“França – exército – Josephine”. Essas teriam sido as últimas palavras de Napoleão antes de morrer. Historicamente, existem controvérsias se foram realmente essas. Mas, para o filme de Ridley Scott , são esses motivos que ditam o enredo do seu “Napoleão” “Napoleão” (2023). O líder francês que a tudo ambicionava, constatará que nem sempre todo poder basta.
Antes de sua fama ecoar aos quatros ventos, Napoleão experimentará os caminhos pelos quais a política e o poder podem levar. Ele vê, taciturno, a rainha Maria Antonieta , sob os berros de escárnio do povo, ser guilhotinada, e vê as ambições e as brigas internas dos chefes da Revolução Francesa .
Em uma das poucas cenas representativas que remetem ao contexto histórico da Revolução, o líder jacobino Robespierre está discursando em um salão. A plateia se divide sobre sua fala. Do alto de um dos corredores, um líder adversário girondino grita em sua direção: “você não é um defensor da liberdade! Você se considera o juiz, o júri e o carrasco, não é verdade?”.
Esse período revolucionário seria lembrado por Norberto Bobbio (em “A teoria das formas de governo”) na sua exemplificação do poder despótico a partir de Montesquieu . O despotismo é o poder que tem no terror sua característica fundamental, seu símbolo.
Para Saint-Jus (o arcanjo do terror) e Robespierre, o terror é imprescindível para a chegada da república democrática, o reino da virtude. Como se sabe, como instiladores do medo, eles não se traíram. Mas o poder sem freios pode também a todos atingir. Logo depois, Robespierre e seu arcanjo serão vítimas de sua própria lâmina.
A Morte de Robespierre. Artista: Giacomo Aliprandi. Fonte: wikipedia.org
Napoleão (Joaquin Phoenix) sendo um produto da revolução, também, em um primeiro momento, não se trai. Após sua arrasadora vitória de Toulon, a batalha que lhe traria fama no território francês e que lhe proporcionou maior poder político, ele, no filme, com carta branca dos novos líderes revolucionários, explode, literalmente, a revolta monarquista de 1785.
Mas aí entra, definitivamente, Josephine (Vanessa Kirby). E, para a história de Ridley Scott, ela terá um papel decisivo na trajetória napoleônica. Ele não apenas se casa com ela, como, obsessivamente, por estar na campanha do Egito, implora por notícias suas.
Josephine, nesse momento, está traindo seu marido com outro homem. Napoleão ainda não sabe, mas uma cena da campanha do Egito serve como uma metáfora dessa relação nem sempre domesticável entre a política, o poder e a vida.
O comandante francês está diante dos tesouros arqueológicos egípcios. Encostada em uma parede, na vertical, está uma múmia dentro de um sarcófago.
Napoleão a olha, sobe em um banquinho, coloca seu famoso chapéu sobre a múmia e aproxima seu rosto daquela face sem vida. Em seguida, ele toca o rosto da múmia suavemente, deslocando-o para o lado, vendo o fim daquele poder já extinto. “Memento mori” (lembre-se da morte).
Napoleão diante da múmia. Fonte: https://twitter.com/EgyptianPodcast/status/1715462463821377980
Ele parece estar se perguntando, o que são os grandes homens? Aqueles que se acham deuses acabam assim? E nós com ele nos perguntamos se nem todas suas conquistas lhe teriam evitado a traição? Nem sempre todo o poder é suficiente.
Em seu retorno para a casa, ele, furioso, ameaça deixar Josephine. Ela reverte a situação dizendo para ele que, sem ela, ele não é nada. A partir daí, o filme começa seu desfile psicologizante, mostrando, grosseiramente, um edipiano e lascivo Napoleão.
Poucos personagens na história mereceram tantos textos. Poderíamos pensar que essa representação de um Napoleão incontrolável e contraditório faz parte de sua vida, faz parte do humano.
Mas para a história, ou pelo menos, para a história mais comum, ainda reverbera, por exemplo, a sua coroação e muitas de sua batalhas. Ele é um mito. E mitos são lidos de várias formas.
O filme de Ridley Scott dá essa versão na qual o homem e o mito procuram ser juntados. A famosa cena da coroação reproduz o famosíssimo quadro de Jacques-Louis David (1807).
