático, o Blog de Raul Almeida
14/1/2022 às 12h38
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Olhar para longe
Olhar para longe remete a uma paisagem, uma montanha, uma criança , um projeto de vida. Aqui, o sentido figurado da ideia reveste-se de outras filigranas tais como a esperança, a coragem, a fé, alguma certeza ou incerteza de sucesso. A materialização de um projeto de vida que deu certo vai sobrepondo sinais e marcas.Recordações. Um álbum de fotos ou a caixinha com as tais “lembrancinhas”, gentis quinquilharias sempre revestidas de um sorriso. Ali está um abraço, um aniversário, o nascimento de um filho ou neto, enfim, algum momento do qual temos enorme dificuldade de nos separarmos, ao mesmo tempo que vamos percebendo a inutilidade em continuar guardando objetos. A vida se mostra, surpreendentemente, curta ao percebermos o quanto poderíamos ter feito se… se isso ou aquilo.
Sinto as montanhas lá no fundo da paisagem como marcadoras virtuais de lembranças do meu passado, a quilômetros de distância do ponto de onde as observo. Nada físico. Não fui alpinista nem esportista radical, escalador, etc. Uso a natureza para estabelecer metáforas, analogias estapafúrdias, reforços avivadores da imaginação.
Bem a frente, lá na serra dos Órgãos, Petrópolis, o Dedo de Deus traz meu filho, único, vencedor, rompendo o céu das dificuldades, ultrapassando os abismos do quotidiano, aprendendo mais e mais a cada passo, sempre para frente, sempre para cima, sempre magistral.
Os contornos próximos fazem coro e apoiam aquela pedra transformada, por um momento, em meu lembrar. O recém nascido, o menino, o rapaz agora homem, senhor.
Sigo olhando na mesma direção. Há muito mais por ali.
Antes, Muri, cidadezinha próxima onde passei momentos maravilhosos com a esposa e a filha. A família que começava a formar-se. Os olhos brilhantes e curiosos da pequena, as cambalhotas e travessuras, corridas para lá e para cá, sempre cobertas pelo sorriso iluminado, maravilhoso, doce e gentil da mãe. E tome lembranças provocadas por um simples horizonte montanhoso, agora equidistante no plano físico, e virtual. Ainda atordoado com as efervescências do pensamento, memória e mente consigo, ao olhar na mesma direção, perceber o horizonte sob dois aspectos. Na frente uma ideia de viagem, passeio, quem sabe. No passado, quanta coisa boa, quanta alegria, quanto amor. Mas não há saudade, pois os atores estão vivos, ativos, vencedores.
Saio da varanda , fecho a cortina e encaro o espelho da minha vida enquanto dou uma escovada nos restos do que já foi uma cabeleira. Não consegui escapar dele. Sempre um espelho mostrando que o tempo não viu nada do que vi até agora. Não testemunhou, não interviu, não ajudou nem atrapalhou. Apenas seguiu e segue construindo saudades e ruínas eventuais.
Penso no Janus, o deus romano de duas faces, uma para frente e outra para trás, e as várias interpretações que li sobre tal figura. Continuo usando o horizonte ali na frente para restaurar as boas lembranças.
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Postado por Contubérnio Ideocrático, o Blog de Raul Almeida
12/1/2022 às 16h41
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Sempre há uma próxima vez
Na próxima vez que sentir medo, lembre-se de tudo o que já viveu, dos obstáculos que superou, e encontrará um porto seguro para seguir em frente.
Na próxima vez que sentir insegurança, lembre-se de que a incerteza é uma característica natural do ser humano.
Tudo é válido.
Na pior das hipóteses, opte pela dúvida. Não carregue o peso da certeza. Ter razão demais gera uma sobrecarga desnecessária. Viva suave.
A vida é simples.
Na próxima vez que tentarem te diminuir, lembre-se que a sua força vem de dentro e só você tem a dimensão dela.
Não tente se adequar ao mundo. Você é um ser único. Siga o seu coração e estimule o mundo a se adequar a você.
Reviva o que vale a pena.
Despeje sua ansiedade no Universo. Não sofra com o ontem nem com o amanhã, viva o hoje, que é palpável.
