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Terça-feira,
28/4/2015
Blues Pills, a renovação no rock
Guilherme Carvalhal
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O álbum de estreia do Blues Pills é uma obra impressionante de rock, capaz de deixar o ouvinte espantado diante de toda a qualidade do trabalho. Bebendo de muitas fontes, o estilo é retrô, apesar de se poder notar muitas influências modernas em tudo (como nos efeitos usados nas guitarras). Muito material de bandas mais antigas deram a tona para um disco simplesmente perfeito.
As influências são um tato identificáveis. Led Zeppelin, Cream e Jimi Hendrix estão entre as principais. O grupo usa bases bem definidas e muitos solos de guitarras, uma fórmula que lembra bastante o Zeppelin. O som é bem hard rock, apesar de boas pegadas melódicas - como em Black Smoke e River - permeado de solos de guitarra e com estrutura musicais muito bem desenvolvidas (que em muitos momentos remetem ao Deep Purple).
Além dessas características, existe uma que se destaca bastante, que é o vocal de Elin Larsson. Sua qualidade é brilhante, atingindo o nível de Janis Joplin. Em um mundo que recentemente enxergou nomes como Adele e Amy Winehouse se destacando, Larsson apresenta um diferencial (fundamental no soul) que é a entrega da voz enquanto canta. Não é um estilo pasteurizado, mas algo bastante singular o que ela apresenta.
O enorme caldo de influências leva o disco a apresentar curiosas variações, apesar de seguir uma linha bem definida de música. Por exemplo, Devil Man, principal hit da banda, é uma música de hard rock enérgica, em que a vocalista simplesmente descarrega toda sua potência. Já em No Hope Left For Me há uma balada mais lenta.
A faixa inicial, High Class Woman, é uma bela introdução ao que a banda apresenta. Som enérgico, vocais poderosos, riffs bem desenvolvidos, músicos talentosos e um conjunto da obra sem nenhuma falha. Algo bastante presente que se vê ao longo das faixas é o quanto elas crescem. Iniciam lentas para aos poucos crescerem e geralmente descambam em refrões gritados.
Ain't No Change em sua parte incidental assemelha bastante aos momentos de pura viagem dos anos 1960 e 1970. Jupiter apresenta um estilo bem groove e, como todo o restante do disco, é notório como a banda procura dar um ar moderno para estilos passados. Um dos principais indícios são os efeitos usados na guitarra.
Astralplane, como o nome sugere, busca entrar no clima psicodélico. A música tem uma dosagem a mais de experimentação, algo que a banda não usa muito, já que seu trabalho está mais para algo bem delineado, sem muitas brechas para viagens musicais. Gypsy remete bastante ao estilo de Carlos Santana, como no uso de percussão. Já Little Song relembra as baladas mais lentas do Lynyrd Skynyrd.
O trabalho do Blues Pills é fantástico e o primeiro disco indica que essa seja uma das maiores bandas dos próximos anos. Seu álbum homônimo é espetacular, um dos melhores de 2014. A variedade de boas influências com o talento individual e coletivo faz com que ofereçam ao público um dos melhores álbuns dos últimos anos.
Postado por Guilherme Carvalhal
Em
28/4/2015 às 13h55
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