”A coroação de Napoleão”, de Jacques-Louis David (1805-1807). Fonte: wikipedia.org
Diante do espanto de todos (no quadro isso é levemente perceptível, mas no filme gera um “ooohhh”!) o imperador coroa a si mesmo, marcando simbolicamente a separação do Estado e da Igreja, união fundamental das antigas monarquias.
Além das cenas impressionantes da Batalha de Waterloo , vemos a sequência da celebrada vitória em Austerlitz que, com o uso da tecnologia da computação, é capaz de representar esse momento, talvez, como nunca havíamos imaginado antes.
O sadismo do vitorioso general diante do derrotado Francisco II , ao agradecer ao imperador austro-húngaro por ter feito ele cometer um erro ao ter vindo até ele, o que lhe impediu de derrotar, já naquele momento, também os russos, é muito mais impactante que todas as cenas libidinosamente sádicas do filme.
A pretensão de mostrar Napoleão como homem e mito ganha ainda duas sequências representativas. A primeira é a dissolução do casamento com Josephine (ela não poderia ter mais filhos e o imperador queria um herdeiro). No ato, ele chora e, em seguida, estapeia Josephine para que ela assine o documento de divórcio em prol da França.
O poder supera o amor, mas, ao mesmo tempo, talvez esse poder possa ser um complemento da perda, da sua falta, dos seus medos. Homem e mito. As lágrimas caem, mas sem compaixão.
A segunda sequência é sua famosa entrada em Moscou. A câmera movimenta-se seguindo seu cavalo de perto, ele gira em 360 graus com seu animal e, em close, vemos seu rosto estupefato.
Napoleão encontra Moscou deserta. Fonte: IMDB
A cidade está deserta. Napoleão grita: “onde estão vocês!?”. Aquele que é tido por muitos como o maior estrategista de todos os tempos, não antecipara o movimento adversário.
Há muitas produções cinematográficas e séries sobre o líder francês. Mas o que o diretor Abel Gance fez em 1927 é algo totalmente extraordinário até hoje. O “Napoleão”, de Gance, é um daqueles filmes do cinema mudo que ficaram lendários por vários motivos.
Quando foi exibido teria sete horas de duração, suas técnicas empregadas são revolucionárias – não há outra palavra – para o período, com travellings (movimento de câmera) com a câmera na mão, cortes em contraponto (uma cena contrapondo ou complementando o sentido da outra), fusões de imagens, efeitos especiais e a famosa sequência final na qual três quadros na tela mostram, ao mesmo tempo, a mesma cena ou cenas diferentes.
Não apenas por todas essas inovações ele é cultuado. Ao contrário do filme de Scott, o filme de Gance (que interpreta Saint-Just, o arcanjo do terror) pretendeu mostrar o Napoleão desde sua infância, passando ainda por uma longa representação dos acontecimentos da Revolução Francesa, até terminar no início da campanha da Itália.
O “Napoleão”, de Ridley Scott, pode não ter tido essa pretensão. O fato de ser anunciado de que se pretende relançá-lo com mais uma hora e meia de duração para TV, talvez indique o quanto ele poderia ser mais coeso, parecendo menos uma sequência de episódios esparsos.
Talvez por isso ele tenha buscado se deter – com resultados questionáveis – nesses elementos que muitas vezes moveram a história, tragicamente ou não, a pátria (França), as armas (exército) e o amor (Josephine).
O filme nos conta que Napoleão nem sempre pôde ter essas conquistas como gostaria. Mas a história já mostrou que, quando esses elementos colidem, nem todo poder basta.
Sem noção.
