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Quarta-feira,
4/3/2015
JULIANA
Rita de Cássia Oliveira
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Impenetrável, o olhar de sonhos de Juliana.
-Em qual época aquela mulher colocara a sua existência? Era uma pergunta tácita que toda a aldeia se fazia ao vê-la passar todos os dias, nas primeiras horas da manhã, com o envelope branco entre dedos, a dirigir-se ao cais.
-Quem era Juliana?... Aquela moça de tez morena e longos cabelos cacheados que, prendada, há alguns anos passados iniciava os pequenos da aldeia às letras e aos números...
A carta é colocada lentamente sobre as ondas do mar!
- Mar de segredos meus ... levas notícias ao meu amor .... contas a ele que ainda aqui estou... Filipe! Meu amor!
O murmúrio faz parar o tempo e o destino atemporal daquela mulher na eterna espera do homem amado. Juliana vive para a espera, pacientemente tece o dia que enxergará Filipe descer do barco "Andorinha", com o dorso queimado de sol, abrir-lhe os braços musculosos de pescador.
A muitos mares daquela aldeia, na capital do Estado, um moço descarrega peixes dum barco.
Na beira do porto, uma jovem de gravador em mão encaminha-se a ele e diz:
- Bom dia, sou jornalista e estou fazendo uma matéria sobre barcos, você quer me conceder uma entrevista?
O moço para. E ironiza. Com olhar aguçado, diz silabicamente:
- Antes conto uma história de pescador!.
Rapidamente ela liga o gravador e ouve atenta:
- Há muitas praias daqui, tem uma linda mulher que todos os dias manda uma carta para mim pelo mar.... Na sua aldeia todos pensam que ela é louca...
Postado por Rita de Cássia Oliveira
Em
4/3/2015 às 11h37
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