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Segunda-feira,
11/5/2015
O Gigante egoísta
Guilherme Carvalhal
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O cinema britânico anda brindando o mundo com uma forma bastante peculiar de produzir filmes nos últimos anos. Da década de 1990 para cá várias películas da Inglaterra e de suas adjacências, em especial a Irlanda, tem se referido ao outro lado de suas sociedade, mostrando as classes baixas e uma vida pobre, à parte dos ganhos de um país de primeiro mundo.
Na lista de diretores podem ser incluídos nomes como Ken Loach, Mike Leigh, Andrea Arnold, Steve McQueen e Clio Barnard. São nomes que andam faturando prêmios, como a Palma de Ouro para Loach (Ventos da Liberdade, 2006), Leigh (Segredos e Mentiras, 1996), o Prêmio do Júri do Festival de Cannes para Arnold (Aquário, 2009) e o Oscar de Melhor Filme para McQueen (12 anos de escravidão, 2014, ressaltando que essa é uma produção norte-americana). Ou seja, a maneira como eles trabalham a sétima arte tem ganhado destaque mundo afora.
Dentre essa leva de artista, Clio Barnard é um dos destaques da atualidade. Oriunda dos documentários, estreou nos longas de ficção com O Gigante Egoísta (2013), obra inspirada em um conto de Oscar Wilde. Uma obra de delicadeza muito apurada, ao mesmo tempo abordando o ser humano de maneira crua.
O filme retrata dois amigos adolescentes, Arbor e Swifty, em sua luta cotidiana pela sobrevivência. São oriundos da classe baixa, imersos em todos os problemas típicos de uma família pobre, fora os conflitos cotidianos dessa fase da vida, como a vontade de abandonar a escola e as brigas em um período de formação da personalidade.
Nesse mundo de dificuldades, os dois acabaram trabalhando para um catador de metal, percorrendo a periferia atrás de pedaços de metal, conduzindo um potro que puxava uma carroça onde guardavam o que recolhiam. É evidente o esforço dos garotos para uma tarefa maior do que eles podem suportar.
Em meio a essa realidade, acontece uma corrida de charretes, o momento de maior lirismo do filme. É algo bem espetacular que, em um mundo de smartphones e tablets, algo tão prosaico faça parte da vida de jovens.
A estreia de Clio Barnard já rendeu muitos elogios. Ela se posicionou como uma grande cineasta e a perspectiva futuro é de novos grandes trabalhos. O cinema inglês anda cheio de gás.
Postado por Guilherme Carvalhal
Em
11/5/2015 à 00h13
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