Os temas "governança global" e "o poder do Sul", (do planeta)
apresentados por excepcionais exemplos de competência reversa em
desenvolvimento humano, combate a fome, honestidade, qualidade
política ,transparência democrática, e valores que tais, tem sido
os motes aproveitados pelo Flagelo do Agreste quando discursa em seus périplos
desde a libertação da cadeia por erro de endereço do tribunal, e vitória na eleição de quem seria o menos rejeitado. Ganhou por " una cabeza" no páreo da antipatia ao adversário. MAS GANHOU! Suas falas para ninguém alem dos notórios frequentadores dos encontros e protocolos, beiram ao
ridículo. Quer sentar-se a mesa dos arcanos! Quer ser o mensageiro do renascer, nesse começo de milênio. Imagina uma nova versão da santa ceia, com os ditadores, déspotas, caudilhos e simples chefes tribais como apóstolos, esquecendo das suas próprias limitações. Dizer que o "seu" País tem um débito de 200 anos com, pasmem, um Continente, por conta de praticas generalizadas pelo Mundo durante a colonização é, alem de sua sabida fanfarronice politica, um desrespeito ao Pais que não lhe pertence. O deslumbrado pensa que está agradando com suas sandices copiadas, é claro, mas está, com tamanha estupidez , fomentando ódio, ignorância, politicagem, e contenciosos desnecessários com a comunidade mundial de verdade. A senilidade e o desvario, alem da purulência verbal só cria vergonha e espanto. Alguém tem que avisar ao pré decrépito que a farra vai acabar, de novo, e nem os endereços servirão de argumento para um novo perdão.
Os mitos de Ícaro, filho de Dédalo, e Satã o Anjo caído, jamais poderiam encontrar-se, não fossem as analogias com a história recente do “País do Futuro”.
Um Ícaro moderno vestiu-se com asas aderidas com a cera de promessas douradas e brilhantes em busca de uma saída para um labirinto de absurdos, desmandos, corrupção e incompetência .
Uma voz bradante e altaneira, condutora ao caminho da luz, da honestidade, da retidão, da esperança de dias de prosperidade e justiça. Um discurso emocionado, indignado, valente, agressivo, tinturado de sinceridade.
Convenceu. Ganhou altitude, vibrou com o próprio feito, sobreviveu à morte. Apenas esqueceu-se do que eram feitas as suas asas. Penas de quimera, cera de inverdades. Cordões de algodão doce.
Satã, ainda cheirando aos odores da podridão das façanhas de seu passado de corrupto ativo e passivo, das “maracutaias” e desastradas indicações e recomendações ,consegue romper a barreira da luz diáfana da verdade e retornar, agora triunfante, ao topo da montanha, ponto de partida de Ícaro e suas inconsistentes narrativas antes de lançar-se ao abismo da realidade.
O sol dos fatos derreteu a cera mentirosa e desfez as asas daquele Ícaro transformado em mais um ser opaco, pesado, sem nada da sua própria maquiagem. Um tolo agressivo, inconsistente, comum e menor.
Satã, aproveitando a realidade sinistra que o beneficiou por tempos impensáveis, agora voltava a luzir tenebrosamente.
Começa a desencavar as múmias espectrais que já o acompanhavam em outros tempos, a ressuscitar ogros e heroínas tenebrosas dos horrores recentes, e retoma o covil perdido para Ícaro.
Agora as semelhanças estarrecedoras trazem a história para frente. Ícaro assim como Satã tem suas origens na roça. Foram lavradores, pertencem a grupos diferentes de famílias de lavradores. Apareceram no mundo em lugares separados. Tiveram o desenvolvimento de suas vidas de forma assimétrica, por razões, igualmente assimétricas. Ícaro pode ilustrar-se. Obter educação escolar, escolher e seguir uma Escola maiúscula, formadora de bons cidadãos e outros nem tanto, trilhar uma carreira profissional importante e complexa. Um seletor de inteligências.
Satã, ao contrário, percorreu caminhos duros e difíceis durante a juventude. A escola chegou bem tarde. O progresso urbano e social do qual Ícaro já desfrutava, demorou a gratificar o Anjo Caído. Entretanto, o caminho que lhe foi mostrado, levou a um grande destino. Experimentou o Mundo. Rapidamente, foi aprendendo tudo que viu e mais o que foi observando. Hábil,inteligente,aproveitou a rudeza como chame, característica sedutora, carismática. Chegou antes ao topo da montanha, embriagou-se com a altura, desatinou e, depois de alguns solavancos, e rolar encosta abaixo, retornou. Retomou aquela mesma montanha que Ícaro lhe havia tomado e, pouco tempo depois, iria lançar-se desvairadamente.
Outros tempos. As histórias, os mitos, as narrativas se repetem. Assim como os discursos das suas principais personagens.
Nada de novo
O conceito de vadiagem tomou ares poéticos, românticos, até divertidos. O que seria um ou uma vadio ou vadia? Ora, alguém que não tem ocupação,que não faz nada. Vai levando a vida sem rumo certo, sem compromisso, sem preocupações.
