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Domingo,
26/4/2015
Corrupção
TAIS KERCHE
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É terminantemente proibido vender balas dentro do ônibus, a não ser que o vendedor agracie o motorista e o cobrador com um pouquinho de açúcar e afeto. Para se tirar a carteira de habilitação, o futuro motorista precisa passar por uns testes, a menos que faça feliz a conta bancária dos instrutor e avaliador. Este mesmo instrutor pode se ver livre de multas decorrentes de infrações de trânsito, desde que engorde o cafezinho de um fiscal ou policial qualquer. O fiscal, sabendo que pode pagar metade do valor no cinema, não pensa duas vezes e falsifica a famosa carteirinha de estudante. Já o verdadeiro estudante, sempre que pode, coloca a avó para comprar ingressos na fila preferencial do show mais concorrido da temporada, só pra garantir. A mesma avó que já embolsou uns troquinhos quando ainda trabalhava e pegava um táxi a serviço da empresa e pedia ao gentil taxista para colocar uns reais extras no recibo. Esse tão gentil taxista não hesitou em agilizar o processo de licença na prefeitura, para colocar seu lindo táxi para rodar, colaborando financeiramente com um colega que tem um amigo que trabalha na prefeitura. O amigo, quando chega em casa, assiste aos canais por assinatura que não assinou, mas que puxou de um fio que estava passando por aí. Ele aprendeu com um outro colega, que até assina o pacote básico da TV a cabo, mas tem aquele super aparelhinho que abre todos os canais, até o Telecine e os fechados para adultos. O técnico da TV a cabo, que instalou o serviço, para fazer gentilezas a um outro colega e vice versa, quando precisam, batem o ponto um para o outro no trabalho, são apenas gentilezas. Uma gentileza tão parecida com aquela em que o amigo fica guardando lugar em uma fila qualquer para a chegada de mais uma meia duzia de amigos, isso quando, na mesma fila, não há alguém vendendo seu próprio lugar. Em meio a esse grupo, tem aquele amigo que trabalha naquele departamento de compras de uma empresa qualquer e que vive ganhando aqueles presentinhos especiais daqueles pequenos e grandes fornecedores que procuram sempre só fazer aquele agrado, só para o amigo comprador se lembrar daquele presentinho especial na hora de fechar aquele contratinho de fornecimento bacana ou aquela grande comprinha, nada de mais, só um agradinho. Um agradinho tão parecido quanto a doação de dinheiro para a campanha de um determinado político em algum cargo público estratégico, de preferência aqueles cargos que promulgam leis, que abrem licitações e editais que beneficiam diretamente à empresa que fez a generosa doação. Essa empresa, quando contratada pelo governo para uma obra pública, superfatura materiais, mão de obra, inventa problemas para adiar o término da obra e outras maracutaias, assim consegue levar um dinheiro extra do governo. Tudo com o aval dos camaradas públicos que dependendo do montante depositado em suas contas na Suíça, abrem e fecham portas conforme interesses escusos. São apenas agradinhos, afinal, uma mão lava a outra que costuma lavar o dinheiro em empresas fantasmas ou bem vivas.
Postado por TAIS KERCHE
Em
26/4/2015 às 12h48
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