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Sexta-feira,
10/4/2015
Dê Lírios
Aden Leonardo Camargos
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Dentro do ônibus. Dentro do concreto, dentro tudo que não vemos mais. Dentro da ausência, dentros dos eus. O choro contido do mundo vencido. Dentro das fábricas. Por dentro...o que há?
Do lado de fora, contorna o de dentro. Saiu uma flor. Brotou fragilzinha... o caminhoneiro não viu. A moça com prazo também não, os meninos das escolas, nem os que se drogam... não.
Só nas janelas distraídas poetas cinzas se atraem. Algum gorro noturno sacudiu sua tinta e enfrentou a secura humana, depois de um beijo, depois de um mergulho? Deixou molhado um rastro num muro de cimento. Vi pétalas e senti o cheiro da cerca aberta. Três cavalos fugiram. Foi um golpe rápido. Com a cabeça fora ventou na velocidade...
"Dê Lírios"... Pixou. Era um Quixote... Deixou. O dia ficou aceso...
Postado por Aden Leonardo Camargos
Em
10/4/2015 às 19h22
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