Diferente do desempregado, do incapacitado seja física ou tecnicamente, o vadio vai levando o seu quotidiano encarnando diversos personagens para conseguir o sustento e a moradia. A forma mais comum é a do pedinte. O mendigo que estabelece o valor do óbulo quando pede.
-Moço dá cinco reais para eu tomar um café ou para comprar uma quentinha ou,pede uma moeda. Essa figura, atualmente abundante nas nossas cidades, não tem mais de 30 anos de idade. Não tem profissão ou perdeu a referência do que é trabalhar. Perdeu a noção ou nunca teve, do que é ser um cidadão. Múltiplas razões o atiraram na calçada, na sarjeta, no limbo da sociedade. Acostumou-se assim, perdeu o azimute da vida. Muitos são viciados em drogas assassinas, álcool e cigarro aproveitado as "bitucas” catadas no lixo ou no chão. Dormem em qualquer lugar dentro de um universo geográfico que eles mesmo elegem. Um bairro por exemplo. Pode ser embaixo da marquise de um comércio, um canto no recuo dos prédios, um banco de praça, atirados ao chão em qualquer lugar, algo muito sinistro.
O segundo tipo é o mendigo profissional. Esse consagra um determinado ponto para estabelecer a sua “empresa”. As portas dos supermercados, igrejas. Lugares procurados pelos cidadãos para abastecer-se de comida ou conforto espiritual são muito visados. Tem metas a cumprir. Na região onde moro, ao conversar com os motoristas taxistas, fico sabendo que “aquela mulher que fica ao lado da porta do mercado, sentada no chão sobre folhas de jornal, só vai embora quando atinge uma determinada quantia, cerca de R$ 150,00". Quando está bom, perto dos dias de pagamento dos trabalhadores produtivos, aposentados, pensionistas, ela vai embora cedo. Lá para o meio do mês, vai ficando até ao fim da tarde. Sempre tem alguém que paga a “quentinha”, traz um pacote de biscoitos para as crianças. São três entre 2 e 5 anos de idade. Também recebe pacotes com mantimentos, que ficam ali no chão, encobertos com andrajos para não chamar a atenção.Nas imediações um homem, seu companheiro,dissimuladamente, observa se outro mendigo ou mendiga vem tentar dividir o ponto. Ele se encarrega de retirar os mantimentos quando a pilha fica um pouco indiscreta.Um outro habitué, colega do "marido” da moça frequentava o lugar com uma tornozeleira de bandido… Este sumiu. Chamava muito a atenção. A versão mais recente do pedinte é o "viciado nóia", consumidor de crack, cocaína, drogas alucinógenas que, erradamente, o noticiário chama de entorpecentes. Estes, perambulam, imundos, alterados ou, nos intervalos da loucura, compondo angustiantes cenas de horror. A variedade de personagens é vasta. Inúteis? Sobras sociais? Vítimas do destino ou da sociedade? Na verdade , são variantes do antigo Vadio. São vadios. Um novo tipo de vadio recebe uma denominação, não sei se hilária ou jocosa: Nem-Nem, significando que nem trabalham nem estudam. Vadios-parasitas das próprias famílias. Vagabundos com várias desculpas para sua infame condição de inúteis. Exploram pais, avós, tios, amigos, amantes, enfim, não dormem no chão, não passam fome nem admitem a humilhação da mendicância explícita, seja profissional ou acidental. Diversas castas desta modalidade de vadios podem ser percebidas, desde os mais pobres até os bem fornidos de recursos. Há quem tenha tudo do bom e do melhor.A família provém. Há os que ficam parasitando os mais prósperos, fazendo companhia, bajulando, participando dos séquitos e círculos dos, verdadeiramente, ricos. Sempre estão bem vestidos, simpáticos com os afortunados, arrogantes com a patuleia,e a criadagem, ou os desconhecidos, periféricos que estejam tentando entrar na turma.
A condição de vadio já foi infração comportamental, listada no Código Penal. Vadio ia conversar com o Delegado… A carteira profissional fazia parte dos documentos a serem carregados no bolso dos comuns. Vadio, vagabundo, malfeitor, bandido, etc., não era motivo de graça nem poesia. Agora os direitos mandam mais do que os deveres, logo o “direito de ser vagabundo, nem-nem, vadio, nóia, etc", é sagrado e serve para teses de sociologia, para a indústria da pobreza e caridade, e o cidadão comum que se vire.
