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Segunda-feira,
27/4/2015
A poética da mendicância
Flávio Sanso
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Normalmente o cenário em que se amontoam alguns mendigos de uma cidade é visto como paisagem triste porém merecedora de, no mínimo, dois segundos da atenção que logo se evapora. Assim é que a miséria exposta nos cantos das praças e ruas é ignorada ou, em outra perspectiva, tida como parte componente da sorte que a cada um cabe.
Na obra "O mendigo que sabia de cor os adágios de Erasmo de Rotterdam", de Evandro Affonso Ferreira, a um mendigo é concedida voz e a partir disso o mundo desses miseráveis destaca-se e recebe uma rajada de luz que os retira, pelo menos durante o período de cento e vinte e sete páginas, de sua insignificância. Diferente do que possa parecer, há sentimento e história em cada ser maltrapilho que se arrasta por entre as pessoas que não o enxergam ou que o desprezam ou que o temem.
Eis uma obra de arte em que o mendigo-narrador, abusando de raciocínios líricos, dramáticos e encantadores, demonstra que mesmo aos menos afortunados é permitido o direito de amar com sofisticação
Texto originalmente publicado no site reticencia.com
Postado por Flávio Sanso
Em
27/4/2015 às 10h20
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