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Domingo,
17/5/2015
A cultura e a identidade social
Sonia Regina Rocha Rodrigues
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Quem mais?
A consciência de SER pode gerar solidão caso não haja a consciência de PERTENCER, ou seja, de compartilhar a existência com outros. Assim, o conhecimento de que outros também fazem, divulgam e apreciam o mesmo que o indivíduo, é o meio de integrá-lo à sociedade. Ser poeta é bom, mas ser um poeta brasileiro entre outros poetas brasileiros é melhor. A comparação inevitável com os outros é desafiadora e motivadora. Diga-se o mesmo para qualquer outra modalidade cultural. Ao prazer de criar, soma-se o prazer de cultivar um estilo próprio. Já não se trata mais de criar, divulgar ou apreciar arte, mas de criar, divulgar ou apreciar sob uma ótica diferente, peculiar, personalizada.
Esta identidade cultural, em diferentes níveis, vai alicerçando a consciência do povo. Fala-se e vivencia-se uma música brasileira, porém há ritmos baianos e, dentro da música regionalista baiana, aprecia-se esta ou aquele determinada tendência. Nem por isso deixamos de sentir que existe uma musicalidade comum a todos os povos e a todas as eras, pois, além de universal, a música é transcendental, ou seja, dá-nos a sensação de união com a divindade.
Esse sentimento de transcender o espaço e o tempo está presente em todas as formas de manifestação cultural. É um sentimento atávico, inerente à espécie.
Este atavismo é decorrência da necessidade de comunicação, pois quem vive, comunica-se, e o homem que se comunica, o faz necessariamente através de certos meios e símbolos. Ora, a existência de meios e símbolos de comunicação são, em si, o alicerce da cultura — o jeito de ser — de um grupo.
A formação cultural de um grupo estabelece-se alicerçada nos fatores climáticos e geográficos inicialmente, passando pelas atividades de sobrevivência mais adequadas àquele grupo, pelo tipo de alimento disponível, e a seguir pela religião e atividades de lazer que se estabelecem em decorrência das priemiras condições citadas.
Assim, onde há frio, lê-se muito, come-se grande quantidade de gordura, a solidariedade é sin6oniimo de sobrevivência. Onde há calor exercita-se o corpo, come-se frutas frescas, impera o espírito de aventura. Há uma psicologia das montanhas diversa da psicologia das planícies; o montanhês sente segurança e proteção onde os nativos das planícies percebe perigos desconhecidos; o montanhês sente-se exposto e vulnerável na amplidão que, para o nativo das planícies é a essência mesmo do seu bem-estar no mundo. É o meio influenciando o homem e moldando-o à sua imagem, sendo a seguir também moldado e modificado por ele. A mídia e as facilidades tecnológicas modernas diminuíram os contrastes sem anular as diferenças. A comunicação entre os povos estimula a compreensão e o respeito mútuo, e enriquece a humanidade.
Parte integrante da monografia:
A importância da cultura na formação do cidadão
Postado por Sonia Regina Rocha Rodrigues
Em
17/5/2015 às 12h21
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