Cuide de quem te ama.
Lembre-se, a vida não é sempre um espetáculo. Valorize os pequenos momentos ao lado de quem te ama.
Intensifique o seu sorriso.
E quando se sentir sem força, estarei sempre aqui ao seu lado.
Lembre-se disso.
Lembre-se disso
Ame a vida, ame todos os momentos.
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Postado por Blog de Marco Garcia
13/12/2021 às 13h42
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A cor da tarja é de livre escolha
Oi, Edson. Tranquilo?
Dentro do possível, seu Douglas.
Algum problema, filho?
Os de sempre, mas tem um assunto aí consumindo as ideias.
Se quiser compartilhar, tenho tempo. Mas, antes, me serve um pretinho curto sem açúcar.
Fica em paz, seu Douglas. Vou incomodar o senhor com as minhas pirações não.
Como de costume, Edson abriu o bar às 5h30 da manhã.
Fez café, ajeitou os salgados na vitrine e conferiu os trocados do dia anterior.
Naquele momento, enquanto atendia no balcão o dono da loja de artigos religiosos, estava resignado.
Por muito pouco não ligara para o proprietário do "Vem quem quer", o bar onde trabalha, para pedir folga naquele dia.
Estava moído. A noite havia sido cansativa demais, dessas preparadas por espíritos sem luz.
Passara a madrugada numa via crucis pelos cemitérios da cidade, procurando por sua mãe, esquizofrênica.
Quando está em surto, dona Lurdes adota a alcunha "Menininha", uma mensageira espiritual com a missão de visitar túmulos e contar histórias para ninar os mortos.
Passou pelo Quarta Parada, Vila Alpina, São Luiz e, após rápida procura pelos cemitérios da Saudade e do Araçá, encontrou sua genitora no Campo Grande.
Junto ao túmulo do rapper Sabotage, toda de branco e com uma rosa vermelha na mão, ela declamava 'O Homem na Estrada', dos Racionais.
Ele sente falta dos palcos, Edson.
Terminou, mãe? Deixa o Sabota descansar. Ele dorme faz tempo.
"A gente sonha a vida inteira e só acorda no fim"... Tenha uma boa noite, Maurinho.
Agora podemos ir. Ainda tenho uma reunião com o Daime. Ele ficou de me passar as coordenadas de amanhã.
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Postado por Blog de Marco Garcia
30/11/2021 às 20h03
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Desigualdades
Quem nasce burro, ou melhor, limitado intelectualmente, não será nunca igual aquele que nasce inteligente, Não há nenhuma formula, tratamento, feitiço, reza, simpatia que mude o padrão: Burro é burro.
Quem nasce vagabundo será vagabundo a vida inteira. É estigma. É defeito de fabricação
Quem nasce inteligente, com facilidade de entender os seus entornos, as situações e oportunidades que a vida vai apresentando no seu decorrer, será reconhecido como tal.
Inteligente é inteligente . Apesar de eventualmente comportar-se como um burro. Mas o inverso não acontece, Um burro pode ser prudente, mas inteligente nunca.
Quem tem sorte, é sortudo (a). Não tem erro. Quem não tem sorte é azarado.
Quem é inteligente e tem sorte vai dar certo, vai prosperar, vai progredir, vai encontrar objetivos a alcançar, vai vencer.
Quem é feio, mas inteligente e sortudo tem mais chances do que os que são bonitos mas burros e/ ou azarados.
Quem é bonito, inteligente, sortudo, prudente, focado, tem todas as condições de vencer, prosperar, realizar a vida com sucesso.
Quem é burro, feio, azarado, imprudente tem todas as indicações para um retumbante fracasso, limbo, derrota e tristeza.
E daí? Quanta besteira. Quanto raciocínio e tempo perdido, inútil.
Não. Apenas uma forma de escancarar a estupidez que é o conceito de igualdade.
Não existe igualdade. Não existem dois indivíduos iguais, nem nunca existiram. A igualdade nega a realidade da vida.
