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Terça-feira,
12/5/2015
PETRA Patrimônio da Humanidade (reeditado)
Dinah dos Santos Monteiro
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PETRA, uma das sete maravilhas do mundo, reconhecida pela UNESCO como Patrimônio da Humanidade, é um dos sítios arqueológicos mais encantadores da terra.
No ano de 1200 a. C. esta região foi ocupada pela tribo dos Edomitas.
Edom, "vermelho". "Edomitas, nome coletivo, derivado de Edom. Um dos nomes de Esaú em lembrança de haver vendido o seu direito de primogenitura por um prato de lentilhas", também, nome da região ocupada pelos descendentes de Edom ou Esaú. "Logo no tempo em que Jacó voltou da Mesopotâmia Esaú havia ocupado a terra de Edom, depois de haver expulsado os horitas, seus aborígenes". (Dicionário da Bíblia, pag. 169).
A capital edomita, dos tempos da monarquia hebraica, era Sela, nome traduzido para o latim como Petra. Nos últimos trinta anos as descobertas arqueológicas provaram a existência dos povos que ocuparam Petra, onde muitos acontecimentos se desenrolaram ao longo dos séculos.
A região de Petra foi a capital dos monarcas árabes nabateus desde o século 6º a. C. até o século I d. C. Este povo do deserto viria a desempenhar um papel preponderante em Petra. Consta nas "Edições del Prado - A Bíblia, vol. II, pág. 208" que o apóstolo Paulo residiu em Petra durante vários anos.
Os nabateus eram hábeis mercadores e transformaram Petra em um centro de referência ao identificarem que a sua localização poderia lhes render grandes lucros, por fazer parte de uma importante rota comercial de incensos e especiarias do Leste Asiático e Arábia, para o Mediterrâneo.
PETRA situa-se ao fundo de uma garganta estreita, o Siq (antiga entrada de Petra), cortada de montanhas multicores, que se alteiam até o deserto da Arábia. Ela possui algo de misterioso, de encantador, ao mesmo tempo em que é linda.
"Por mais de quinhentos anos Petra ficou no anonimato, era conhecida apenas por moradores locais, os idumeus, que ali se instalaram até o dia de hoje" (cf NCB, p.382).
O primeiro ocidental a entrar em Petra foi Johann Ludwig Burckhardt, em 1812. Johann era apaixonado por aventuras e foi disfarçado de muçulmano que partiu para o Egito. No caminho para a Jordânia ouviu o relato de uma cidade perdida nas montanhas e foi então, com a desculpa de que pretendia oferecer um sacrifício ao profeta Arão que ele entrou em Petra.
Petra é conhecida, sobretudo, pelas fachadas dos seus monumentos, que os artistas esculpiram entre os séculos IV e o século II a. C., nas próprias falésias (rochas abruptas) de arenito vermelho. A cidade de Petra se encontra entalhada numa formação rochosa no oeste da Jordânia, rumo ao sul, na rodovia do Deserto, que vai direto para Petra.
É a rodovia do Deserto que leva o turista até o vale que dá acesso ao Sic: antiga entrada de Petra, aí o turista tem que caminhar até chegar nessa entrada. Este trajeto pode ser feito a pé, de charrete ou a cavalo, mas somente até a entrada do Siq. Nesta planície, caminhando em direção ao Siq, há dois túmulos: Túmulo do Obelisco e Bab el-Siq triclinium. Eles são recortados na rocha e fica um sobre o outro. O que fica na parte superior apresenta influência egípcia, é o Túmulo do Obelisco, e o da parte inferior, Bab el-Siq Triclinium (câmara funerária) parece seguir o estilo clássico nabateu. Como você vai mesmo passar na frente desses túmulos vale parar para ver, apreciar e fotografar, mas não perca muito tempo, pois o melhor está por vir. Petra abriga diversos sítios arqueológicos que remontam aos tempos pré-históricos, romano, bizantino e cruzado, e o mais incrível é que seus monumentos são todos entalhados na rocha.
Na entrada do estreito desfiladeiro que leva a Petra existem ainda vestígios de um arco monumental que marcava essa entrada. A partir daí o visitante deve começar a observar as encostas do desfiladeiro, tais como: nichos com traços de antigas divindades, escadarias, inscrições na rocha e, o mais fantástico, aquedutos esculpidos na rocha. Os nabateus desenvolveram um elaborado sistema de captação, armazenamento e canalização da água, produto muito valioso nas regiões áridas e semi-áridas do Oriente Próximo e do Médio, e canais que ajudavam a controlar as enchentes na cidade, visto que sua entrada é em declive. O Siq, ainda hoje, apresenta trechos do calçamento original, ao que tudo indica dos tempos dos nabateus.
No final do Siq os dois lados da montanha do desfiladeiro praticamente se juntam escurecendo o ambiente e, é nesta atmosfera de pouca claridade, que o visitante avista o mais notável e impressionante monumento de Petra, o magnífico TESOURO, é como se o visitante dobrasse uma esquina e desse de frente com algo como ele nunca vira antes: O TESOURO de Petra, que fora intencionalmente ali construído, para causar impacto a quem chega a Petra, diga-se que a ideia foi muito feliz.
O nome do templo TESOURO é de conformidade com a lenda que tem origem no folclore beduíno. A lenda diz existir um tesouro escondido em uma das urnas desta construção. Existem algumas marcas de balas em uma das urnas na parte alta desse templo, feitas por beduínos na tentativa de roubar esse dito tesouro. O turista entrando no templo passa através de uma enorme porta que o leva a uma câmara interna, no fundo da câmara existe um santuário e nada mais.
