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Sábado,
14/3/2015
Quebrando o Ciclo (e jogando ele fora)
Helena Seger
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Mais arruinamos no medo de arruinar, do que em simplesmente deixar seguir seu curso.
Palavras sábias, fáceis de entender, difíceis de metabolizar.
Nunca fui boa em me expressar, nem em me entender, nem em me explicar. Acho que por isso sempre me entreguei a poesia. Ela me deixa transcrever sentimentos tortos sem se ofender pelo que escrevi e deixando o sentimento se esvaziar em mim, a cada palavra posta para fora.
É muito fácil se arruinar.
É muito fácil deixar a podridão sambar pela língua até o ouvido de quem não merece ouvir.
É muito fácil estragar algo bom pelo fato de que nada é infinito. E se não é infinito, não deveria valer a pena.
É muito fácil culpar uma teoria e dizer que ela se aplica em todos os sentidos e momentos da sua vida, como se tudo que acontecesse estivesse fadado a seguir seu rumo do interesse absoluto para o desinteresse absoluto. E deixar o ciclo do fim tomar sua forma eterna e etérea.
É muito fácil querer bancar a vidente e fazer com que suas premonições tomem forma, mesmo sendo algo que te fará triste.
É muito fácil querer acabar com o bom mais cedo pelo medo do bom acabar quando ele virar intrínseco a mim.
Se tem uma coisa que eu aprendi enfiando o pé na jaca, é que vale a pena sim.
Vale a pena cada segundo de felicidade, mesmo que ela possa acabar.
Vale a pena cada "eu te amo" mesmo se um dia, eu não for mais amada.
Vale a pena cada beijo no rosto, mesmo se um dia ele não venha mais.
Vale a pena fazer com que ao invés de encurtar o bom pelo medo de sofrer, prolongá-lo, para impedí-lo de acabar.
E darei cada segundo da minha vida, para provar que eu sou mais do que palavras ferinas.
E darei cada segundo, ainda mais, para me fazer merecer a sorte de um amor como o dele.
Me darei por inteira, sem amarras, sem pesares, sem medos e sem fim.
Se ele me aceitar, é claro.
Ele é tudo que eu sempre quis.
E não existirá um pelo, em todos os ovos do mundo que me impedirão de amá-lo por completo.
A vida é mais do que um fim.
A vida é meio.
E ele, é meu eterno começo.
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Helena Seger é autora do livro Enlatados, garanta o seu no site da Livraria Cultura
Postado por Helena Seger
Em
14/3/2015 às 13h19
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