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Domingo,
26/4/2015
Chuvas
Aden Leonardo Camargos
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Nessa chuva dá vontade de ter um abraço pra enroscar... Que pena. Tenho um travesseiro, leve...
Já viu que quando chove, parece que já chove há muito muito muito tempo? No primeiro minuto tenho a impressão que já chove há eras, e nunca parou...
Deve ser porque sou ainda Neanderthal, e a chuva lembra aqueles momentos furiosos das placas tectônicas se acomodando e o céu caindo torrencialmente, eu para variar sem poder sair da caverna. Chuva pra mim é tão primitiva...
Sem opinião própria, sem amor próprio, no meu caso própria tristeza. A gente anda meio assim pra frente, porque nada importa a não ser pensar: trabalhando, abrindo planilha, tomando café, batendo cartão, saindo pro almoço, bebendo água...
Só um escolhido devorador de deuses tem a evolução de ser quem a gente ama! Que admiração por tanta elevação no topo da cadeia evolutiva... Darwin, obrigada... Você deu existência permanente e nome para o objeto da paixão... E nós, neanderthais, nós os tapetes do stand da feira de decoração, tão, tão, mas tão interessantes como um mosquito no calango, resta-nos ó, admirar e esperar por um olhar de piedade...
Piedade! Queremos apenas piedade, os seres apaixonados... Tenha piedade de quem ama... É assim que agimos... Suplicando uma única gota de amor. Que óbvio é negado... Não sei porquê!Porque não sei.
Porque sou sombra na caverna ainda... Não sei. Sei que daqui, olhando essas pedras afastáveis, ritualizo minha noite e espero que se movam por qualquer terremoto, para que eu morra soterrada, numa bela metáfora... Ah... Seres teatrais esses monstros incontroláveis atrasados no tempo...
Nada se compara à minha flor...
Postado por Aden Leonardo Camargos
Em
26/4/2015 às 21h13
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