Raças, sexos, nacionalidades, capacidade intelectual, aptidões, ventura ou desventura, alegria e tristeza, prosperidade e miséria, fogo e água, luz e treva, anormais e normais. Ricos e pobres, céu e inferno D´us e Satan.
Os igualitários querem dividir o que não conquistaram.
Os invejosos querem compartilhar o que a vida não lhes concedeu.
Os estroinas, satrapas, ladinos, igualitários, vagabundos e malandros querem manter o controle, reservando para si mesmos o que de melhor a desigualdade oferece. Não existe igualdade senão na morte.
O enterro de primeira só interessa aos que estão fora do caixão. Ninguém quer ser visto num velório com um féretro simples, forrado com pano preto e alças de lata. Fica mal na foto.
Ser solidário, sem filantropo, ser condescendente, ser piedoso, não quer dizer ser socialista, comunista, sindicalista ou, o pior,politico. Basta ser inteligente, para entender a necessidade de ajudar aos que não o são. O resto fica resolvido na igualdade bíblica que a todos favorece: Marcos 3-28 Todos serão perdoados. Então, cada um no seu quadrado e segue o salão.
Raul Almeida
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Postado por Contubérnio Ideocrático, o Blog de Raul Almeida
25/11/2021 às 09h16
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Novembro está no fim...
Sem muito o que dizer ou o que contar, chegamos ao fim de mais um ano.
Daqui a pouco é dezembro. Festas tradicionais serão mais ou menos celebradas, cumprimentos, saudações e frases comemorativas para um novo ano serão desencavadas da memória em rotinas cerimoniais, encontros de amigos, reuniões de empregados, famílias, e até nos depósitos de velhos e teimosos viventes, descartados do convívio com o mundo, incômodos em casa, doentes, tristes, esquecidos de si próprios, dispendiosos, desnecessários.
As mudanças e transformações na maneira de entender o mundo, de amar, querer, cobiçar, pretender e pensar em melhor desfrutar a vida, ficam bem nítidas quando planos, objetivos, desejos , vontades, aspirações e crenças são revisitadas, reorganizadas, reformuladas e colocadas na primeira página do livro do novo ano.
Não é assim para todos.
A maioria nem sabe o que é planejar a vida para seguir em frente mais um ano, mais um tempo, ou mesmo se a vida pode ser imaginada ou planejada com alguma antecedência. Os dias passam, sem foco, sem objetivo outro senão o de sobreviver, ganhar pela manhã para comer a noite...
Para todos o destino, o acaso e a fatalidade vão escrever a melodia, fazer o arranjo, dar o tom, o timbre e abrir ou rasgar a cortina do palco da vida para mais um recital de 365 dias e 6 horas. Mais um ano, mais esperança, mais fé, mais vontade ou , apenas, mais do mesmo.
Assim é.
A qualquer momento o ano acaba.
A qualquer momento o fim do mundo acontece.
A qualquer momento o Barqueiro do Aqueronte encosta seu barco, cobra as duas moedas, separa os que vão seguir e atravessar o Rio do Inferno ou os que vão continuar ali na margem, entre lamúrias, remorsos e arrependimentos.
Assim é ou, será assim?
Não faz diferença. Dezembro está chegando, muitas casas estarão enfeitadas para comemorar o Natal, depois a chegada do novo ano, da nova jornada. Vamos nessa!
Novos ou renovados desejos, vontades, aspirações, objetivos, crenças e expectativas.
Viva o marketing para ajudar nas escolhas das coisas materiais.
Viva a medicina para acalmar os malucos, mitigar as dores, curar os doentes.
Segue o salão...Ah, para os que tem medo do sobrenatural, das profundezas dantescas, das furnas satânicas para os de mau caráter, vai o consolo bíblico, só para não esquecer:
Marcos 3-28 Todos serão perdoados.
Feliz Natal! Feliz e próspero Ano Novo.
Raul Almeida
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Postado por Contubérnio Ideocrático, o Blog de Raul Almeida
24/11/2021 às 12h00
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Indizível
Na sintaxe do autoconhecimento o sujeito oculto é indeterminado
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Postado por Metáforas do Zé
18/11/2021 às 23h42
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Julio Daio Borges
Editor
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