Tempos modernos esses.
Leite é o primeiro acontecimento na vida de qualquer mamífero, seja ele bípede ou quadrúpede, hirsuto ou pelado. Não tem erro. Saiu do ventre, seja lá de que espécie for, vai direto para o peito ou para as tetas. A Natureza assim definiu.
Vamos pensar na ideia da sobrevivência, onde a alimentação tem o mais sagrado e privilegiado lugar. Comemos para nos mantermos vivos, suficientemente fortes para viver o que o destino com seus acasos e fatalidades nos reserva a cada momento.
A evolução dotou os seres humanos de inteligência, a diferença magistral entre nós e os outros mamíferos, que continuaram dotados de instintos, às vezes confundidos com lapsos de inteligência e racionalidade. Entretanto, os animais não aproveitam as sobras da amamentação se e quando existem. Símios, equinos, caprinos, muares, suínos, enfim, não produzem queijo ou coalhada. Ah, mas como fariam? Sei lá. Conseguem armazenar sementes, frutos, carniça…
Nós humanos, descobrimos que o leite , mesmo quando azeda, segue sendo alimento, transformado em coalhada que pode virar queijo. E descobrimos muitas outras formas de conservar outros alimentos, evitando desperdício e provendo para momentos de escassez. Alimentos estragados que não estão estragados! Poderia ser um paradoxo, mas é um recurso, uma técnica, uma prática ancestral.
O paradoxo da virtualidade material,é circunstância visível em qualquer mapa-mundi.
Países, pátrias e nações são convenções. São resultado da concordância entre iguais humanos, quando se dispõem a resolver seus instintos animais, de posse, poder ou similaridade biológica (parecidos uns com os outros), entre tantas outras questões.
As fronteiras são imaginadas e estabelecidas por seres humanos. Tudo ligado ao instinto da sobrevivência acrescido de valores outros que a tal evolução foi agregando.
O País é o Direito, o Poder, o Estatuto. A Pátria é a Paixão, a beleza, a natureza, a Terra primeira onde se nasceu. A Nação é a Turma, a Gente, as Criaturas humanas que a amam. Aí encontramos o bígamo País e suas duas esposas, Pátria e Nação, fidelíssimas, estoicas, maravilhosas e ávidas para alimentar as criaturas humanas que em seu colo se abrigam.
Milhares de anos foram sedimentando normas, regras, diretivas, leis, sistemas e regimes, visando garantir a autoridade, integridade, poder e domínio dos mais proeminentes guerreiros, pensadores e, sem dúvida, místicos que sempre existiram, tentando explicar aos distraídos e assustados,os fenômenos, e as contorções da mãe Terra.
Quem se interessa, lê e estuda a história do mundo e as peripécias de personagens formidáveis.
Em tempos de agora o estupor e o espanto ronda as cabeças pensantes com as marcas virtuais dos Países sendo sacudidas por tanques e mísseis, a comida retida em portos, porões de navios ou fronteiras, ameaçando escassear. Miseráveis sem rumo buscando um lugar para sobreviver, arriscando-se em travessias oceânicas ou tentando romper fronteiras onde não são bem vindos, além de fenômenos climáticos de grande porte,além das epidemias colossais. Somos obrigados a escolher o nada, a passividade estéril e segura, o desdém ou a fuga da realidade, em busca de algum sossego. Ah, se fosse tão fácil.
O alimento político para manter vivo e saudável o triunvirato virtual, Pátria, País, Nação é conhecido: Democracia.
Democracia é o regime onde o Povo, a Nação, escolhe quem é que vai dirigir o País. É o Povo quem escolhe o Governo garantidor da Pátria Amada, a terra onde nascemos e a Nação da qual nos
orgulhamos por adoção ou origem natural. De tempos em tempos, bem definidos pelas Leis, o Governo é substituído. É modernizado. Aí, entra o lado primitivo, o lado obscuro da vaidade, da ânsia de poder, da patranha, da promessa de Manah e Néctar, de delícias e festa. O alimento estraga.