A parte do Siq Externo é ladeada por muitos túmulos de vários tamanhos e formatos, estes túmulos são possuidores de uma grande diversidade de estilos. O TEATRO CLASSICO se encontra em meio a essa grande necrópole (cemitério). No Teatro Clássico ainda pode-se ver que túneis saiam dos dois lados do palco e que na parte interna eles eram recobertos de mármore. Ele foi cavado na rocha e abrigava cerca de 7000 pessoas.
Depois do Teatro Clássico o Siq Externo se abre numa espaçosa planície, limitada por paredes abruptas (falésias), onde se situam os Túmulos Reais: Túmulo do Palácio, Túmulo dos Coríntios e o Túmulo das Urnas, todos esculpidos na montanha de El-khubtha.
O TUMULO DO PALACIO tem a aparência de um palácio. Apesar de mal conservado, das partes superiores já não existirem mais, ele exibe uma fachada grandiosa, ricamente decorada com colunas e pilares. Diz-se que ele foi talhado uma imitação da Casa Dourada de Nero, em Roma. Ao TUMULO DE CORINTIOS falta simetria, cada portal apresenta um estilo diferente. Os arqueólogos não sabem como classifica-lo. Por último O TUMULO DAS URNAS Este nome origina-se de uma pequena urna localizada no seu topo. A este túmulo se chega por uma escadaria. No ano 447 d. C. ele foi transformado em uma igreja. O fato de haver dois níveis de arcos, apoiando o grande terraço em frente a este Túmulo, levaram os arqueólogos a concluírem que ele abrigou uma masmorra, situada abaixo de um tribunal de justiça.
O TUMULO DO SEXTIUS FLORENTINUS foi esculpido por volta de 126-130 a. C. É o único túmulo que se sabe exatamente para quem foi construído. Sextius foi imperador romano da província da Arábia e seu desejo era ser enterrado em Petra.
O TUMULO DE ARÃO, irmão de Moisés, fica no pico mais alto de Petra, o Jebel Haroun. O visitante leva mais ou menos três horas a cavalo morro acima, mas pode ir a pé se o turista assim o preferir. Muitos islâmicos, cristãos e judeus adoram neste local por acreditarem está enterrado aí Arão. Para se chegar a este lugar precisa-se recorrer a um guia.
O MOSTEIRO é um dos locais mais belos e preservados de Petra, apesar de um pouco afastado. O visitante para chegar ao Mosteiro sobe oitocentos degraus esculpidos na rocha, é uma subida um tanto cansativa, mas vale o esforço. O lugar ficou conhecido como Mosteiro por causa das cruzes esculpidas nas suas paredes. Ele foi por algum tempo um importante local de romaria. Na caminhada para o Mosteiro existem outros monumentos que podem ser vistos pelo caminho.
O ALTAR DE SACRIFÍCIOS encontra-se na montanha Jebel Asstuf a 1.035 m de altura. Uma escadaria esculpida na rocha, entre as construções do Tesouro e do Teatro, é que leva o visitante ao alto desta montanha. A subida é muito exaustiva. Na chegada encontra-se um amplo terraço com dois obeliscos de pedra, subindo mais alguns degraus está o ALTAR DE SACRIFÍCIOS, junto deste altar está uma mesa de oferendas, e mais alguns degraus acima está o altar principal com um canal escavado na própria pedra do altar, possivelmente usado para dar saída ao sangue dos sacrifícios. A volta se dá pelo outro lado desta mesma montanha, que oferece visão de outros monumentos, como: Monumento do Leão, Jardim Triclinium, Túmulo do Soldado, do Renascimento etc.
Na planície central de Petra podemos encontrar ruínas e edificações comuns (NÃO ESCAVADAS NAS ROCHAS), tais como:
O CARDO ROMANO, com suas imponentes colunas, foi a via principal de Petra e ao que tudo indica era ladeada por mercados e templos, indo até ao templo mais sagrado da cidade, Qasr el-Bint. Este templo ainda possui uma grande área pavimentada e tem sobrevivido a terremotos e inundações ao longo dos séculos. A entrada para a área sagrada de Qasr el-Bint era através do PORTÃO TEMENOS, muito imponente ainda exibe colunas em frente das enormes portas de madeira.
TEMPLO DO LEÃO ALADO ou Templo de al-Uzza, nome dado em honra à deusa nabateia. O nome leão alado se refere ao leão alado que aparece nos capitéis das colunas. Fica próximo a uma ponte sobre o Wadi Musa.
A IGREJA DE PETRA foi uma grande basílica bizantina e ainda apresenta mosaicos detalhados do século 6º d. C. Nesta igreja foram encontrados pergaminhos que revelaram detalhes sobre a vida em Petra.
O GRANDE TEMPLO data do século 1º a. C. Suas ruinas mostram que a entrada deste templo era grandiosa e conduzia a um espaço cercado de colunas com uma escada que levava a um auditório.
Para conhecer Petra o turista precisa de dois a três dias. O que Petra oferece aos seus visitantes não pode ser visto em nenhum outro lugar do mundo, tais como as suas edificações escavadas na rocha, cada uma em um estilo e formatos diferentes, com ricos detalhes e características próprias. Confira tudo o que você acabou de ler indo conhecer Petra. Espero ter lhe passado boas informações. Aproveite.
Postado por Dinah dos Santos Monteiro
Em
12/5/2015 às 14h11
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