Assim como o leite vira coalhada, se desintegra em soro e material semi-sólido, mais adiante vira queijo, e depois embolora, escurece, fede.
Tem sido assim.
Interessante notar-se que, durante a oferta de possíveis novos governantes, uma variedade de figuras, virtualmente semelhantes ao leite, apresentam-se, entre promessas e afirmações entusiasmadas.
Jarros de leite. Alguns já estão fermentados, amarelados pelo tempo e exposição à luz. Outros decantaram e seguem sendo coalhadas envelhecidas, a maioria já embolorando e fedendo como queijos impróprios para consumo.
Não há leite fresco, nem coalhada, nem queijos finos.
E o laticínio do demônio.
Esta é uma carta de amor escrita por um homem que ainda acredita no romantismo mesmo vivendo em um período de caos. Convido você, leitor (a), a se deliciar com este estilo carinhoso de literatura.
São Paulo, 16 de janeiro de 2024.
Como iniciar a primeira carta de 2024? Este ano que já intitulamos como o ano do nosso verdadeiro recomeço.
A folha em branco sempre foi um desafio para mim.
A frase inicial é sempre a mais instigante e que dá o sentido e o caminho para o restante do texto.
E abrir o Word para falar sobre você amplia o meu senso de responsabilidade.
Porque a pessoa para quem esta carta se destina, merece uma frase inicial que fixe na memória.
Começarei assim:
“Como escrever uma carta para a mulher por quem me apaixono todos os dias?”
Quando falo de paixão, não me refiro aquela fugaz, que derruba tudo, mas vira cinzas em pouco tempo.
Não.
A minha paixão por você, princesa, é alimentada todos os dias.
Ela se perpetuou na minha alma.
Deposito nela a cada segundo todos os ingredientes que o meu coração exige.
Em minha receita imaginária, recorro ao afeto, carinho, cuidado, sorriso, respeito, cumplicidade, lealdade, ternura, ombro amigo, parceria, alegria de viver, olhar doce, sorriso amplo e sincero, e o que é mais importante: o arrepio na espinha dorsal toda vez que ouço sua voz.
Eu reúno tudo em minha mente, sobretudo, na minha vida, e o resultado é um poder incrível de me apaixonar por você todos os dias.
E isso se traduz em amor. Amor verdadeiro e eterno, que acertou na minha veia.
Me conquistou.
Sou um homem feliz, porque estou ao lado e vivendo um sonho maravilhoso com a mulher que sabia que existia, e que Deus me mostrou.
Você é a responsável pela guinada de 360 graus na minha história.
Linda.
Pele macia.
Olhar cativante.
Cabelos que definem sua personalidade.
Voz que acalma.
E um corpo que maltrata meu juízo.
Minha princesa, minha garota surreal.
Desde que te conheci, vivo um conto de fadas, com pitadas de romance.
Você tem o dom de me chacoalhar e mover o meu eixo-central.
Sou um homem feliz.
E extremamente apaixonado.
Estou contando as horas, os minutos e os segundos para te reencontrar.
Viver tudo o que Deus preparou e que merecemos.
Realizar o meu desejo de pegar na sua mão novamente. Sentir a sua pele. Passar a mão nos seus cabelos. Te cercar de carinho e te envolver nos meus braços.
Sorrir com você.
Te amar de maneira louca e sem limites, como estamos acostumados.
Ter de volta a nossa vibe na vida e a nossa intensidade entre quatro paredes.
Sonho com você toda noite.
Estou longe, mas minha vida está aí ao seu lado.
Movimento meu ser e estou me preparando para te encontrar.
Vai ser lindo e memorável como sempre foi, porque a chama do nosso amor ganha contornos especiais a todo momento.
Vivo por você e para você.
Essa mulher especial. Pessoa que sabe me fazer feliz e me deixar doido em todos os sentidos.
Te amo.
Sempre vou te amar.
Saudades.
Muita saudade.
É questão de tempo para que possamos viver de verdade.
Com nossa família em redor.
Vamos viver o que Deus está preparando nos céus.
Merecemos.
Te amo, minha garota surreal.
Deste seu preto, que não faz outra coisa nesta vida a não ser te amar.
O regime democrático é, sem qualquer possibilidade de dúvida, desculpa, justificativa, etc. o melhor e mais representativo para a condução de um País.
É através dele, que o povo se manifesta, escolhe, define e consagra suas lideranças.
As eleições periódicas possibilitam cada nação trocar o que não funcionou, alijar o que não prestou, reformar as esperanças e seguir em frente
Ser um democrata legítimo, que encarne as vontades, desejos, aspirações e , sobretudo, as reais necessidades do Povo é obrigação do escolhido ou escolhidos.
Dai Democracia := governo do povo.
Não parece sincero aquele que se diz democrata e, abertamente, descaradamente, despoticamente, apoia, elogia, respalda, suporta de várias formas(politicamente, diplomaticamente, economicamente) lideres de países totalitários e repressivos que sequestram as denominações:"democracia e democrática", mascarando a realidade dos seus regimes hediondos, miseráveis, belicistas, fechados e infames. Quem apoia tais absurdos sabe o que está fazendo. Tais países tem arremedos de eleições quando tentam legitimar seus regimes. Os donos estão no poder há décadas. Quem se atreveu ou,ainda, se atreve a criticar ou fazer oposição, é preso, perseguido e até assassinado. Não é segredo! O noticiário nos mostra essa realidade.
Será que a ideia de legítima Democracia permite a "ingenuidade" em acreditar que os ditadores das Américas, Africa, Asia e Europa sejam reeleitos, sempre? Que o povo os reeleja sem questionamentos?
Democracia acima de tudo.
O ano está acabando.
Boa sorte o novo está chegando.
Chegamos ao fim desse ano repletos de mais do mesmo.
Em algumas situações, poderíamos até invocar o passado e reencontrar Marco Polo e suas viagens mirabolantes, e a Derrama sem inconfidentes.
Um ano de muita conversa fiada, muita falastrice sobre a "tentativa" de ruptura dos valores, etc., etc. De certo mesmo tivemos um calor siderúrgico, uma seca aflitiva, algumas incógnitas espalhadas pela América de Baixo, com vociferadores, ditadores e papagaios de galocha ameaçando mudar o sentido dos ponteiros do relógio.
Testemunhamos, envergonhados, a tibieza de um líder sem condenar terroristas, praticando um discurso de pafúncio, sobre a "paz mundial", exortando a patuleia ao amor e a proteção as criancinhas miseráveis, principais vítimas das guerras, bla, bla, bla.
A temperatura política global, com diversos conflitos armados pelo mundo, as incertezas decorrentes da baixa qualidade das lideranças, alianças e acordos, reuniões, "cumbres" congressos e outros eventos que parecem não funcionar, não dão margem para grandes esperanças. Mas,para o bem de todos, pelo menos aqui em Pindorama o carnaval vai cair em fevereiro! Os ensaios dos grupos, blocos, etc., já começaram e prometem mais algumas memoráveis horas de alegria, festa,luzes e amor.
Feliz Ano Novo para todos!
Fé e Esperança podemos pegar a vontade, no bufê da vida.
Como observadora de nuvens e formigas, dei agora para desorientar palavras. O que nem é verdade o "agora" e só você saberia como. Este é o desobituário dos nossos não encontros. Comprei até uma camisa rosa lavado, bem bem lavado já há três encontros desocorridos. Era Natal também.
Você me ensinou como desatropelar intercorrências e agora aprendo outra língua além da nossa, só de teimosia, para aparecer para quem nunca me veria e acaso visse apenas teria visto… como fato fatídico nada vai acontecer diante do silêncio que venho acumulando para não ser vista de jeito nenhum. O que faz ventar são silêncios, eu vi quando subi aquela montanha. Dentro do fosso do mundo tem um pote de nuvens caladas. Só saem com o silêncio mexido - tipo fazer doce de leite - nuvens só se mexem com o vento, o vento é que toca o silêncio.
Como hipotéticos - enfim, já falei que disturbo palavras? Finalmente o enfim: como hipóteses já estamos indo fechar as janelas, nos ignorando sem querer. Tem muitas coisas na casa que já não vemos. Você até mandou foto da minha casa separada da sua. Não havia carros passando e as luzes dos postes ficaram oblíquas. Chamei de bela rapariga esse negócio de mandar foto da minha casa. Afinal, eu sei onde moro.
No silêncio das luzes oblíquas, onde nada pode sair de casa, fica delimitado e proibido de obliterações diversas e epitáfios.